Alien – o Oitavo Passageiro, dirigido por Ridley Scott, e lançado no longínquo ano de 1979, foi um divisor de águas no cinema, levando o terror espacial para um outro nível, assim como modificou a imagem dos ETs nos filmes, que na maioria das vezes eram pacíficos, além de ter inspirado milhares de filmes do gênero que vieram depois. Um deles é Eclipse Mortal, lançado em 2000, estrelado por Vin Diesel no início de sua carreira, e Radha Mitchell, ainda desconhecida pelo grande público. Pitch Black, no original, é um filme bem despretensioso, com mortes violentas, e ainda tem no elenco Cole Hauser e Keith David.
Uma nave espacial acaba fazendo um pouso forçado em um planeta desconhecido, após ser atingido por uma chuva de meteoros. Deserto e quente, os sobreviventes começam a explora-lo, e encontram criaturas que vivem na escuridão, sensíveis a luz. E tudo piora quando eles descobrem que em poucas horas, um eclipse terá início, escurecendo o planeta todo, fazendo com que as criaturas saem dos esconderijos.
A trama de Eclipse Mortal segue a dinâmica dos filmes do gênero, e apesar de ser clichê, é o básico dessas histórias. A primeira parte é a mais interessante, mostrando o visual do planeta, com tons amarelos e azuis fosforescentes, bastante iluminado, já que o local tem três sóis, um planeta deserto quente e hostil, enquanto os sobreviventes vão investigando a região. Um belo, e diferenciado, trabalho de direção de arte. A segunda parte acontece quando o tal eclipse começa, aliás, essa curta sequencia da formação do eclipse é belíssima, onde as criaturas saem da escuridão e vão para a superfície do planeta, colocando o grupo em risco. Seguem-se mortes violentas, cenas tensas, e muita perseguição, tudo no meio da escuridão, em uma brusca mudança na ambientação, onde eles precisam ficar na luz, elemento escasso para eles, já que tudo funciona através da energia solar. Além das situações típicas do gênero, o roteiro tem algumas frases desnecessárias, piadas ruins, e situações inusitadas que poderiam ter sido descartadas na edição final.
Os personagens também seguem a cartilha do gênero, com personagens estereotipados, e muitos ali estão apenas para serem dilacerados pelos monstros, onde a maioria não é bem desenvolvida no roteiro, e sabemos pouco sobre eles. Vin Diesel é Riddick, o clássico anti-herói, um assassino condenado que acaba sendo a melhor chance para todos sobreviverem. O ator ainda não estava em alta, apesar de ter se destacado na produção vencedora do Oscar, O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg, onde um ano depois após Eclipse Mortal, estrelaria uma das maiores franquias do cinema, Velozes e Furiosos. Diesel se sai bem em manter a dualidade de seu personagem, e não sabemos se ele está do lado do grupo, ou contra, criando o personagem mais interessante do filme. Radha Mitchel também se destaca, interpretando a capitã Carolyn, de personalidade forte e determinada, e tem ainda Cole Hauser, que está do lado dos “mocinhos”, um policial que acaba sendo mais vilão do que Riddick. Os coadjuvantes são típicos personagens do gênero, o religioso que fala que “Deus tem um plano para todos”, o indiano nervoso, a personagem que esconde um segredo, e personagens burros que realmente estão ali só para morrer.
Eclipse Mortal acaba se tornando um filme bastante diferenciado, mais especificamente pelo ótimo trabalho de direção de arte e fotografia do planeta, com bons efeitos especiais, e belas sequencias no espaço. Não é um filme que inovará o gênero, mas se destaca entre muitas produções do gênero, e que acabou ganhando um status mais cult hoje em dia. Tem momentos ruins, e situações esquisitas, mas nada que estrague o produto final; é um ótimo passatempo para conferir Vin Diesel mais novo antes de se tornar o astro da franquia Velozes e Furiosos. Alias, o seu personagem Riddick deu tão certo, que acabou ganhando dois derivados/continuações, A Batalha de Riddick, lançado em 2004, e Riddick 3, em 2013, além de uma animação.
ECLIPSE MORTAL (PITCH BLACK)
Ano: 2000
Direção: David Twohy
Elenco: Vin Diesel, Radha Mitchell, Cole Hauser e Keith David.
NOTA: 7,5
Disponível no STAR +.
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