CRÍTICA | BRIDGET JONES: NO LIMITE DA RAZÃO
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 5 de fev.
- 4 min de leitura

O Diário de Bridget Jones fez sucesso com o público, a crítica, foi bem nas bilheterias, e recebeu indicações ao Oscar. A autora Hellen Fielding já havia lançado uma continuação da divertida saga de Bridget, e não demorou muito para a Universal adquirir os direitos para uma adaptação cinematográfica. Mas quais seriam as peripécias que a nossa amada heroína iria fazer? Oito semanas se passaram desde o primeiro filme, Bridget Jones (Renée Zellweger) arrumou um namorado, está vivendo uma lua de mel com o seu amado Mark Darcy (Colin Firth), e tudo está indo pelo caminho certo. Bridget finalmente teve o seu final feliz. Porém, um desafio maior estaria por vir: manter seu relacionamento vivo, e manter o seu namorado ao seu lado. Esse poderia ser o caminho que a continuação, Bridget Jones: No Limite da Razão – assim como a obra literária em que se baseou - deveria seguir, e o roteiro até toca nesse problema, mas acaba seguindo por um caminho mais fácil, e absurdo também, mas igualmente divertido e charmoso, do jeito que é.
Na trama, Bridget Jones está feliz com seu relacionamento, e tudo parece estar andando nos trilhos, até o surgimento de uma colega de trabalho de Mark Darcy, a jovem advogada de 22 anos Rebecca Gilles (Jacinda Barrett). Após jantares de advogados, miniférias esquiando, e algumas desconfianças, Mark e Bridget terminam o seu relacionamento, e é aí que surge Daniel Cleaver (Hugh Grant), que agora está trabalhando na TV em um programa cultural. Para piorar a situação, Bridget é escalada para participar do programa ao lado de Cleaver, com o primeiro destino sendo a Tailândia. Entre cogumelos mágicos, comidas exóticas, e prisões tailandesas, Bridget Jones fica cada vez mais confusa com seus sentimentos, e precisa decidir, definitivamente, se ela prefere Mark Darcy ou Daniel Cleaver. Jim Broadbent, Gemma Jones, Sally Phillips, James Callis, e Shirley Henderson retornam para a sequência.

Bridget Jones: No Limite da Razão não é tão original quanto parece, recicla alguns momentos e dinâmicas do primeiro filme – inclusive a clássica sequência onde Daniel Cleaver e Mark Darcy brigam em público -. Toda a primeira metade do filme é ótima, tem bastante humor, piadas, Bridget Jones continua passando vergonha em situações hilárias, o texto continua afiado e com várias cutucadas em temas sobre relacionamentos, mas a diferença é que a protagonista está apaixonada, e neurótica também. Ela acha que seu amado está a traindo com uma mulher mais nova e magra, passa vergonha no jantar dos advogados, surta de vez em quando; mas o charme e carisma da personagem continuam os mesmos. Na segunda metade, quando Bridget vai para a Tailândia com Daniel Cleaver, o roteiro dá uma “viajada” total, em uma confusão absurda envolvendo “omeletes mágicos”, tráfico de drogas, e até em uma prisão tailandesa para mulheres. Essa parte não é tão ruim, tem seus momentos divertidos, Bridget continua atrapalhada e mais carismática do que nunca, mas destoa total da proposta da franquia; é um pouco exagerado.
Renée Zellweger continua cativante no papel de Bridget Jones, e também continua atrapalhada e cometendo gafes a todo instante, bem menos do que no primeiro filme, claro. Agora que a personagem está namorando, ela se sente mais insegura, muitas vezes se tornando chata – mas quem não é nessas situações -, mais intensa, e é notável a diferença de Bridget em relação ao primeiro filme; as vezes parece estar mais madura. Zellweger está maravilhosa e comprova - mais uma vez - que foi a escolha ideal para interpretar Jones, e para fins de curiosidade, a atriz teve que engordar cerca de 14 quilos, recebeu uma cachê maior, além de ter sido indicada ao Globo de Ouro pelo papel. Daniel Cleaver/Hugh Grant continua o mesmo canalha e mulherengo de sempre, e ele está melhor do que nunca, em uma impecável atuação de Grant. Mas será que ele realmente mudou? Mark Darcy/ Colin Firth continua o mesmo tapado de sempre, e se antes ele era cativante, na sequência ele parece estar mais chato e sonso, sempre com as mesmas caras, poses, e o seu jeito mais lerdo – o personagem era assim no primeiro filme, mas podia ter mudado um pouco -.

Bridget Jones: No Limite da Razão é uma sequência que diverte e emociona, tem seus altos e baixos no roteiro, mas não decepciona, tem comédia, romance, algumas surpresas, situações hilárias e absurdas (como ser presa por tráfico de drogas na Tailândia), e uma trilha sonora recheada de sucessos (Kylie Minogue, Madonna, Joss Stone, Beyoncé), além de Bridget continuar apaixonante, como sempre. Não tem o mesmo carisma que o primeiro filme teve, algumas piadas e situações se repetem, mas consegue prender a atenção dos fãs em acompanhar as peripécias e aventuras da nossa heroína mais amada do cinema, que continua atrapalhada, mas agora ainda mais neurótica. Será que Bridget Jones terá o tão esperado final feliz?

BRIDGET JONES: NO LIMITE DA RAZÃO
Ano: 2004
Direção: Beeban Kidron
Distribuidora: Universal Pictures
Duração: 108 min
Elenco: Renée Zellweger, Hugh Grant, Colin Firth, Jacinda Barret
NOTA: 9,0
Disponível no











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