Com o fim da guerra contra Thanos, e sem filmes do Capitão América e Homem de Ferro, pelo menos, não por agora, a Marvel precisa expandir o seu universo com outros heróis, como fez recentemente com Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. Mas claro, ainda temos filmes do Homem Aranha, do Thor, da Capitã Marvel, Doutor Estranho, Pantera Negra, e dos Guardiões da Galáxia, porém, é necessário a introdução de novos heróis para, possivelmente, coloca-los no time dos vingadores; será que os mutantes do X-Men um dia entrarão para o time? Chega então, a vez dos heróis mais antigos do universo da Marvel: os Eternos. Dirigido por Chloé Zhao, temos mais um filme de origem, com uma trama envolvente, emocionante, repleta de magia e muitas sequências de ação. No “elenco celestial” estão Angelina Jolie, Salma Hayek, Gemma Chan, Brian Tyree Henry, Barry Keoghan, Lia McHugh, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Don Lee e Lauren Ridloff.
Na história, os Eternos haviam eliminados todos os Deviantes, monstros que matavam os seres da Terra, mas por algum motivo, eles acabam retornando, e ainda, descobrem estarem envolvidos em um plano bem maior do que eles imaginavam. Para salvar o planeta, Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden) precisam recrutar os seus antigos amigos celestiais, que estão em diversos lugares da Terra.
Antes de tudo, vamos a uma rápida introdução sobre quem são esses seres celestiais. Os Eternos são seres alienígenas, deuses alienígenas para ser mais específico, que dão vida ao universo. Esses seres conseguem manipular energia, e são imortais, aparentemente, vivendo na Terra durante séculos, não podendo interferir em nenhuma guerra humana.
Eternos tem dividido muito a crítica e o público, e acabou se tornando o filme da Marvel com a nota mais baixa. Mas não se deixe levar pelas críticas negativas, a produção de Chloé Zhao é uma das mais interessantes do ano, e mais ousada também. Por se tratar de um filme de origem, a trama de Eternos vai explicar, detalhadamente, tudo sobre esse fantástico universo dos celestiais, desde os primórdios da raça humana, intercalando cenas nos dias de hoje, com alguns grandes eventos históricos da humanidade. Com isso, Eternos tem um ritmo mais devagar, mas não chega a ser entediante, pelo contrário, tudo é incrível e desperta interesse no espectador. Essa dinâmica, intercalando várias épocas, se estende por mais da metade da produção, e muita gente pode se confundir de início, mas tudo é devidamente explicado, e logo o espectador vai se situar na linha do tempo.
E por falar nisso, fica a pergunta: em qual evento do universo da Marvel, os Eternos está? Se você acha que é spoiler, siga para o próximo parágrafo. Como é mencionado no trailer, a história se passa após os eventos de Ultimato, depois do “Blip”, que trouxe os heróis, e a grande metade da população, de “volta à vida”. E para ser mais especifico, Eternos se passa quase que ao mesmo tempo dos eventos de Homem Aranha – De Volta ao Lar, ou seja, oito meses após Ultimato.
O maior destaque de Eternos é o seu incrível visual artístico, graças a sua belíssima fotografia, maioria filmada em locações reais, assim como as criativas e bem coreografadas lutas dos Celestiais contra os Deviantes. Aqui, uma ressalva: as vezes, os efeitos parecem um pouco estranhos, deixando as cenas confusas e rápidas demais, mas nada que o espectador não esteja acostumado; mas quem não gosta, poderá se incomodar. É bem provável que tenha, pelo menos, alguma indicação ao Oscar na parte técnica.
Eternos nos apresenta vários personagens, são um total de dez Celestiais, cada um com seu arco narrativo, motivações, poderes, e claro, o seu carisma, onde uns têm mais do que os outros. A carga emocional, em relação a eles, é bem forte, criando momentos bastante sensíveis, alguns até tristes, resultado de um roteiro que os desenvolve muito bem, criando assim, uma forte ligação com o público; e isso é um dos grandes acertos. Os Celestiais são bem engraçadinhos também, soltam várias piadas e até fazem menções aos heróis do Universo da DC, resultando em situações repletas de humor.
Destaco aqui Sersi (Gemma Chan), o ponto central de toda a trama, com um incrível carisma e sensibilidade, mas que as vezes, falta um pouco de determinação para ser uma líder, e Kumail Nanjiani, que interpreta o eloquente e divertido Kingo, um astro do cinema de Bollywood (cinema indiano), e o seu mordomo, e diretor, Karun (Harish Patel), o arco narrativo mais divertido de todos.
Ressalvo aqui também, o personagem de Brian Tyree Henry, que interpreta o celestial Phastos, que forma um casal com outro homem, alvo de muita polêmica, por ser um dos motivos de Eternos ter sido banido em alguns países. E claro, não podia faltar a tão esperada estreia de Angelina Jolie no universo da Marvel, mas confesso que um foi um pouco decepcionante, não pela sua atuação, mas pelo seu arco dramático, que a deixa um pouco perdida na produção; mas sim, ela está lá, lutando contra os Deviantes.
Eternos é um dos filmes mais bonitos da Marvel, com bastante carisma e sensibilidade que logo nos conquista, seja por esses motivos, ou pelos belíssimos efeitos especiais, nos apresentando um novo universo, o mais interessante e criativo do estúdio. O ritmo mais devagar, e a longa introdução dos personagens, pode ter sido um dos principais motivos das críticas negativas, já que vai contra os filmes da Marvel, mais dinâmicos e empolgantes, mas tem uma trama bem redonda, e até uma reviravolta. E apesar de parecer confuso no início, tudo é muito bem explicado e situado, apresentando novos heróis, e a rica mitologia dos seres celestiais mais antigos do universo, resultando em um filme bastante reflexivo. Afinal, porque os Celestiais não ajudaram na luta contra Thanos? Os Eternos é um dos filmes mais interessantes e divertidos do ano, e um dos mais diferenciados do universo da Marvel; é muito melhor do que a crítica tem falado. E como de costume, tem duas cenas pós créditos.
ETERNOS (ETERNALS)
Ano: 2021
Direção: Chloé Zhao
Elenco: Angelina Jolie, Salma Hayek, Gemma Chan, Brian Tyree Henry, Barry Keoghan, Lia McHugh, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Don Lee e Lauren Ridloff
NOTA: 9,0
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