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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | DRÁCULA DE BRAM STOKER



Drácula é um dos personagens mais famosos e intrigantes da literatura, contando com várias adaptações para o cinema. Escrito pelo autor irlandês Bram Stoker, a obra se tornou referência máxima das histórias de vampiros, sendo que o próprio autor disse que se inspirou em outros contos sobre vampiros, mas foi a partir da obra dele o personagem se popularizou. O primeiro filme que introduziu o conde Drácula para os cinemas, foi clássico alemão Nosferatu, que teve uma refilmagem em 1979, além de outros filmes contando a história do vampirão.


Em 1992, o diretor Francis Ford Copolla (da trilogia o Poderoso Chefão), lançou o que é considerada a adaptação cinematográfica definitiva da obra de Stocker, Drácula de Bram Stocker, que tinha no elenco Gary Oldman, Keanu Reeves, Winona Rider, Anthony Hopkins, Richard E. Grant, Cary Elwes, e Monica Bellucci. Vencedor de três Oscar – maquiagem, figurino, e edição de som -, a trama acompanha o príncipe Vlad/Drácula (Gary Oldman), que após retornar da guerra, sofre com o suicídio de sua amada Elisabetha (Winona Ryder), e acaba se tornando o famoso vampirão. 400 Anos depois, o conde Drácula recebe a visita do advogado Jonathan (Keanu Reeves), e ele acaba descobrindo que a esposa dele, Nina (também interpretada por Winona Ryder), é a reencarnação de sua amada.


Drácula de Bram Stoker é o clássico filme de vampiro com tudo o que a cartilha manda: castelos sinistros, estacas, alho, água benta, crucifixo, caixão, e por aí vai. O diretor Francis Ford Copolla se inspirou no filme Nosferatu, um clássico do expressionismo alemão, lá nos anos 20 para compor a estética de seu filme, principalmente em relação ao jogo de sombras do conde Drácula. Além disso, apesar da produção ser a mais fiel da obra de Stoker, Copolla teve carta branca para criar elementos novos para o seu filme – praticamente todo o arco romântico do vampiro com sua amada Elisabetha foi adicionado. Visualmente, a produção é intrigante e assustadora, com cenários sombrios e góticos, e destaque para o região que cerca o castelo de Drácula, e o próprio castelo em si, contando com uma excelente direção de arte que remete o início do século 20.



Outro destaque é na concepção do conde Drácula, principalmente quando ele se transforma na versão lobo e morcego, terrivelmente assustador, um trabalho de maquiagem muito bem feito (não é à toa que ganhou um Oscar), deixando toda a produção ainda mais impressionante. Porém, nem tudo são flores, e o maior problema do filme de Copolla é o roteiro, muitas vezes confuso e que foge do foco central da trama, além de problemas no seu ritmo, se tornando entediante em vários momentos. Mas o visual gótico, sinistro, e assustador, compensam.


Gary Oldman simplesmente está soberbo, e assustador, como o conde Drácula, que passa séculos esperando o retorno da sua amada, e Winona Ryder transmite toda a pureza e a inocência de sua Mina, que acaba sendo alvo do vampirão, já que ela aparenta ser a reencarnação de sua amada. Keanu Reeves parecia que seria o foco da trama, mas acaba tendo uma participação mais discreta, porém, não menos importante, interpretando o advogado Jonathan. Uma cena bastante polêmica, e bem famosa na época, é a da “orgia” que seu personagem faz com outras três vampiras, onde uma delas é a atriz italiana Monica Bellucci. Anthony Hopkins é o excêntrico caçador de vampiros, e especialista no assunto, Van Helsing, dando um tom mais cômico ao personagem, diferente a obra, e outro destaque é Sadie Frost, que interpreta a sedutora Lucy, amiga de Mina, e que acaba sendo atormentada por Drácula.



Drácula, de Francis Ford Copolla, é a mais fiel adaptação da obra de Bram Stoker do personagem, onde o diretor consegue transportar todo o horror e a ambientação assustadora para o cinema, em uma história de amor gótica e sombria que ultrapassa séculos. Polêmico e marcante, Drácula de Bram Stoker fisga o espectador com sua trama sombria e sensual, apesar do seu ritmo cansar as vezes, mas que se sobressai pela irretocável parte técnica – cenários, maquiagem e fotografia -, e as referências a um outro clássico: Nosferatu.




DRÁCULA DE BRAM STOKER


Ano: 1992

Direção: Francis Ford Copolla

Elenco: Gary Oldman, Keanu Reeves, Winona Rider, Anthony Hopkins, Richard E. Grant, Cary Elwes, e Monica Bellucci



NOTA: 8,5



Disponível na NETFLIX.

















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