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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | DESESPERO PROFUNDO



Um dos subgêneros mais interessantes e angustiantes é o de sobrevivência – quando personagens estão em alguma situação de perigo que envolva a natureza, seja lugares ou animais -, e que geralmente seguem mais para o lado do drama. Desespero Profundo é a nova produção desse subgênero, contando a história de um avião que cai no mar, e os sobreviventes precisam encontrar uma forma de escapar. Até aí tudo bem, temos um clássico filme de sobrevivência. Porém, o diretor suíço Claudio Fäh coloca na trama tubarões tocando o terror nos poucos sobreviventes, que precisam sair antes que o avião cai de vez no fundo do oceano. Sophie McIntosh, Phyllis Logan, Will Attebborough, Manuel Pacific e Colm Meaney estão no elenco.


Desespero Profundo é um filme bastante peculiar, bem intimista mesmo, misturando drama e o desespero dos personagens pela situação que estão enfrentando, e a intensa luta pela sobrevivência contra tubarões famintos, com direito a sangue e cenas gore. A trama não enrola muito, vai apresentando os personagens e logo temos a cena do acidente do avião, muito realista por sinal, inclusive quando ele afunda no mar. A tensão é constante, apesar dos seus altos e baixos, e vai cada vez aumentando mais à medida que o avião vai se espedaçando e afundando dentro do oceano. E se não bastasse os perigos que os personagens estão enfrentando por estarem embaixo d’agua – e dentro do avião -, eles ainda têm que lidar com tubarões famintos, em cenas violentas e cheias de sangue. Aqui vai uma ressalva: poderiam ter mais cenas com os tubarões. E claro, não espere muita coerência do filme, já que o roteiro ignora muitas leis da física e das aulas de mergulho.



Outro ponto a favor de Desespero Profundo – mas não tanto -, são os personagens e o elenco. Apesar de todos serem bem chatos e muito caricatos, eles fazem grande diferença na trama, são muito bem desenvolvidos e tem uma grande evolução à medida que vão se deparando com os perigos. Mesmo assim, não consegue fugir dos clichês de personagens de filmes de sobrevivência: o cara irritante, o piadista, a criança inteligente, a mocinha filha do presidente, o namorado metido a sabichão. A maioria do elenco não são conhecidos pelo grande público, mas um nome chama a atenção, Will Attenborough. O jovem é neto do falecido ator Richard Attenborough, que ficou marcado ao interpretar John Hammond na franquia Jurassic Park. O destaque maior é para o jovem comissário de bordo Danilo, interpretado por Manuel Pacific, e a protagonista Ava, interpretada por Sophie McIntosh.


Desespero Profundo tem outros pontos positivos na parte técnica, principalmente nas cenas dentro do avião, quando já estão submersos, passando uma sensação de desesperança em tentar escapar dali. No mais, a produção tem um resultado final razoável, mas está longe de ser uma obra prima. É intenso, os personagens até convencem em algumas cenas, os ataques dos tubarões são violentos e repentinos, e de certa forma, o filme consegue prender a nossa atenção e deixar o espectador angustiado com as situações de perigo que eles vão enfrentar. E apesar dos absurdos nas cenas, os clichês, e as leis da física totalmente ignoradas, Desespero Profundo cumpre o seu papel.




DESESPERO PROFUNDO (NO WAY UP)


Ano: 2024

Direção: Claudio Fäh

Distribuidora: Diamond Films

Duração: 90 min

Elenco: Sophie McIntosh, Phyllis Logan, Will Attebborough, Manuel Pacific e Colm Meaney



NOTA: 7,5

















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