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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | CORINGA

Atualizado: 8 de out.



Coringa é um dos maiores e mais conhecidos vilões das HQ's, e já foi interpretado por atores renomados, como Jack Nicholson em Batman (1989), Heath Ledger em O Cavaleiro das Trevas (2008), Jared Leto em Esquadrão Suicida (2016), e agora Joaquim Phoenix em Coringa. O mais marcante, com certeza, foi o de Ledger no segundo filme da trilogia de Christopher Nolan, que acabou ganhando um Oscar póstumo pela sua atuação. Mas o novo filme do Coringa, dirigido por Todd Phillips, foi alvo de polêmicas por ser extremamente violento, mas acabou sendo aclamado pelo público, principalmente pela atuação de Phoenix. Além disso, muitos achavam que se tratava de um filme de super heróis, mas não foi isso que eles encontraram no cinema. Joaquim Phoenix, Robert DeNiro, Frances Conroy e Brett Cullen estão no elenco.


O filme de Todd Phillips não é sobre super heróis, e nem tem cenas de ação, e sim um thriller psicológico sobre a origem do icônico Coringa. O roteiro mostra a dura vida do personagem, que sofreu - e ainda sofre - abusos, bullying, que é dependente de remédios, não tem uma vida social boa e com uma tristeza muito visível. A construção do personagem é excelente, onde o próprio Todd Phillips, junto com Scott Silver, escreveu o roteiro, e que vai moldando o Joker até ele se tornar o icônico vilão, ou quase. Os roteiristas conseguem criar uma história cruel e tensa causando sentimentos de angustia, pavor, tristeza, e até empatia com o personagem, mostrando que ele não se tornou o que ele é assim do nada. Sem ação, sem efeitos especiais, só uma história complexa e chocante de um dos personagens mais enigmáticos do cinema.


Há uma ótima crítica social no filme de Todd Philips, e seria errado se não tivesse. Aos poucos, o roteiro mostra o colapso de Gothan City, levando a violência, opressão, e o desprezo da sociedade com os mais pobres, além do bullying que o personagem sofre constantemente. Aliado a isso, a excelente direção de arte, mostrando uma cidade caótica, suja, depressiva, violenta e sem esperanças, ajuda a dar um tom mais sombrio na produção; e destaque para a angustiante trilha sonora, melancólica na maioria das cenas.



Joaquim Phoenix é o maior destaque de Coringa, entregando uma atuação do mesmo nível de Heath Ledger, e muito mais complexa também. Mas são filmes diferentes, e exigem atuações diferentes, então seria injusto compara-los. Phoenix está soberbo interpretando o Coringa, irreconhecível, magro, esquelético, quase que um monstro de tão assustador e sombrio, conseguindo transmitir toda a tristeza do personagem apenas com um olhar confuso e perdido. O público consegue sentir o sofrimento do personagem e entender os motivos que levam ele a cometer algumas loucuras até chegar ao seu iminente destino. É uma atuação digna de Oscar. O veterano Robert De Niro também está presente, interpretando um apresentador de Talk Show; o ator faz participa de uma chocante cena. E será que Thomas Wayne, e seu filho, Bruce, aparecem?


Todd Miller nos apresenta um dos melhores Coringa do cinema, em um filme que pega os trejeitos do personagem, cria uma história original, e mantém a essência do vilão. É uma produção pesada, com uma forte crítica social, muitas delas um reflexo da sociedade atual que aos poucos vai moldando o vilão de uma forma eficiente e muito bem conduzida. É um filme necessário para os dias atuais, com uma história intrigante e angustiante da origem do Coringa, que conta com uma incrível e impressionante interpretação de Joaquim Phoenix. Coringa é um filme que vai ficar na mente das pessoas por um bom tempo, pelo menos até o Oscar.



CORINGA (JOKER)


Ano: 2019

Direção: Todd Miller

Distribuidora: Warner Bros

Duração: 122 min

Elenco: Joaquim Phoenix, Robert DeNiro, Frances Conroy e Brett Cullen



NOTA: 10



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