CRÍTICA | DEMÔNIO

Ficar preso em um elevador é algo “normal” no dia a dia das pessoas, e isso pode acontecer com qualquer um. Mas e se isso acontecer, e você descobrir que está em um filme de M. Night Shyamalan? O diretor ficou famoso com seu clássico O Sexto Sentido, que já é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. Após isso, o diretor teve uma carreira altos e baixos, onde se destacam apenas Sinais e Corpo Fechado. Sua mais nova produção é Demônio, onde Shyamalan apenas assina o roteiro, ficando a cargo de John Erick Dowdle a direção. Com muito sustos e mistérios, a nova empreitada tem no elenco Logan Marshall-Green, Chris Messina, Bokeem Woodbine, Jenny O'Hara, Bojana Novakovic, Geoffrey Arend e Jacob Vargas.

A história é bem simples e básica: cinco pessoas desconhecidas ficam presas dentro de um elevador, e para surpresa de todos, ou não, coisas estranhas começam a acontecer, e chega-se à conclusão que um deles não aparenta ser o que é.

Demônio se passa, praticamente, o tempo todo dentro de um elevador, intercalando com cenas do lado de fora, onde a policia tenta resolver esse mistério. Seguindo a linha das novelas de “quem é o assassino”, o roteiro vai introduzindo os personagens, contando suas histórias e motivos de estarem ali nesse fatídico dia, enquanto, um a um, eles são atacados, e mortos, por algo sobrenatural. Surge então o grande mistério: quais dos cinco ali dentro é o tal demônio?

O enredo, em geral, é um pouco previsível, usa bastante clichês de luzes apagadas, desconfianças e brigas, mas a situação pede isso, e se prestar bem atenção nos detalhes, o espectador já desvenda todo o mistério antes do final. A produção é mais interessante do que assusta, tem bastante suspense e momentos tensos, prende a nossa a atenção e para quem gosta de solucionar problemas, Demônio é um prato cheio de pistas. Todos os personagens tem alguma ligação e, obviamente, motivos para estarem nessa situação sobrenatural, ou seja: não é à toa que eles são ameaçados por um demônio, então, bons samaritanos eles não devem ser.

Talvez, a dinâmica de as luzes se apagarem, alguém morre, e tudo se repete várias vezes, pode ser exaustivo, e tem um ritmo lento também, mas como a produção é curtinha, em torno de 1h20 de duração, poderá passar despercebido. No fim, Demônio não vai mudar o gênero do terror, ou ter alguma revelação surpreendente que todo mundo aí sair por aí comentando, é um filme básico e bem executado, com bastante mistério e suspense, e só. Diverte, rende uma boa sessão, e vale a pena para descobrir quem é o tal demônio.

Originalmente publicado em 2010. Editado em 2020.