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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | CHAMAS DA VINGANÇA (1984 - 2022)



Stephen King é um dos escritores que mais tem suas obras adaptadas para o cinema, até os dias de hoje, clássicos como O Iluminado, It – A Coisa, Carrie – A Estranha, A Espera de Um Milagre, O Nevoeiro, entre outros, são algumas das melhores adaptações. Mas nem sempre tudo sai como planejado, e grandes obras do autor adaptadas acabaram dando erradas, como é o caso do recente A Torre Negra, e esse Chamas da Vingança, estrelado por Zac Efron e Ryan Kiera Armstrong, refilmagem do filme homônimo de 1984, que tinha como protagonista Drew Barrymore com apenas nove anos de idade. Chamas da Vingança é uma adaptação do livro Firestarter, que no Brasil foi lançado como A Incendiária, com muitas diferenças, tanto da obra literária, quanto do filme original, e estreou nos EUA com críticas negativas, além de ter sido um fracasso nas bilheterias por lá. A refilmagem tem na direção o novato Keith Thomas, do mediano The Vigil, e ainda estão no elenco, Sidney Lemmon, Michael Greyeyes, Gloria Reuben e John Beasley.


Na trama, Charlie (Ryan Kiera Armstrong) tem o poder de pirocinese, pessoa que controla o fogo com a mente, e junto com o seu pai, Andy McGee (Zac Efron), que consegue controlar a mente das pessoas, são perseguidos por agentes do governo que querem realizar estudos com a garotinha.


Chamas da Vingança é mais uma das obras de Stephen King em usar crianças/adolescentes malvadas como protagonistas: Carrie (Carrie - A Estranha), Danny Torrance (O Iluminado), Isaac Chroner e seu exército infantil de A Colheita Maldita, e as crianças de It – A Coisa. O roteiro de Scott Teems, que também escreveu Halloween Kills – O Terror Continua, é bastante raso, não se aprofunda nas questões que são levantadas – bullying, o que é certo e errado, responsabilidades (de Charlie usar seu poder, e as consequências), nem os personagens recebem o devido trabalho. O original era mais ousado, Drew Barrymore usava mais os seus poderes, sem falar no desfecho desse remake, bem inferior ao filme de 1984, e que até entrega uma boa carga dramática, mas tudo é muito corrido; aliás, o filme todo é corrido, e mesmo assim, parece que é mais longo ainda. E com a tecnologia atual, coisa que o original não podia usufruir, os efeitos especiais são eficientes em alguns momentos, mas que poderiam ter sido melhor utilizados.



O roteiro não desenvolve bem os seus personagens, pouco sabemos sobre eles, e é bem difícil sentir alguma empatia. Mas pelo menos, Zac Efron e Ryan Armstrong entregam boas atuações. Efron capta bem toda a complexidade de Andy, mostrando, mais uma vez, que é um bom ator, e a jovem Ryan não tem o carisma de Drew Barrymore, mas convence como uma criança malvada (não que seja uma), onde acaba se tornando mais protagonista do que a Charlie dos anos 80. Michael Greyeyes é um dos antagonistas de Chamas da Vingança, Rainbird, pouco trabalhado, e nada ameaçador quanto o do filme de 84, interpretado pelo falecido George C. Scott, assim como a personagem de Gloria Reuben, que parece ser a líder da instituição, sem nenhuma relevância, e torcemos para que Charlie taque fogo nela o mais rápido possível.


No fim, fica clara a sensação que Keith Thomas poderia ter explorado melhor a adaptação, utilizando mais o elemento “road movie”, mostrando mais os poderes da protagonista, e introduzido melhor o tal instituto, e as suas experiencias. Nesses quesitos, o original se sai bem melhor, e olha que esse foi bastante criticado também. Os personagens não convencem, existem furos no roteiro, e muita coisa não é explicada; faltou mais ousadia, e era esperado mais emoção, sentimento que o filme de 1984 também não tinha. A trilha sonora se destaca, muito similar aos filmes dos anos 80, claro, já que ela foi composta pelo icônico John Carpenter, e os mesmos compositores de Halloween Kills. Com um desfecho fraco e sem a violência esperada, esse novo Chamas da Vingança é bem inferior ao original, foge muito da obra de Stephen King, e opta por seguir um caminho mais simples e dentro da sua zona de conforto. Faltou mais fogo, que pelo menos, o trailer tem. Detalhe: o mesmo efeito do vento no cabelo da personagem de Drew Barrymore, quando ela vai usar o seu poder, muito ridicularizado no original, é mantido no remake.


Após as imagens e o trailer, leia a critica da versão de Chamas da Vingança, de 1984.




CHAMAS DA VINGANÇA (FIRESTARTER)


Ano: 2022

Direção: Keith Thomas

Elenco: Zac Efron, Ryan Kiera Armstrong, Sidney Lemmon, Michael Greyeyes, Gloria Reuben e John Beasley.



NOTA: 5,0
















 



CHAMAS DA VINGANÇA (FIRESTARTER)


Ano: 1984

Direção: Mark L. Lester

Elenco: Drew Barrymore, David Keith, George C. Scott, e Martin Sheen.



NOTA: 7,0














Nem todas as obras de Stephen King adaptadas para o cinema deram certo, e Chamas da Vingança é uma deles. A produção de 1984 foi duramente criticada, e está nas listas das piores adaptações de King para os cinemas. Estrelado por Drew Barrymore aos seus nove anos de idade, o filme de Mark L. Lester ainda tem no elenco David Keith, George C. Scott, e Martin Sheen. Na trama, Andy (David Keith), e sua filha de nove anos, Charlie (Drew Barrymore) tem poderes paranormais, resultado de testes realizados pelo governo americano. Eles acabam sendo alvos de uma organização chamada “A Oficina”, que os perseguem por todo o lugar.


Chamas da Vingança é uma produção bastante irregular, dividida em dois atos distintos. A primeira, mostra o pai e a filha fugindo dos agentes do governo, o que deveria ser empolgante, mas acaba não sendo, e mistura flashbacks corridos de como Andy conheceu a mãe de Charlie. A segunda, é no centro de pesquisas da tal “Oficina”, ganhando ares de ficção cientifica, e chega a ser mais interessante, mas o ritmo é bem entediante, salvo as cenas com os testes feitos na garotinha incendiária, onde ela mostra o seu verdadeiro poder. Um detalhe que chega a ser cômico, é quando Charlie vai usar o seu poder para atacar as pessoas, e a câmera foca no rosto da personagem, com aquele clássico vento balançando os cabelos dela; a mesma coisa acontece quando Andy usa o seu poder, mas sem o efeito do vento.


A relação de pai e filha é bem trabalhada no roteiro, mas não é o suficiente para que o espectador crie um vínculo maior com eles. David Keith não convence com o seu personagem, não tem carisma nenhum, e o seu caso piora quando fica preso na sede da “Oficina”. Drew Barrymore era o rostinho queridinho dos anos 80, já que dois anos antes ela estrelou o clássico E.T. – O Extraterrestre, e estaria em outra adaptação de Stephen King, Olhos de Gato. A atriz, na época, era muito fofinha, e não convencia muito como uma garotinha do mal, não pela sua atuação, mas porque já tinha ganho a simpatia do público com E.T., e torcemos para que ela taque fogo em todo mundo. Dos coadjuvantes, o mais conhecido era Martin Sheen, pai do ator Charlie Sheen, da série Two And a Half Man, que interpretava um politico corrupto, e ainda tinha o falecido ator George C. Scott, um dos líderes da tal “Oficina”, nada de tão especial, mas foi o suficiente para enganar a personagem de Drew Barrymore.



O ponto alto de Chamas da Vingança é o seu desfecho, quando Charlie “surta” de vez, e começa a tacar fogo em todos os agentes da Oficina, em uma cena bem produzida, com bons efeitos especiais para a época, já que ainda não existia o famoso CGI. Para essas cenas, foi usado fogo de verdade, assim como as bizarras bolas em chamas, que eram suspensas em cabos. No mais, Firestater é bastante mediano, e que está longe de ser um filme de terror, já que falta suspense, não convence nas atuações, e tem uma trama superficial e sem muita emoção. Pelo menos, foi fiel à obra de Stephen King, e os únicos momentos interessantes são quando Charlie usa seus poderes para queimar os bandidos. E sabia que Chamas da Vingança poderia ter sido diferente? Acontece que antes de Mark L. Lester assumir a direção, o mestre do suspense John Carpenter iria comandar a adaptação. Porém, o estúdio não estava feliz com o “fracasso” (??) de O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982), dirigido por Carpenter, e estavam receosos de que o novo filme não desse certo; provavelmente, Chamas da Vingança teria sido muito melhor. E ironicamente, The Thing é considerado um dos melhores filmes de terror da história do cinema hoje em dia. Em 2002, o filme ganhou uma continuação, intitulado de Vingança em Chamas, trazendo Malcolm McDowell, Dennis Hoper e Marguerite Moreau (interpretando a personagem de Drew Barrymore adolescente) no elenco.








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