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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | FERIADO SANGRENTO



O subgênero slasher está cada vez mais caindo no gosto do grande público, atraindo um número crescente de pessoas para os cinemas a cada ano. Traçando uma breve história do slasher, esse subgênero do terror teve início lá pelos anos 70 (O Massacre da Serra Elétrica e Halloween), com o seu auge na década de 80 (Sexta Feira 13, A Hora do Pesadelo, entre outros), mas acabou perdendo forças no início dos anos 90. E foi com Pânico, em 1996, que o slasher ganhou forças para continuar trilhando o seu caminho nos cinemas.


Pulando para 2008, o trio Quentin Tarantino, Robert Rodriguez e Eli Roth, lançaram um “evento” que era muito popular nos anos 70, uma sessão dupla em cinemas específicos. Chamado de Grindhouse, a sessão teve Planeta Terror e À Prova de Balas como as duas produções de terror apresentadas, e ainda contava com trailers falsos. Um deles era intitulado de “Thanksgiving”, produzido por Eli Roth, que havia ganhado reconhecimento com o ótimo O Albergue, de 2005. Duas décadas depois, o diretor finalmente fez um filme completo desse trailer falso, Feriado Sangrento, sobre um assassino que persegue jovens durante o feriado de ação de graças em uma cidade nos EUA.


Brutal, sangrento e divertido, Feriado Sangrento se passa na cidade de Plymouth, Massachusetts, considerado o berço do feriado no país, e começa mostrando um trágico incidente em um supermercado durante a “Black Friday”. Um ano depois, um assassino mascarado chamado de “John Carver” aterroriza a cidade, matando todos os responsáveis pelo motim do supermercado.



Não é tão complicado fazer um filme de slasher, basta ter um motivo plausível para existir, uma “final girl” convincente, e um assassino que caia no gosto do público. No mais, é só ter criatividade e rezar para que funcione. Felizmente, Feriado Sangrento consegue fazer tudo isso, bom, quase tudo na verdade. Eli Roth cria mortes brutais, gráficas, e sangrentas, algumas chegam a fazer o espectador se contorcer, além de pegar um feriado que ainda não foi usado no subgênero, o de Ação de Graças, que é mais comum nos EUA – já tivemos filmes que se passam no dia dos namorados, no Halloween, e até no Natal -. Entre as mortes criativas e absurdas que só Eli Roth sabe fazer, o diretor ainda consegue fazer uma crítica social ao consumismo, aqui é a Black Friday, além de trazer elementos atuais para o filme: o assassino faz marcações no Instagram (incluindo postagens explicitas de seus crimes), e lives pelas redes sociais. E claro, não podia faltar o humor ácido e as piadinhas com um fundo de verdade, também com várias críticas.


O maior problema é o elenco, mas nada que estrague a diversão. O grupo principal – os alvos de John Craver -, não convencem, são bem genéricos, tem atuações rasas, e a maioria serve apenas para morrer mesmo (algo bastante comum no subgênero). Ex-namorado, amigos chatos, um namorado babaca, policiais, e pais ambiciosos, nenhum deles sustentam a produção, se salvando apenas a final girl da vez, a novata Nell Verlaque (Jéssica), mas também não é nada de tão memorável como as outras “final girls”. Nem a presença da influencer do TikTok Addison Rae, a quarta pessoa mais seguida na plataforma, consegue elevar o nível. O que mais se destaca é o veterano Patrick Dempsey, que interpreta o xerife Eric, e a divertida participação de Rick Hoffmann – para quem não lembra, ele era um dos torturadores do primeiro “O Albergue”, de 2005 -. Vale destacar também o assassino John Craver, com sua máscara intimidadora, seu machado coberto de sangue, e a sua sede de vingança. Fazia tempo que não víamos um assassino tão visceral.



Com um terceiro ato bem sugestivo para o feriado, - um banquete que fará você lembrar toda vez que comer um peru -, Feriado Sangrento tem personalidade, mesmo se inspirando em outros filmes do gênero, cria situações memoráveis e tem mortes bastante criativas, que incluem decapitações, desmembramentos, muito sangue e vísceras espalhadas por todo lado, prato cheio para os fãs do terror/slasher. Com várias críticas sociais relevantes, um humor bastante duvidoso, e trazendo o espírito dos filmes de terror dos anos 70 e 80, Feriado Sangrento abraça o trash sem nenhum medo, e Eli Roth acerta no ponto, conseguindo fazer com que sua nova produção figure entre os melhores filmes do subgênero.



FERIADO SANGRENTO (THANKSGIVING)


Ano: 2023

Direção: Eli Roth

Distribuidora: Sony Pictures

Duração: 106 min

Elenco: Nell Verlaque, Addison Rae, Patrick Dempsey.



NOTA: 7,5


















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