Temos até agora, 21 filmes do universo cinematográfico da Marvel, iniciado lá em 2008. Todos os filmes solos dos super heróis sempre foram do sexo masculino, e as heroínas ganharam destaque mais nas reuniões dos heróis, em Os Vingadores. A DC saiu na frente, e lançou o filme solo da Mulher Maravilha, incluída no universo cinematográfico do estúdio. Eis que temos o primeiro filme solo de uma heroína no universo do queridão Stan Lee, Capitã Marvel, que já havia sido introduzida em Vingadores Guerra Infinita, nas cenas pós créditos. Na ordem cronológica do MCU, o filme da heroína Verz é o segundo, já que a história se passa nos anos 90; o primeiro é Capitão América. Brie Larson vive a nossa heroína, e ainda estão no elenco Samuel L. Jackson, Jude Law, Ben Meldensoh, Lashana Lynch, e Annette Benning.
A história de origem da Capitã Marvel é contada de forma diferente: aqui, ela tem que entender quem ela realmente é, e descobre estar envolvida em um ciclo de mentiras sobre sua identidade. O primeiro ato pode causar estranhamento no público, mas é quando a protagonista chega na Terra que a dinâmica do filme melhora, e é aí que as referências aos anos 90 surgem: a extinta Blockbuster, músicas da época, computadores mais antigos, e lentos, pagers e a falta dos celulares. Há também bastante humor e piadas, ainda que sejam mais discretas, incluindo algumas sobre machismo, bem engraçadas por sinal, que são basicamente sobre ideais ultrapassados.
O roteiro peca um pouco em relação as lembranças da Heroína, se perdendo nas inúmeras explicações sobre sua origem, atrapalhando um pouco a dinâmica da trama. As cenas de ação são ótimas e empolgantes, em especial quando a personagem está no espaço, mas o excesso de efeitos especiais em algumas partes pode soar um pouco artificial, e sabemos que a Marvel consegue fazer algo melhor.
Brie Larson ficou encarregada de dar vida a Capitã Marvel/ Verz, e a atriz se sai muito bem nesse desafio. Ela se mostra uma heroína forte dedicada no que faz, sem arrogância ou algo mais voltado ao feminismo, e mesmo assim, a personagem se mostra uma líder nata, que é melhor o Thanos ficar atento. Jude Law é Yon-Rogg, o comandante da tropa Star Force, e faz um personagem frio, antipático e que não ganha muito destaque. Talvez, faltou na produção, um vilão forte, temido e desafiador.
Samuel L. Jackson da vida, novamente, a Nick Fury, antes ainda de entrar no grupo dos vingadores, e antes de usar o seu famoso tapa-olho. O carisma de Jackson é essencial para o filme, e a sua parceira com Verz é ótima, no bom e velho estilo “BuddyCoop”. Lashana Lynch é Maria, melhor amiga da Capitã Marvel, onde as duas formam uma excelente dupla, que tem que ser mais explorado nos próximos filmes, já que elas têm todo o potencial de formar um poderoso “Girl Power”. Ben Meldensoh da vida a um dos seres alienígenas Skrull, que muitos devem saber que ele é um dos integrantes da S.H.I.E.LD.S. E quem merece destaque, e rouba a cena quando aparece, é o simpático e fofinho gato Flerken, que guarda muitas surpresas, em todos os sentidos.
O filme solo da Capitã Marvel é simples, direto e sem muita pretensão de ser algo tão grandioso, mas é uma aventura bem divertida, repleta de ação e humor, e um ato final bem trabalhado, pegando vários elementos de Guardiões da Galáxia, mas ainda com sua própria identidade. É uma história de origem ótima e tudo o que os fãs esperavam, apesar de algumas falhas no roteiro, mas nada que irá diminuir o poder que a Capitã Marvel tem. Esperaremos ansiosamente para o próximo passo da heroína, que será em Vingadores Ultimato, que estreia daqui a pouco mais de um mês. Fique atento para duas cenas pós créditos, a primeira, muito importante para o próximo filme do estúdio, e a no final dos créditos, uma sem muita relevância, mas ainda divertido.
CAPITÃ MARVEL (CAPTAIN MARVEL)
Ano: 2019
Direção: Anna Boden, Ryan Fleck
Elenco: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Jude Law, Ben Mendelsohn, Lashana Lynch, e Annette Benning
NOTA: 9,0
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