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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | BRUXA DE BLAIR



Em 1999, A Bruxa de Blair fez o maior sucesso nos cinemas, além de se tornar uma febre mundial, com pessoas indo, de fato, na floresta onde o filme se passou, para descobrir mais detalhes sobre a lenda da bruxa que vivia em Burtkisville. Ainda, o filme foi responsável por trazer de volta o gênero do terror Found Footage, que teria como sucessores REC, Atividade Paranormal, Cloverfield, entre outros. No ano seguinte, estreava A Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras, continuação do longa original, que deixou de lado a narrativa de gravação amadora, e que foi um fracasso de público e crítica, mas não foi tão horrível assim. Eis então que, de surpresa, o diretor Adam Wingard, de Você é o Próximo, lançou nos cinemas Bruxa de Blair, filme que foi rodado em segredo, intitulado de “Woods”, que funciona como uma continuação do original.


Na história, o irmão de Heather Donahue, a garota desaparecida no primeiro filme, James (James Allen McCune), acredita que sua irmã ainda possa estar viva na floresta, dezesseis anos depois. Junto com três amigos, e dois moradores de Burktsville, eles decidem ir até a floresta para procura-la, e filmar um documentário.


Todos sabemos que a lenda da Bruxa de Blair é mentira, e que os atores do longa original, não desapareceram de verdade, apenas se esconderam um tempo. Mas foi esse segredo, que durou anos, o motivo da febre mundial, e o sucesso que filme fez nos cinemas, além de, claro, o assustador filme. Mas toda a narrativa de gravação amadora, era novidade na época, e agora, já não é mais. Então, como fazer um filme com a trama e narrativa batida?



Lançado de surpresa, sem nenhum alarde, dois meses antes da sua estreia nos cinemas, o novo capitulo da lenda da bruxa de Blair, segue o mesmo caminho que o original, mas com várias mudanças, como se fosse uma repaginada. Com a ajuda da alta tecnologia, temos mais opções de câmeras, deixando de lado a tremedeira irritante dos filmes desse subgênero, resultando numa montagem mais dinâmica. Cada personagem tem uma câmera, fato que ajuda quando eles se separam, e ainda, eles deixam uma outra escondida no acampamento, elemento que foi muito pouco explorado, além de um drone que dá uma visão muito interessante da floresta, e telefones GPS, que, obviamente, não vão funcionar.


A narrativa é a mesma do original: um grupo de jovens entra na floresta, se perde, e coisas estranhas começam a acontecer. Mas o diretor Adam Wingard consegue ampliar a lenda da bruxa, introduzindo um elemento sobrenatural, deixando tudo mais assustador, e ainda consegue manter toda a ambientação e a sensação de medo que o primeiro Bruxa de Blair passava para o público. Talvez, eles poderiam ter explorado um pouco mais a floresta, mostrando aparições estranhas, além dos gritos histéricos dos personagens, que poderiam ser um pouco menos. E também, já que eles queriam fazer um documentário, poderiam ter mostrado como está a população anos depois dos eventos do original.

A cena final é a mais assustadora do filme, quando os personagens chegam na casa onde Heather e seus colegas desapareceram, com a ajuda de um forte temporal, parte que trará nostalgia para os fãs. No fim, a surpresa com esse Bruxa de Blair é positiva, assusta e impressiona com seus novos elementos sobrenaturais, mantendo toda a mitologia da bruxa, e é um ótimo entretenimento para levar sustos fáceis e previsíveis, cenários assustadores cheios de barulhos, e situações tensas daquelas de você desejar nunca entrar na floresta de Burkisttville, ou em qualquer outra floresta. É um bom fechamento do ciclo da bruxa, que com certeza deixará o público assustado e tenso. Será que a bruxa realmente existe? Heather Donahue está viva ainda, e seu irmão a encontrará?





BRUXA DE BLAIR (BLAIR WITCH)


Ano: 2016

Direção: Adam Wingard

Elenco: James Allen McCune, Callie Hernandez, Corbin Reid, Brandon Scott, Wes Robinson e Valorie Curry


NOTA: 8,0















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