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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | DIVERTIDA MENTE 2

Atualizado: 27 de jun.



O primeiro Divertida Mente, de 2015, provavelmente é o filme mais adulto da Disney/Pixar, seja nos diálogos ou na sua abordagem, servindo tanto parta adultos quanto para as crianças, e ainda ganhou o Oscar de melhor Animação. No filme, acompanhamos a garotinha Riley na infância passando por alguns problemas, tudo mostrado a partir do ponto de vista de suas emoções principais, Alegria, Tristeza, Nojinho e Medo, que comandavam o cérebro de Riley.


Mas todo mundo cresce - inclusive nas animações -, surgem novos sentimentos, novos problemas, e é aí que entra a trama de Divertida Mente 2, continuação direta do filme de 2015, mostrando Riley na adolescência, nos seus 13 anos de idade. Com isso, novas emoções surgem – Ansiedade, Vergonha, Inveja e Tédio -, emoções típicas de adolescentes que prometem causar um caos na mente da nossa protagonista. Na trama, Riley está prestes a entrar no ensino médio, seu novo hobby é o hockey de gelo, e tem duas grandes amigas que também fazem parte do time. As três amigas são chamadas para participar de um campeonato de Hockey em um acampamento, mas acaba descobrindo que elas vão se mudar para outra escola. Preocupada por ficar sozinha sem suas amigas, Riley faz novas amizades no acampamento, e isso abre espaço para novas emoções surgirem - controladas pela ansiedade -, que quer formar uma nova personalidade.


Com a chegada da puberdade, temos novas preocupações, seja com a nossa aparência, a popularidade, as amizades, e também já pensamos no nosso futuro, e ai surgem novos sentimentos; Divertida Mente 2 é mais complexo e intenso do que o original. A dinâmica não é muito diferente do primeiro – as emoções são expulsas da sala de controle também -, conhecemos novos lugares da mente de Riley (e revisitamos alguns), como a sala da imaginação, o rio da consciência, e o cofre dos segredos, tudo muito criativo e cheios de detalhes e referências. A narrativa se divide em dois caminhos: uma delas são as emoções primárias de Riley tentando voltar para o centro de controle, enquanto a Ansiedade tenta formar uma nova personalidade na Riley no centro de controle, o que pode causar um caos enorme. O público vai sentir falta daqueles momentos mais tristes, emocionais, e mais profundos que o original tinha, também há poucos momentos dramáticos – nada supera aquela cena final do Bing-Bong -. A única situação mais intensa mesmo é a tão comentada cena da crise de ansiedade da Riley, muito forte para quem sofre de ansiedade, e já passou por essa situação.



Se no primeiro filme a Tristeza era a emoção predominante de Riley, em Divertida Mente 2 é a vez da Ansiedade, e ela acaba se tornando a antagonista do filme, mas também não é bem por esse caminho. Apesar dessa emoção – como personagem - ser tão fofinha e bonitinha, ela é uma bomba-relógio, mesmo que suas intenções sejam as melhores, mas a sua impulsividade e desespero podem gerar graves consequências para Riley. Vale destacar a dublagem sensacional de Tata Werneck, que caiu perfeitamente para a personagem. O Tédio também se destaca bastante, soltando deboches icônicos, e a Vergonha com toda a sua timidez e fofura rouba a cena. E apesar de algumas das novas emoções terem um tempo menor em tela, todas têm papel importante na jornada pessoal de Riley, e o diretor Kelsey Mann soube manejar tudo perfeitamente.


No primeiro Divertida Mente aprendemos que a tristeza também é importante para a nossa formação pessoal, o famoso “chorar faz bem”, e agora, as emoções de Riley nos ensinam a aceitar todas as nossas emoções e convivê-las em harmonia, ou tentar pelo menos. A nossa amada protagonista cresceu, está amadurecendo, e com isso novas responsabilidades e sentimentos começam a surgir, e todo o ato final – quando a Ansiedade toma conta da Riley -, nos mostra como podemos ficar vulneráveis as nossas emoções e aos problemas que surgem, além de ensinar que um simples abraço pode curar grande parte dos nossos problemas, ou pelo menos amenizar, nos acalmar, para poder lidar como esses turbilhões de emoções.



Divertida Mente 2 é mais do que um monte de personagens coloridos e fofinhos, é praticamente uma lição sobre a psicologia humana e que provavelmente fará mais sentido para adolescentes e adultos, mas as crianças também vão se divertir bastante. Com muito humor, situações engraçadas, piadas sensacionais, e muita emoção, Divertida Mente 2 é um filme necessário e uma das animações mais incríveis da Disney/Pixar. Mas ainda prefiro o primeiro Divertida Mente, que é irretocável.




DIVERTIDA MENTE 2 (INSIDE OUT 2)


Ano: 2024

Direção: Kelsey Mann

Distribuidora: Disney/Pixar

Duração: 93 min

Elenco: vozes de Tatá Werneck, Dani Calabresa, Mia Mello, Otaviano Costa, Leo Jaime.


NOTA: 9,5


















,kkk


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