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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ESPIRAL: O LEGADO DE JOGOS MORTAIS



A franquia Jogos Mortais teve seu início em 2004, apresentando John Kramer, conhecido como JigSaw, que, tecnicamente, não matava suas vítimas, onde elas tinham que escolher se queriam morrer ou sobreviver, com um preço a pagar, claro. A primeira trilogia focava bastante na história, mas o grande destaque eram as armadilhas criadas por Kramer; já a segunda, os produtores deram mais importância para elas, esquecendo de trazer uma boa história, e a série foi decaindo aos poucos. Tentaram renovar a franquia com Jogos Mortais: O Final 3D, em 2010, que de final não tinha nada, e JigSaw, em 2017. Sem sucesso.


Agora, mais uma vez, a LionsGate tenta trazer de volta o universo dos Jogos Mortais, com Espiral: O Legado de Jogos Mortais, uma mistura de spin-off com uma continuação da franquia, prometendo trazer o que tinha de melhor na franquia, pelo menos no primeiro: o suspense investigativo. O novo filme é dirigido por Darren Lynn Bousman, que comandou os capítulos 2, 3 e 4, e tem no elenco Chris Rock, Max Minghella, Marisol Nichols e Samuel L. Jackson.


Um novo Jogos Mortais tem início, agora, o misterioso assassino começa a matar policiais de uma delegacia, e cabe ao detetive Zeke (Chris Rock), e seu novo parceiro, William (Max Minghella), investigar o caso e descobrir o assassino antes que mais policiais comecem a morrer.


Espiral foi lançado como uma promessa de renovar a desgastada franquia de sucesso, trazendo de volta o clima investigativo, e as armadilhas criativas. A produção consegue esse feito, faz uma repaginada na franquia, e ainda foca bastante em sua história ao invés nas armadilhas; elas estão presentes, não tão criativas, mas ainda violentas. A trama é bem simples, mas direta, conseguindo instigar o espectador para descobrir quem é o novo realizador dos jogos, e o motivo de ele ter escolhido aquele departamento de polícia. Apesar da trama ser previsível, criando maneiras batidas e clichês de desviar a atenção do espectador, ainda deixa no ar uma dúvida de quem é o “novo JigSaw”.



Um dos maiores problemas é o elenco, que não consegue cativar o espectador, já que o roteiro não os desenvolve bem, mesmo que a maioria sejam policiais corruptos. De todos eles, o novato William, interpretado por Max Minghella, é o que mais consegue chegar perto de criar uma empatia com o público, mesmo sabendo o básico sobre seu personagem. Outro grande problema, talvez o que mais deixa o filme a desejar, é a escalação de Chris Rock como o detetive principal, não por causa do ator, que é ótimo e se sai bem nas comédias, mas aqui, ele não acerta o tom, o humor dele não se encaixa em um filme desse gênero, além de ser exagerado em várias cenas. Samuel L. Jackson se sai bem, mesmo aparecendo muito pouco, o que já o torna suspeito, ou não.


A revelação do assassino acaba se tornando muito óbvia, apesar de não termos certeza de quem é, a motivação de tudo é plausível, se encaixando bem na trama, e o famoso “plot twist” é interessante e eficiente em deixar o espectador interessado no que está acontecendo. Mas não tem o mesmo impacto que alguns filmes da franquia deixou. No mais, Espiral: O Legado de Jogos Mortais termina positivo, se saindo muito melhor do que as duas últimas produções da franquia, e até de algumas da hexalogia original, mas ainda não deixa aquele efeito marcante no público. Acerta em focar mais na trama do que nas armadilhas, e consegue se destacar entre as produções, mas peca no roteiro pouco desenvolvido, e simples demais, onde poderia ter sido mais ousado. Será o reinício da franquia?






ESPIRAL: O LEGADO DE JOGOS MORTAIS (SPIRAL)


Ano: 2021

Direção: Darren Lynn Bousman

Elenco: Chris Rock, Max Minghella, Marisol Nichols e Samuel L. Jackson.



NOTA: 8,0















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