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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ENCANTO

Atualizado: 1 de abr. de 2022




03 Indicações ao Oscar 2022

Vencedor do Oscar de MELHOR ANIMAÇÃO



A cada lançamento dos estúdios Disney/ Pixar, suas animações encantam crianças e adultos de formas diferentes. Para a criançada, cores, personagens divertidos, e os números musicais; para os adultos, uma abordagem mais reflexiva que vai muito além das cenas. Divertida Mente falava sobre psicologia, Viva – A Vida é Uma Festa sobre uma religião mexicana, e o recente Soul, sobre o espiritismo. Agora, a mais nova animação do estúdio é Encanto, vencedora do Globo de Ouro de Melhor Animação, e que está indicado ao Ocar na mesma categoria, e o grande concorrente de Lucca, outra animação da Disney/ Pixar. Representando a cultura latino-americana, especificamente a colombiana, a produção aborda as relações familiares e a pressão para ser perfeito, em uma das animações mais maduras do estúdio. Dirigido Byron Howard e Jared Bush, a produção tem vozes de Stephanie Beatriz, María Cecilia Botero, Jessica Darrow, Diane Guerrero, John Leguizamo, Angie Cepada, Carolina Gaitán, Adassa e Ravi-Cabot Conyers.


Na trama, acompanhamos a vida da família Madrigal, que vive em uma vila escondida na Colômbia, e que moram em uma casa repleta de magia, onde cada membro tem um poder, e uma função. A única que acabou não ganhando nada, é Mirabel, que não tem uma relação muito boa com a maioria dos integrantes de sua família. Mas ela vê a oportunidade de poder fazer alguma coisa quando a casa dos Madrigal começa a se desfazer, decidindo pedir ajuda para Bruno, um outro membro da família que fugiu com medo da rejeição.


Em Encanto, novamente, a Disney pega uma família latino-americana como núcleo principal, assim como aconteceu em A Vida é Uma Festa, mostrando toda a cultura local, a fauna, e até as lendas. Tendo como plano de fundo os conflitos de geração dos Madrigal, Encanto envolve o espectador, seja pelos personagens carismáticos, o visual colorido e repleto de magia, ou suas canções cativantes, ainda que sejam muitas. É uma trama fácil de o público se identificar, já que o foco é a família de Mirabel, cada um com sua personalidade, função, mostrando como é a relação entre eles. Mas tem um detalhe importante: Encanto não é em parceria com a Pixar, e sim, somente dos estúdios Disney. Isso influencia porque a animação segue os padrões da Disney mesmo, atraindo mais o público infantil, não tem uma mensagem mais complexa, ou uma lição de moral mais trabalhada, que os adultos entendem; na verdade tem, só não é tão profundo como se espera de uma parceria com a Pixar.



O grande destaque da animação são os personagens, divertidos e contagiantes, onde todos tem sua função na história. Os Madrigal são uma família unida, mas a força que os une está acabando, e com isso, o roteiro vai moldando as personalidades de cada um deles. A protagonista Mirabel é a única que não recebeu nenhum poder, e mesmo assim, ela tenta provar que pode ser útil à sua família, não fazendo o papel de coitadinha. É fácil para abraçar a causa dela, porque é um sentimento que muita gente tem, e acabam se identificando. Mirabel é uma personagem comum, cheia de carisma e boa vontade, fugindo do estereótipo de uma princesa da Disney, além de ter uma importante função que ela mesma precisa descobrir. Bruno é um dos integrantes da família Madrigal, é o personagem mais interessante de Encanto: com o seu jeito simpático e introvertido, ele tem o poder de ver o futuro, mas sua visão nunca é realmente clara, e por causa desse poder, acabou sendo excluído da família, e taxado como algo ruim, injustamente. “Não falamos sobre Bruno” é algo recorrente na trama.


Os personagens coadjuvantes também são peças fundamentais para a trama. Mirabel tem uma “rixa” com uma de suas irmãs, Isabela, uma verdadeira princesa da Disney, que se acha bela e perfeita, mas há muita coisa por trás de seus sentimentos, precisando descobrir quem ela é realmente, e também, as duas irmãs precisam lidar com as suas diferenças, outra abordagem da animação. Luisa é a outra irmã da protagonista, com traços mais masculinizados graças a sua extrema força, e há o casal Pepa e Felix, cujo o filho menor deles, Ravi, está prestes a ganhar um poder. A matriarca dos Madrigal é Consuela, uma senhora com seus 70 anos de idade que tenta colocar ordem na família. Suas motivações a fazem ser uma antagonista, guardando um desapontamento pelo fato de Mirabel não ter conseguido um poder, além de ter um segredo importante sobre o seu passado.



Encanto é “combo” típico da Disney, com personagens cativantes, muitas cores, números musicais maravilhosos, e a clássica história de superação com sua lição de moral, menos complexa do que os filmes da Pixar. E o que temos a aprender com Encanto: discutindo assuntos como pressão familiar, aceitação, e principalmente, relações familiares, precisamos entender que cada um tem um sentimento diferente, uma batalha interna diferente, e que temos que saber ouvir, entender a dor de cada um, e perdoar; as aparências podem enganar bastante. A produção realmente “tem o seu encanto”, diverte com o seu visual mágico, mas não é a melhor animação do estúdio, deixando alguns assuntos em aberto, além de não ter um grande vilão, comum nos filmes da Disney. Encanto é o preferido para ganhar o Oscar de melhor Animação, principalmente por trazer uma trama mais madura, com personagens reais, e músicas empolgantes, mas Luca, outra animação da Disney, junto com a Pixar, também está indicado na mesma categoria, e emociona muito mais.



ENCANTO


Ano: 2021

Direção: Byron Howard, Jared Bush

Elenco: Stephanie Beatriz, María Cecilia Botero, Jessica Darrow, Diane Guerrero, John Leguizamo, Angie Cepada, Carolina Gaitán, Adassa e Ravi-Cabot Conyers



NOTA: 8,0


Disponível na DISNEY +













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