CRÍTICA | BRAVURA INDÔMITA (2011)

10 INDICAÇÕES AO OSCAR

Melhor FILME, Diretor (Joel e Ethan Coen), Roteiro Adaptado, ATOR (Jeff Bridges), ATRIZ COADJUVANTE (Hailee Steinfield), Fotografia, Direção de Arte, Figurino, Mixagem de Som e Edição de Som.

Por anos, o faroeste tomou conta dos cinemas, trazendo grandes clássicos que são lembrados até hoje, como Os Imperdoáveis, de 1992. Depois, o gênero deu uma sumida, até que os irmãos Joel e Ethan Coen, decidem filmar Bravura Indômita, refilmagem do filme homônimo dos anos 60, que retorna as raízes do gênero, trazendo uma ótima história sobre vingança, indicado a dez Oscar. Estão no elenco Jeff Bridges, Hailee Steinfield, Matt Damon e Josh Brolin.

Mattie (Hailee Steinfield) é uma garota durona que teve seu pai assassinado pelo impiedoso Tom Chaney (Josh Brolin). Querendo se vingar, a jovem junta todo o seu dinheiro e contrata Cogbrum (Jeff Bridges) e LaBeouf (Matt Damon), e partem juntos em uma viagem, onde terão que deixar as diferenças de lado e se unirem para encontrar o bandido.

Os irmãos Coen já haviam explorado um pouco do gênero no premiado Onde Os Fracos Não Tem Vez, de 2007, fato que deixou os fãs mais tranquilos em relação a sua nova produção. Bravura Indômita é um ótimo faroeste, intenso e divertido, que fisga o espectador, com um acerta dose de violência, nos deixando curiosos com o que pode acontecer durante a trama. A fotografia também é um destaque da produção, que foi filmada nos estados do Texas e do Novo México, remetendo diretamente a clássica ambientação dos filmes de faroeste.

Bravura Indômita é um filme de atuações, e principal motivo que movimenta a trama. Jeff Bridges e Matt Damon são dois amigos rabugentos que ficam trocando farpas um contra o outro, e divertem tentando provar que são durões. Cogbrum é um aposentado oficial da justiça que se acha o dono da razão, e Labeouf se gaba por ser um “Texas Ranger”. Os atores estão ótimos nos seus personagens, e mesmo com essa, digamos, imaturidade, não afeta em nada a postura que eles precisam ter, deixando a trama ainda mais interessante de se acompanhar.

Mas acredito que o destaque maior vai para a jovem atriz Hailee Steinfield, que interpreta Mattie, a garotinha que quer vingar a morte do pai. Ridicularizada pelos personagens de Bridges e Damon, por causa da sua idade e por ser mulher, ela demonstra firmeza e coragem, e que é capaz de ser mais eficiente do que os próprios agentes. Com a língua bem afiada e soltando indiretas, Mattie cria uma bela amizade com os dois amigos rabugentos, onde todos eles aprendem alguma coisa um com o outro. Josh Brolin, que interpreta o vilão Tom Chaney, aparece pouco durante o filme, tendo mais foco no desfecho, eletrizante cheio de tiroteios, bem no estilo faroeste.

Bravura Indômita é um ótimo filme que lembra os clássicos filmes do “Western”, com tudo o que tem direito, desde revanches com tiros de espingardas, até os clássicos olhares e closes nas armas, e ainda reserva grandes surpresas, e violentas, no roteiro ágil e bem desenvolvido. Tem ainda grandes atuações e um final bonito e melancólico, algo incomum no gênero, mas que combina perfeitamente com a proposta dos irmãos Joel e Ethan Coen. Para quem estava com saudades de uma boa produção de faroeste, a diversão é garantida.

Originalmente publicado em 2011. Editado em 2020.