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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | CARRIE: A ESTRANHA (2013)


Hollywood sempre investiu em refilmagens de grandes clássicos do cinema para trazer ao público atual, uma história que marcou uma geração, e dar uma inovada; acredito que esse seja o principal motivo. Só que é muito fácil, hoje em dia, encontrar a versão original para assistir, e perceber o porquê o filme é um grande clássico, sem precisar da ajuda de um diretor. Poucas vezes funciona, como o filme Bravura Indômita, que recebeu 10 indicações ao Oscar; e muitas não funciona, como é o caso de Fúria de Titãs, A Hora do Pesadelo e Sexta Feira 13. A refilmagem da vez é de um clássico de Brian DePalma, Carrie – A Estranha, que é baseado em uma obra de Stephen King. Lançado em 1976, o filme causou polêmica, mas teve boa recepção da crítica, e hoje é considerado um dos clássicos do cinema. Foi então que, a diretora Kimberly Pierce, do oscarizado Meninas Não Choram, de 1999, decidiu apostar na refilmagem do clássico do DePalma. No elenco estão Chloe Grace Moretz, Julianne Moore, Judy Greer, Ansel Elgort e Gabriella Wild.


Temas como bullying, aceitação, crenças religiosas e sexo, são sempre atuais, ultrapassam gerações, e continuam gerando debates; claro que cada geração de uma forma diferente. O Carrie original abordou esses temas, criando várias metáforas, e a mais forte era sobre o “desabrochar” da garota, a sua sexualidade. A história causou um certo impacto na época, onde tudo era tabu, e poucos comentavam sobre sexo. Esse é um dos motivos que fez o filme de 1976 se tornar um clássico cult. O grande problema da refilmagem é justo o elemento surpresa, que não tem, já que a história é a mesma e a maioria sabe o desfecho. A forma como o filme causou impacto nos anos 70, não vai ser da mesma forma nos dias de hoje.


Mas o Carrie de 2013 não é tão ruim como parece. O longa da diretora Kimberly Pierce é como se fosse uma “homenagem” ao clássico do DePalma, pois como disse, a história é a mesma, mudando alguns detalhes; além de dar uma repaginada no longa. Os jovens usam celulares, postam vídeos, toda uma tecnologia, além dos efeitos especiais terem melhorado ao longo dos anos, podendo fazer a personagem flutuar, levitar coisas, e por aí vai. O suspense não é dos mais interessantes, mas a forma como a diretora conduz a história é boa, mostrando uma geração diferente, mas com mesmos pensamentos. Os cenários são muito claros, onde poderiam ter explorado bastante isso, principalmente a casa de Carrie, já que a mãe de Carrie é realmente assustadora.



Os personagens continuam os mesmos, mas teve mudanças em relação a algumas funções, nada que estrague o filme. Uma mudança grande foi em relação a Carrie: no original, ela era uma menina indefesa, aqui, ela continua sendo, mas se mostra mais forte, capaz de enfrentar os seus colegas, antes mesmo do final. Chloe Grace Moretz vive a protagonista, que apesar de transmitir toda a ingenuidade da personagem, ela tem uma aparência bonita demais, como se sempre estivesse maquiada, e não tem aquele jeito sombrio da Carrie de Sissy Spacey. Chloe é uma ótima atriz, e sai muito bem no papel. Temos também a veterana e oscarizada Julianne Moore, que interpreta a mãe de Carrie, Margareth. Diferente da personagem de Piper Laurie, Moore faz uma personagem mais simplista, sem exageros, mais quieta. A atriz está ótima como a mãe religiosa de Carrie, e tem cenas que ela causa medo.


E por fim, temos a famosa cena do baile, mais elaborada por causa da possibilidade dos efeitos especiais, onde temos uma Carrie mais revoltada, ficando bem visível a sede de vingança da personagem. No fim, a versão de Carrie da diretora Kimberly Price não chega aos pés do original do Brian DePalma, mas é um filme divertido, convence com os elementos atuais, e mesmo usando temas importantes da atualidade, como o bullying, não causa o impacto que a proposta da história original faz, metaforicamente.




CARRIE: A ESTRANHA (CARRIE)


Ano: 2013

Direção: Kimberly Price

Elenco: Chloe Grace Moretz, Julianne Moore, Judy Greer, Ansel Elgort e Gabriella Wild.



NOTA: 7,0








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