CRÍTICA | CAPITÃO AMÉRICA: ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 13 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de fev.

O Universo Cinematográfico da Marvel é um dos mais longos e complexos do cinema, iniciado lá em 2008 com Homem de Ferro, na Fase 1, trazendo mais de dezenas de filmes e séries que fazem conexões entre si. Atualmente, estamos no finalzinho da Fase 5, que teve seus altos e baixos, e ainda temos mais duas produções: o filme em questão, "Capitão América – Admirável Mundo Novo", e “Thunderbolts*”, com previsão de estreia para maio desse ano. Mas o novo filme do Capitão América tem a difícil missão de se consolidar no MCU após a saída de Steve Rogers (Chris Evans) no papel do herói. Admirável Mundo Novo dá continuidade aos eventos da série Falcão e o Soldado Invernal, que já introduziu o novo herói, Sam Wilson (Anthony Mackie) – o antigo Falcão -, e que funciona como um recomeço para o novo Capitão América. Na trama, o ex-general Thaddeus Ross (Harrison Ford) é eleito o novo presidente dos EUA, mas acaba sofrendo um atentado terrorista na própria Casa Branca. Capitão América, junto com o novo Falcão, Joaquim Torres (Danny Ramirez), iniciam uma investigação para descobrir o responsável pelo ataque.
“Capitão América – Admirável Mundo Novo” não é um filme memorável, não é uma daquelas grandes produções da Marvel com efeitos especiais de primeira, sequências de ação espetaculares, muita explosão, confusão, e seres alienígenas. Tem tudo isso, mas é mais calmo, digamos assim. O quarto filme do herói lembra muito as primeiras produções do estúdio, sem destruição em massa, cenas mais exageradas, e todo o caos que os filmes recentes têm. “Brave New World”, no original, é um thriller investigativo e político, envolvendo conspirações e investigação – algo mais parecido com a série -, intercalando uma ou outra sequência de luta até o ato final, que aí sim se torna um filme da Marvel como conhecemos. O problema maior mesmo é na dinâmica do roteiro, que é mais lento devido ao clima de investigação, e poderia se sair bem, mas o conflito não chega a ser tão empolgante a ponto de ficarmos entretidos em volta do mistério e das conspirações. Além disso, algumas surpresas já tinham sido reveladas no trailer, e por isso não tem nenhuma “grande revelação surpreendente” para cativar o público. Um ponto até que positivo, e interessante, foi a escolha de reviver a trama de um dos primeiros filmes do MCU, O Incrível Hulk (2008), trazendo general Ross no elenco principal – que antes foi interpretado por William Hurt, e agora foi escalado o veterano Harrison Ford -. A adição do ator, e do personagem, foi o maior acerto de Admirável Mundo Novo, mas isso falarei no próximo parágrafo. E fique atento para uma participação especial de um personagem das antigas.

O maior acerto de "Capitão América – Admirável Mundo Novo" é o elenco, e o que sustenta grande parte do filme, principalmente na trama de investigação. Com o seu filme de estreia, Anthony Mackie se consolida de vez como a escolha ideal para continuar o legado de Steve Rogers/ Chris Evans, que agora é um símbolo de esperança para uma população que sofreu, e ainda sofre, as consequências dos eventos de Guerra Infinita e o estalo do Thanos. A diferença aqui é que Sam não tem superpoderes, precisando se dar bem no embate corporal, tendo apenas como proteção o seu traje com asas cortantes, e claro, o escudo vermelho e azul; praticamente um Batman da vida. O ator se sai bem nos embates, no carisma, no protagonismo, e principalmente na sua humanidade, apesar dos problemas e da falta de emoção do roteiro. Seu parceiro de investigação, Joaquim Torres (Danny Ramirez) rouba a cena com o seu bom humor, piadas bobas, e a ânsia em se tornar, definitivamente, o novo Falcão. E uma das maiores surpresas de “Brave New World” é o general Ross, interpretado por Harrison Ford. O personagem, que apareceu em O Incrível Hulk, é o grande destaque ao lado do Capitão América, e acaba sendo muito bem aproveitado na trama. Ford constrói um personagem com uma personalidade dúbia, e que vai crescendo ao longo da trama até se tornar o Hulk vermelho, que finalmente fez sua estreia no MCU.

De uma forma geral, falta o “tempero da Marvel” em "Capitão América: Admirável Mundo Novo", que acaba se tornando um filme mediano, mais simples, sem exageros e sequências megalomaníacas de ação – não que isso seja ruim, mas poderia ter mais -. O problema maior é no roteiro, que parece focar mais em fazer ligações a outros filmes do MCU do que priorizar a história e o desenvolvimento da trama política; e olha que nem tem tantas participações especiais assim. O carisma dos protagonistas, Sam Wilson, Joaquim Torres, e o próprio general Ross, é ótimo e o que mais sustenta a trama, tem o típico humor da Marvel, o ritmo da uma melhorada mais para o final, e o desfecho da tão esperada batalha entre Capitão América e o Hulk vermelho é o ponto alto do filme. E sobre a polêmica envolvendo os efeitos em CGI na sequência final: na minha opinião, ficaram bons – claro que não é um Vingadores ou Homem Aranha da vida, mas estão melhores do que no trailer -. Admirável Mundo Novo tem duas participações especiais, que aparentemente não tem muita importância, e uma cena pós créditos (bem no final dos créditos), que também não é nada de tão relevante, mas nos faz ficar curiosos com o futuro do Universo Cinematográfico Marvel.

CAPITÃO AMÉRICA: ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
Ano: 2025
Direção: Julius Onah
Distribuidora: Marvel Studios
Duração: 118 min
Elenco: Anthony Mackie, Harrison Ford, Danny Ramirez, Giancarlo Esposito.
NOTA: 7,5








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