Quem diria que histórias de bonecos de crianças que ganham vida e começam a matar todo mundo, iriam fazer tanto sucesso no cinema? Lá nos anos 80 foi o famoso Chucky, de Brinquedo Assassino, e desde então vários filmes surgiram, mas sem muito sucesso, até chegar na boneca Annabelle, que surgiu no filme Invocação do Mal. Vale citar que não tem como compara-los muito porque são situações bem diferentes (quem viu os filmes vai entender). Indo no sucesso da assustadora Annabelle, eis que surge mais um filme com um boneco possuído, O Boneco do Mal, estrelado por Lauren Cohan, a Maggie da série de zumbis The Walking Dead. Apesar da estranha tradução, Boneco do Mal (??) não é ruim como falam, garantindo bons sustos, uma história bem interessante um final revelador. Ainda estão no elenco Rupert Evans, Jim Norton e Diana Hardcastle.
Greta (Lauren Cohan) é uma jovem americana que está na Europa para recomeçar a sua vida, e é chamada para ser babá de uma criança enquanto os pais estão de férias. Já na casa, o casal Helshire (Jim Norton e Diana Hardcastle) apresentam o seu filho Brahms, que na verdade é boneco de porcelana. Mas nem tudo parece tão fácil, já que existem regras para cuidar do boneco, e aos poucos, situações estranhas acontecem na casa, que podem estar envolvidas com o tal boneco, e com a ajuda de um amigo da família, Malcolm (Rupert Evans), vão descobrindo o grande mistério que envolve o boneco.
O Boneco do Mal começa muito bem, prende a sua atenção e logo nos apresenta ao tal boneco de porcelana que não tem nada de assustador. A história tem muito suspense e a ambientação ajuda bastante, principalmente nas cenas à noite, onde a iluminação é com velas. À medida que a história do boneco é explicada, o filme fica ainda mais interessante, e quando o boneco entra em ação, rende alguns sustos e situações bem tensas, e fica uma pergunta na cabeça do espectador: como o boneco se move e faz as suas maldades, já que não vemos o boneco se mexer? E aí pode ser uma decepção para quem espera algo como o filme Brinquedo Assassino, pois Brahms não se move como o Chucky, e por isso, O Boneco do Mal serve mais para um suspense psicológico do que um filme de serial killer versão boneco.
Como todo bom filme de suspense e terror, existe uma interessante revelação que muda totalmente o que a gente imaginava do filme. Isso não é ruim, e realmente é algo que o público não espera, mas é partir daí que o filme muda o foco, farto que não estraga o filme, mas fica sem nexo com toda a história. E além de sustos, você poderá rir em algumas cenas em que os personagens contracenam com o boneco. São situações estranhas que é impossível não ser engraçado.
Um dos maiores problemas dos filmes de terror, além dos clichês que, aliás, o filme tem muitos, é a falta de desenvolvimento dos personagens para o público criar empatia. O Boneco do Mal, felizmente, tem um bom aprofundamento em alguns personagens, principalmente com Greta, que é ajudado pelo carisma da atriz por causa de sua personagem na série de zumbis. Ainda tem a história do boneco que, além de ser sinistra, tem um drama que envolve seus pais. Não são grandes histórias, mas estão dentro dos limites dos filmes de terror. No fim, O Boneco do Mal pode não agradar por causa do final, no qual nunca tinha pensado nessa hipótese. Ainda, o filme não é bom o suficiente para entrar na lista dos melhores filmes de terror, mas dentro de sua proposta, cumpre o que promete e garante muita diversão ao espectador. Tem uma história boa que prende a atenção, sustos, risadas, um final surpreendente que será comentado após a sessão, e a Maggie de The Walking Dead.
BONECO DO MAL (THE BOY)
Ano: 2016
Direção: William Brent Bell
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, Jim Norton e Diana Hardcastle
NOTA: 7,5
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