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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ELA É A PODEORSA



Lindsay Lohan estava em alta nos anos 2000, e era figurinha carimbada em produções adolescentes, onde o maior destaque da atriz foi em Meninas Malvadas. Jane Fonda é uma renomada atriz que teve seu auge entre os anos 60 e 80, se destacando com Babarella (1968), e Julia (1977), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Felicity Huffman ficou mais conhecida pela série Desperate Housewives, além de ter sido indicada ao Oscar pelo filme Transamerica, interpretando a transexual Bree. Gary Marshall, que faleceu em 2016, foi um premiado diretor que tem no currículo Uma Linda Mulher, Noiva em Fuga e O Diário da Princesa, e que agora, está por trás de Ela É A Poderosa, filme que mistura drama e comédia, com uma trama familiar pesada, abordando reconciliação, conflitos de gerações, abuso sexual, e alcoolismo, trazendo esse trio de mulheres como protagonistas. Além delas, a produção ainda tem no elenco Dermot Mulroney, Garrett Hedlund, e Cary Elwes.


Rachel (Lindsay Lohan) é uma adolescente rebelde que vai passar as férias na casa de sua vó controladora e cheia de regras, Georgia (Jane Fonda). Entre segredos, conflitos familiares, e revelações, e junto com Lily (Felicity Huffman), as três gerações terão que deixar as diferenças de lado, e tentarem conviver juntas.


Provavelmente, Ela É A Poderosa é uma das piores mentiras de marketing, no Brasil, de uma produção, já que o título nos remete a uma comédia; e ainda piora com frase “ela já foi A Sogra, agora Ela É A Poderosa”, se referindo a Jane Fonda, onde ela interpretava a sogra chata de Jennifer Lopez, na comédia A Sogra. Em Georgia’s Rule, no original, Gary Marshall perde a mão ao tentar dosar humor e piadas com temas fortes na tentativa de não deixar a trama pesada, inserindo algumas situações fora do comum, mas que tem relevância para o filme. O drama familiar que envolve as três protagonistas é bem desenvolvido, apesar de alguns clichês que não atrapalham, mas também não somam nada, e o que mais prende a gente é esse conflito, que envolvem segredos, mentiras, e como todos esses problemas afetam a relação entre elas, que já não era das melhores, e das pessoas ao redor.


O ponto central da trama são as três gerações da família Wilcox, Rachel, Georgia e Lilly, com um ótimo desempenho de todas as três atrizes em seus complexos personagens, cada uma com uma personalidade extremamente diferente. Lindsay Lohan é a adolescente problemática Rachel, com um passado traumatizante, que usa a sexualidade para esconder suas fraquezas, chegando a um ponto onde ela perde a noção do que é verdade, ou mentira. Acredito que tenha sido o melhor papel de sua carreira. Ela tem uma relação conturbada com sua mãe, Lilly (Felicity Huffmann), fumante e alcoólatra, e que não dá a devida atenção a sua filha, em uma incrível atuação da atriz, principalmente na parte dramática de sua personagem. Como um último recurso para que Rachel "entre nos eixos”, Lilly decide leva-la para passar as férias com sua mãe, Georgia (Jane Fonda), uma mulher cheia de regras que tem a chance de conhecer sua neta, fato que não será nada fácil. Georgia é a mais tranquila das três, e apesar de ser autoritária, demonstra ser uma avó sensível, ainda mais com o novo problema que surge, e Jane Fonda constrói a personagem de forma brilhante, fugindo da obviedade.



Dos coadjuvantes, temos Dermot Mulroney, que interpreta o veterinário Simon, mas que atende tanto animais quanto humanos, e tem um passado traumático, Harlan (Garrett Hedlund), que na época interpretou Péricles, o irmão de Brad Pitt em Tróia, é um jovem virgem, mórmon, que tem um namoro das antigas com June (Chelse Swain), e que é atormentado por Rachel, e Cary Elwes, o padrasto dela, que interpreta o advogado, e pervertido, Arnold.


Um outro destaque, e que dá um charme maior para o filme, é o cenário, a pacata comunidade de Idaho, mostrando o dia a dia de uma cidade do interior, e a rotina da população. No fim, apesar dos temas pesados, Ela É A Poderosa é uma produção bem “água com açúcar”, trazendo conflitos de gerações em uma trama repleta de revelações, onde segredos antigos da família vem à tona, que causam mais complicações para a relação delas, mas que no fim, podem acabar as unindo ainda mais. Mesmo com os vários clichês, e algumas situações inadequadas, mas relevantes para a trama, Gary Marhsall faz um filme interessante e profundo, com temas importantes, garantindo risadas e muita emoção no espectador, e que se sustenta no arco dramático do trio de protagonistas, Lindsay Lohan, Jane Fonda e Felicity Huffman, que tornam todas as situações, e problemas mais reais, graças as suas poderosas interpretações.




ELA É A PODEROSA (GEORGIA RULE)


Ano: 2007

Direção: Gay Marshall

Elenco: Lindsay Lohan, Jane Fonda, Felicity Huffman, Dermot Mulroney, Garrett Hedlund, e Cary Elwes.



NOTA: 8,5



Disponível na HBO MAX.













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