10 Indicações ao Oscar 2022
Vencedor de 06 Oscar MELHOR SOM, EDIÇÃO, DESIGN DE PRODUÇÃO, TRILHA SONORA, FOTOGRAFIA e EFEITOS VISUAIS.
Várias produções de ficção dos últimos anos, basicamente, foram inspiradas em duas grandes obras da literatura: as HQs francesas de Valerian, no qual teve um filme, em 2017, e Duna, obra literária lançada em 1965 por Frank Herbert, que já teve algumas adaptações, sendo a mais recente, a produção de Denis Villeneuve, que estreia essa semana nos cinemas. O novo Duna é um projeto grandioso e ambicioso, com um visual como não víamos há tempos, várias críticas sociais, e é o início de uma possível trilogia; sim, essa é apenas a parte 1. Estão no elenco Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Fergusson, Oscar Isaac, Jason Momoa, Dave Bautista, Javier Barden, Stellan Skarsgård e Josh Brolin.
Envolto de uma geopolítica imperial (parecido com Star Wars) e laços familiares, conhecemos a história de Paul (Timothée Chalamet), um jovem predestinado a ser o escolhido para comandar o seu povo. Junto com sua mãe Lady Jéssica (Rebecca Fergusson), seu pai, Duque Leto (Oscar Isaac), e o seu exército, precisam visitar o planeta Arrakis (também conhecido como Duna), fonte de “Melange”, para entender o seu funcionamento, mas acabam se envolvendo em uma conspiração, onde são atacados. Agora, Paul e sua família, precisam chegar até o povo local, que mora no deserto, para iniciarem um contra-ataque.
Adaptando somente uma parte da obra de Frank Herbert, a trama de Duna se desenvolve lentamente, já que tem muita explicação sobre o novo mundo apresentado, o que é ótimo para quem não está familiarizado com esse universo. Conhecemos a história dos planetas que nos são apresentados, sua cultura, a dinâmica do império, a importância de Arrakis, e a sua matéria prima, alguns personagens, principalmente Paul, o mais importante da trama, tudo muito bem detalhado, podendo confundir um pouco o espectador. Há elementos do universo de Duna que não conhecemos por completo, possivelmente só saberemos mais na continuação. O ritmo é devagar, fato recorrente nas produções de Villeneuve, mas não é menos interessante, pelo contrário, e a parte da conspiração leva um tempinho para acontecer.
O que mais se destaca em Duna, é a parte técnica, onde há grandes possibilidades de ser indicado ao Oscar nessa categoria. O visual é impactante, desde a concepção das naves e dos habitantes dos planetas, os uniformes, as cidades, o cenário em si, principalmente quando a trama chega no planeta Arrakis, com destaque para o deserto, onde vivem os famosos vermes gigantes, incrivelmente detalhados e apavorantes. Junto com esse visual impressionante, a trilha sonora de Hans Zimmer se destaca tanto quanto, como se estivéssemos assistindo uma ópera, deixando as cenas ainda mais marcantes. É como se a trilha aumentasse o nível de deslumbre do espectador durante a cena. Prevejo aí mais uma indicação. O que pode atrapalhar um pouco é a fotografia mais escura, pincipalmente quando a cena se passa durante a noite, e do nada, somos bombardeados pela luz do dia. Mas essa escolha, dos cenários escuros, é importante para a trama em si.
O que faz Duna ser diferente dos outros filmes de ficção, como Star Wars, por exemplo, é a sua trama política, envolvendo religião, conspirações e reviravoltas. A exploração da matéria prima de Arrakis, pode ser uma referência da mesma situação que os países do oriente médio passam, e é apresentada de uma forma diferente a da trilogia Mad Max, onde o grande diferencial é o tom que o diretor optou por dar. O fato de Paul ser o “predestinado”, o escolhido, também é diferente da situação de Luke Skywalker, em Star Wars. Novamente, é o tom utilizado, e as críticas são mais sérias, fazendo com que a produção seja mais séria, realmente.
O elenco de Duna é outro destaque a parte, com nomes bastante conhecidos, onde os mais importantes para a trama, são melhores desenvolvidos. Mas antes, vamos entender como funciona os laços familiares da produção. Basicamente, são duas grandes famílias: os integrantes da casa Artreides, a de Paul, e a casa Harkonnen, que são os antagonistas do filme. Cada uma dessas casas nobres, comanda um sistema estelar, presentes em um sistema político feudal (o feudalismo). Há também o povo do planeta Arrakis, onde a trama principal se passa, conhecidos como os Fremen, que são explorados pela sua matéria prima Melange, uma especiaria que prolonga a vida de quem a usa. Sabendo disso, vamos seguir em frente.
Timothée Chalamet é Paul, o herdeiro da casa Artreides, e o predestinado a salvar o povo de Arrakis, que vai contra o estereótipo de herói, devido ao seu porte físico e o carisma, não que seu personagem não tenha, mas Paul é mais sério que o Luke de Star Wars, por exemplo. O jovem ator é o grande destaque, e sua personalidade vai se firmando cada vez mais ao longo do filme. Rebecca Fergusson também tem muita importância para a trama, interpretando a mãe de Paul, Jéssica, responsável por “moldar” o futuro herói. Presença constante na jornada do filho, a atriz se mostra determinada nas situações de perigo, principalmente nas cenas de luta de sua personagem.
Marvel e DC também marcam presença no elenco de coadjuvantes. Jason Momoa, o Aquaman, interpreta o guerreiro da casa Artreides, Duncan Idaho, que tem uma forte amizade com Paul; Josh Brolin, o Thanos, é Gurney Halleck, o mestre de armas da casa Artreides, e que também é o mentor de Paul; e Dave Bautista, o Drax de Guardiões da Galáxia, interpreta Glossu Raban, o sobrinho do grande vilão do vilão do filme, o Barão Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgård). A personagem de Zendaya, Chani, integrante dos habitantes de Arrakis, os Fremen, aparece pouco, na maioria das vezes em visões, mas que terá papel importante nos próximos filmes.
Duna não é apenas um simples filme de ficção, é uma produção mais estilosa e séria, da mesma forma de Blade Runner 2049, que também foi dirigido por Denis Villeneuve, uma ópera espacial do jeito que realmente é, sem muito apelo comercial. Tem um ritmo mais devagar, o que pode deixar muita gente incomodada, mas a trama, o desenvolvimento, e a introdução desse incrível universo de Duna, prendem nossa atenção desde o início, rico em informações e detalhes. Tem ótimas atuações, incríveis efeitos especiais, um visual impressionante, uma trilha sonora poderosa, todos elementos que fazem a produção ser um dos grandes destaques do ano, e das próximas premiações também. E quando a produção começa a ficar ainda mais interessante, os créditos sobem, fato que deixa a desejar, no momento, mas nos deixa empolgados, ou não, para o próximo capitulo desse grandioso e soberbo universo de Duna. São 2h40 de duração, mas poderia facilmente continuar passando por mais duas horas.
DUNA (DUNE - PART 1)
Ano: 2021
Direção: Denis Villeneuve
Distribuidora: Warner Bros
Duração: 145 min
Elenco: Timothée Chalamet, Zendaya, Rebecca Fergusson, Oscar Isaac, Jason Momoa, Dave Bautista, Javier Barden, Stellan Skarsgård e Josh Brolin
NOTA: 9,0
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