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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | CONTÁGIO


O cinema sempre viu eventos climáticos, objetos do espaço e até invasão alienígena, como principais causas para a extinção da humanidade. Mas existe uma outra mais mortal, invisível a olho nu, que chega silenciosamente, e só percebemos quando ele se espalha: o vírus. Pouco explorado no cinema, de vez em quando surgem filmes com esse tema, como Epidemia, Os 12 Macacos, e a refilmagem Os Invasores. Agora, temos Contágio, dirigido por Steven Soderberg, sobre um novo vírus letal que surgiu, mostrando a rápida dispersão, e suas consequências. No elenco estrelar estão Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law, Lawrence Fishburne, Marion Cootilard, Gwyneth Paltrow e John Hawnkes.


O enredo é bastante simples: um vírus letal surgiu, facilmente transmitido pelo ar e por objetos, que se espalha rapidamente, causando mortes, caos e pânico na população. Ao mesmo que civis tentam sobreviver a nova ameaça, cientistas do mundo todo correm contra o tempo para encontra uma cura.


Com um ritmo mais lento, mas direto e não menos interessante, a trama mostra várias histórias paralelas, onde a maioria dos personagens não se encontram, e acompanhamos o avanço do vírus, as causas na população, internações, mortes, caos, com um tom realístico. Tem alguns clichês, como o governo acobertando situações, o que não deixa de ser verdade, é tenso quando a ameaça chega a um nível apocalíptico, mostrando as consequências das transmissões, e a trama prende a nossa atenção, nos deixando curiosos para entender tudo o que está acontecendo.



Não há muito tempo para o roteiro desenvolver os personagens, mas o pouco já é suficiente para termos alguma empatia por eles, ainda mais que são atores conhecidos pelo público. Sentimos a tristeza do personagem de Matt Damon, o drama da dra. Erin (Kate Winslet), o blogueiro Alan, interpretado pelo ótimo Jude Law, que expõe os segredos e podres do governo, a situação tensa vivida pela personagem de Gwyneth Paltrow, a correria para controlar o caos instalado e a busca pela cura que os personagens de Lawrence Fishburne e Marion Cootilard, junto com a dra. Erin, enfrentam. A dinâmica dos personagens é bem interessante, onde temos três grupos distintos: os cidadãos comuns, os cientistas, e a mídia, todos tem papeis importantes na trama e deixam a trama bem ágil.


Contágio é mais parado, mas tem um ritmo intenso, com situações marcantes, principalmente no impacto mundial que o vírus está causando, onde até os atores mais queridos podem ter seus personagens mortos ou doentes. A direção de arte, com cores que variam de acordo com o tom da produção, e as cidades vazias, e a trilha sonora, são pontos fundamentais para criar a tensão e o pavor necessários.


Sem excessos e situações fantasiosas, não enrola e tem uma trama bastante séria, onde todos os personagens são importantes e tem suas funções, Steven Soderberg nos traz uma produção realista, crua e direta, mostrando uma realidade que pode aparecer a qualquer momento, através de uma ameaça invisível e poderosa. O desfecho pode deixar muita gente frustrado por ser simples demais, mas termina de uma forma interessante e chocante que fará muita gente pensar o tema.


A postagem foi editada em 2020, e revendo o filme de novo, é incrível como Contágio, indiretamente, previu a corona Vírus de uma forma assustadora em praticamente todos os sentidos, desde as formas de infecção, os lugares vazios, os corpos sendo enterrados, máscaras, e até chegar no pico do avanço do vírus. É interessante assistir o filme novamente e comparar com a nossa atual situação. Você vai se surpreender.


Originalmente postado em 2011. Editado em 2020.








CONTÁGIO (CONTAGION)


Ano: 2011

Direção: Steven Soderberg

Elenco: Matt Damon, Kate Winslet, Jude Law, Lawrence Fishburne, Marion Cootilard, Gwyneth Paltrow e John Hawnkes.



NOTA: 9,0










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