CRÍTICA | PEDIDO IRLANDÊS

Atualizado: 22 de abr.

O terreno das comédias românticas é bastante amplo, mas os filmes desse gênero, na maioria das vezes, são muito repetitivos, são bobinhos, cheios de clichês, e sem muita inovação. Salvem-se algumas que acabam se diferenciando, seja pelos momentos inusitados, o apelo dramático, a trama, os personagens – e o elenco -, e a forma como é contada. Depois de sua primeira tentativa de retornar ao cinema, com o sem graça “Queridinha de Natal”, Lindsay Lohan surge em seu segundo filme, Pedido Irlandês, comédia romântica que mistura conto de fadas, “realidades paralelas”, casais apaixonados – mas trocados -, e muitos clichês do gênero.

Pegando elementos de O Casamento do Meu Melhor Amigo, a trama acompanha a editora de livros Maddie (Lohan), que é apaixonada pelo seu colega Paul (Alexander Vlahos), mas ele acaba ficando noivo de sua amiga, Emma (Elisabeth Tan). O casamento vai ser na Irlanda, e lá ela acaba conhecendo o fotografo James Thomas (Ed Speleers), por quem acaba ficando interessada. Durante um passeio, Maddie acaba encontrando um poço dos desejos, e faz um pedido: se casar com Paul. Então, ela acaba trocando de lugar com a sua amiga Emma, mas aos poucos ela vai percebendo que ele não era tudo que pensava.

Pedido Irlandês é uma típica comédia romântica sem nenhuma grande pretensão, mostrando que a pessoa certa não é a que queremos, e que o amor pode trazer grandes reviravoltas. A trama tem vários personagens, mas o foco principal acaba sendo Maddie (Lindsay Lohan) e James (Ed Speleers): o casal vai se conhecendo ao longo do filme, conversando sobre os gostos de cada um, sobre o futuro, onde vão descobrindo que podem ser perfeitos um para o outro. Mas como de costume, um deles tem alguém que os impedem de ficarem juntos – clichê básico das comédias românticas -. É aquela história, você pode estar encantado pela pessoa, mas só vai saber se é a certa depois que você convive e a conhece de verdade, e Maddie tem a “sorte” de fazer isso através de um “pedido mágico”. E para dar um charme maior a produção, a fotografia belíssima casa perfeitamente com a trama, os belos cenários da Irlanda são um deleite para os olhos, e ainda passa aquele toque de magia e conto de fadas que é a proposta do filme.

Os personagens coadjuvantes são mal desenvolvidos na trama, e assim, o destaque vai para os personagens de Lindsay Lohan e Ed Speleers, o casal da vez, e os mais interessantes da produção. A química entre eles é bem visível – nada de tão especial, mas é eficiente dentro da proposta simples do roteiro -, fazendo com que seus personagens entrem em uma deliciosa sintonia, o que torna fácil para o público torcer para que fiquem juntos. Mas Pedido Irlandês não é somente sobre o casal, mas também sobre Maddie: é a jornada de sua vida, onde a personagem precisa entender os sentimentos por Paul, e sobre si mesmo, no sentido de traçar um rumo para a sua vida, já que ela “vive nas sombras” de Paul, enquanto podia escrever o seu próprio livro.

Pedido Irlandês é uma comédia romântica bem leve, honesta, descontraída, além de ser bem curtinha, o que é bom porque não enrola, não tem excessos, e tudo se desenvolve bem. Repleta de clichês, muito romance e cenários incríveis, o filme da Netflix se sustenta através de uma fórmula fácil no gênero, mas se sobressai pelas belas paisagens da Irlanda, e a química do casal protagonista – interpretados por Lindsay Lohan e Ed Speleers -, e o seu bom desenvolvimento na trama. O pedido de Maddie é a prova mágica que “nem tudo o que desejamos, é realmente o que queremos”, basta um pouco da “magia do destino” para percebermos isso. Pedido Irlandês não é o filme definitivo das comédias românticas, e você provavelmente assistirá só uma vez e esquecer que está no streaming, mas é uma boa surpresa na plataforma.