CRÍTICA | BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR

Atualizado: 3 de nov. de 2021

Em 2010, o diretor Tim Burton nos trouxe sua visão para o famoso conto Alice No País das Maravilhas. Arrecadando mais de U$ 1 bilhão de dólares mundialmente, a versão do diretor era diferente da animação da Disney, mantendo os icônicos personagens e as partes mais importantes da história do conto. Já tivemos adaptações em live-action de histórias da Disney, como 101 Dálmatas, com Glenn Close como Cruela DeVil, e Peter Pan na adaptação de Steven Spielberg, Hook – A Volta do Capitão Gancho. Com o sucesso de Alice na versão de Tim Burton, Hollywood viu o potencial de fazer adaptações em live-action da Disney, e como a indústria não perde tempo, chegou a vez da moça de “lábios vermelhos como rosa, e pele branca como a neve”, Branca de Neve e o Caçador. Baseado no conto da Branca de Neve e os Sete Anões, no elenco da adaptação estão Kristen Stewart, Charlize Theron, Chris Hemsworth e Sam Caflin.

Após a morte do Rei Magnus (Noah Huntley), a nova rainha Raveena (Charlize Theron, toma conta do reino, causando caos e destruição. Após anos enclausurada por Raveena, Branca de Neve (Kristen Stewart) consegue fugir do castelo, e acaba conhecendo o caçador Eric (Chris Hemsworth). Com ajuda do caçador, os sete anões, William (Sam Claflin), seu amigo de infância, e os outros refugiados do reino, tramam uma guerra contra a rainha Raveena.

Assim como a versão de Alice do diretor Tim Burton, essa da Branca de Neve é diferente da animação original, mas tem vários detalhes da história: a rainha má, o príncipe, a maça, o beijo (dois na verdade), o espelho, os animais, os anões e claro, Branca de Neve. Os anões não são fofos como na animação, e tem criaturas diferentes, como um Troll, fadas e um lindo cervo, em uma das cenas mais belas do filme. A maça e os beijos não ganham muito destaque, parece que estão ali só para manter referências à animação; a maça faz mais sentido. O destaque maior é o fato de a história colocar Branca de Neve como uma guerreira que lidera um exército. Aqui, ela foge do padrão da mulher inocente, como são as princesas da Disney, e se mostra determinada, forte, algo muito atual e bem vindo nos tempos de hoje. Kristen Stweart, a Bella da saga Crepúsculo, foi a escolhida para ser Branca de Neve. A atriz não serve muito para ser a princesa, mas se sai bem tornar a personagem em uma guerreira.

O maior destaque é, com certeza, Charlize Theron e sua rainha má Raveena. Theron é uma excelente atriz, sempre marcando presença em seus filmes; e a poderemos ver novamente, esse ano, no filme de Ridley Scott, Prometheus. A atriz brilha em cena, se entregando com intensidade ao papel da rainha má, além de ter sua história bem desenvolvida. Talvez, pegando carona nos romances da saga Crepúsculo, Branca de Neve tem dois pretendentes, mas sua história com eles não se desenvolve. Um deles é o príncipe William (Sam Claflin), amigo de infância da princesa. Seu personagem poderia ser excluído da trama, ou mantido como uma lembrança da princesa; não que ator não esteja bem no seu papel, mas na história não ganha nenhuma relevância.

Caso diferente de Chris Hesmworth e seu caçador Eric. Em Branca de Neve e o Caçador, o ator troca seu martelo de Asgard por um machado da Terra, e tem uma história relevante, além de um interesse amoroso pela princesa. Seu personagem também ganha destaque, talvez pelo fato de o ator ser um dos vingadores. Será que Bella, quer dizer, Branca de Neve ficará dividida entre dois amores? Destaque também para os anões, que são meio que trambiqueiros, mas de bom coração e estão adoráveis e engraçados.

A história é básica e sem muito aprofundamento, cansa em algumas partes, parecendo mais um filme de guerra do que uma adaptação da Disney, mas o filme tem ótimos efeitos especiais, com os animais e nas florestas, tanto na sombria quanto na mais feliz, além da excelente fotografia do castelo; e o destaque maior fica mesmo para Charlize Theron e sua marcante Rainha má Raveena. Branca de Neve e o Caçador não tem o charme e o carisma dos personagens de Alice no País das Maravilhas, e não tem muitos ares da animação, mas se sai bem de uma forma geral, mas que não será lembrado tanto quanto o filme de Tim Burton.