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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA

Atualizado: 9 de mai. de 2022



Em 2016, o mago Doutor Estranho fez sua estreia na Marvel apresentando um novo mundo de possibilidades para o MCU, o multiverso. Já vimos um pouco sobre isso nos dois últimos filmes dos Vingadores, Guerra Infinita e Ultimato, e recentemente, no incrível Homem Aranha Sem Volta Para Casa, ao mostrar as outras duas versões do Peter Parker (Tobey Maguire e Andrew Garfield), dos outros universos paralelos. Mas qual a melhor forma de mostrar o multiverso do que no “terreno” mais apropriado, com aqueles personagens que realmente entendem do assunto? Depois de vários problemas, antes mesmo de começarem as filmagens, a tão esperada continuação de Doutor Estranho finalmente estreou, intitulado de No Multiverso da Loucura.


A Marvel havia dito que o novo filme teria mais elementos de terror, e que a trama estaria nas mãos de Scott Derrickson, que já tinha dirigido outros filmes de gênero, como A Entidade. Mas devido a divergências criativas, Derrickson acabou saindo da produção, e coube a um outro diretor, familiarizado com super-heróis, e com filmes de terror, assumir o cargo: Sam Rami, que dirigiu a primeira trilogia do Homem-Aranha, com Tobey Maguire, e alguns filmes de terror, como a trilogia A Morte do Demônio, e Arraste-me Para o Inferno. Doutor Estranho No Multiverso da Loucura traz mais essa pegada de terror trash, mas sempre mantendo os principais elementos dos filmes do estúdio, até porque, ainda é um filme da Marvel. Benedict Cumberbatch retorna ao papel do mago Stephen Strange, e a produção ainda tem no elenco Elisabeth Olsen, Chiwetel Ejiofor, Benedict Wong, Xochitl Gomez, Michael Stuhlbarg, e Rachel McAdams.


Doutor Estranho acaba conhecendo America Chavez (Xochitl Gomez), que tem a habilidade de atravessar os multiversos na maior facilidade. Com isso, Wanda/ Feiticeira Escarlate (Elisabeth Olsen), dominada pelo livro Darkhold, se volta contra Strange para pegar os poderes de America, perseguindo-os através dos multiversos, e assim, poder encontrar seus dois filhos que ela criou em Westview.


Para não ficar perdido nos multiversos, o espectador teria que assistir o primeiro Doutor Estranho, as séries WandaVision, Loki, e a de animação What If, e o mais recente filme do aracnídeo, Sem Volta Para Casa. No Multiverso da Loucura é o filme da MCU mais diferente que já foi produzido, fugindo um pouco da “fórmula Marvel”, mas mantendo toda a essência, claro, e tendo bastante elementos de filmes de horror, trash principalmente, que é uma marca registrada de Sam Raimi. Ora, o que esperar de um universo de magos e feiticeiros sem trazer demônios, monstros e rituais? Alguns filmes da franquia Harry Potter tem uma pegada mais assustadora também. Talvez, seja pela produção seguir por esse caminho, fato que tem dividido a opinião dos fãs. Há vários momentos de terror que chegam a ser engraçados, bizarros, e até exagerados, mas é assim que você se sente ao assistir um filme do gênero, e por ser um filme da Marvel, tira um pouco o espectador da zona de conforto.



O roteiro de Doutor Estranho No Multiverso da Loucura é bem ágil, desenvolvido, e vai direto ao que interessa, sem enrolação, pode parecer um pouco corrido demais as vezes, mas não atrapalha em nada o divertimento; há poucos momentos de pausa entre uma cena de ação e a outra. Não dá para negar que a produção é um filme de terror dentro do Universo Cinematográfico da Marvel: o roteiro, escrito pela dupla Michael Waldron, e Jade Bartlett, flerta com momentos de tensão e suspense, com aquelas longas pausas antes do premeditado susto, e aliado a competente direção de Raimi, que entende muito bem sobre esses assuntos, temos um combo completo. E como resultado, vemos Wanda ensanguentada perseguindo os personagens, demônios, espíritos, rituais satânicos, livros macabros, além de cenários que remetem a filmes de terror. As sequencias de ação não deixam a desejar em nada, são um espetáculo visual incrível, planos abertos com destruições no mesmo nível de Vingadores, e todas as lutas envolvendo magia são memoráveis; e quase sempre, mantém os elementos de terror trash.


Outra coisa que se sobressai, em relação aos personagens, é intensa carga dramática de suas histórias, com os dramas muito bem desenvolvidos, sempre focando no lado bom e ruim de cada um; e obviamente, os destaques são Wanda e Doutor Estranho. Da para relevar os motivos cruéis de Wanda para ter os filhos de volta, afinal, é o desejo de mãe, um instinto maternal, assim como o conturbado relacionamento do Doutor Estranho com Christine Palmer (Rachel McAdams), além do fato de ele sempre ter escolhas duvidosas, e seguidamente lembrado por elas (lembram quando ele deu a joia do tempo para Thanos dar o estalo?).


Mas é Wanda/ Feiticeira Escarlate, interpretada mais uma vez por Elisabeth Olsen, o grande destaque de Doutor Estranho No Multiverso da Loucura. Ela cria uma vilã forte, e indestrutível, fazendo de tudo para conseguir o que quer, causando terror por onde ela passa, eficiente na sua transição de Wanda para a Feiticeira Escarlate do mal. Mesmo sendo tão malvada, ela consegue, de alguma forma, criar uma empatia com quem assiste. Benedict Cumberbatch também traz bastante complexidade a Stephen Strange, onde é explorado o seu relacionamento com Christine em todos os multiversos possíveis. Xochitl Gomez (America) e Benedict Wong (o mago Wong) tem papeis importantes na construção dos personagens de Cumberbatch e Olsen, são os alicerces da personalidade de ambos. Wong já apareceu em diversos filmes da Marvel após sua introdução em Doutor Estranho, de 2016, sempre com um bom humor, e muito carisma, e Gomez faz sua estreia com louvor no universo cinematográfico da Marvel. Há diversas participações especiais que com certeza vão empolgar os fãs, além de vários easter-eggs, e revelações.



Com Doutor Estranho No Multiverso da Loucura, a Marvel sai da sua zona de conforto ao trazer um filme que foge um pouco do “padrão” do estúdio, com elementos de terror trash, típicos dos filmes de Sam Raimi. Ainda tem as piadas e o humor dos filmes do estúdio, o carisma dos personagens, os incríveis efeitos especiais e as eloquentes sequencias de ação, mas vem junto no pacote uma atmosfera mais sombria, com demônios, sacrifícios, rituais, e tudo mais. Pode soar estranho assistir tudo isso dentro do MCU, mas acaba sendo divertido, lembrando que esses elementos trash são propositais, e fazem parte do mundo dos magos e feiticeiros. O roteiro traz alguns erros de sequencias, e é um pouco corrido, mas é eficiente na sua proposta, e ainda, discute as típicas divergências entre o bem e o mal. Sam Raimi acerta no seu retorno as adaptações de HQ’s, deixando sua assinatura em seu novo filme. [POSSÍVEIS SPOILERS] - Há duas cenas pós-créditos: a primeira é sobre o futuro do MCU nos cinemas, e a segunda, é uma brincadeira (que tem inicio no meio do filme ainda), referente a um dos filmes de Sam Raimi, nada de relevante para o MCU.



DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA (DOCTOR STRANGE INTE DE MULTIVERSE OF MADNESS)


Ano: 2022

Direção: Sam Raimi

Elenco: Benedict Cumberbatch, Elisabeth Olsen, Chiwetel Ejiofor, Benedict Wong, Xochitl Gomez, Michael Stuhlbarg, e Rachel McAdams.



NOTA: 9,0

















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