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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | BATEM À PORTA



M. Night Shyamalan é um diretor cheios de altos e baixos. Seu filme de grande destaque foi O Sexto Sentido, lá em 1999, que lançou o diretor ao estrelato, deixando todos ansiosos com seus próximos filmes. Com mais de quinze produções lançadas, muitos poucos foram bons: O Sexto Sentido, Sinais, A Vila (apesar de ter dividido a opinião de todos), A Visita e Fragmentado. Se último filme, Tempo, trouxe uma trama em interessante, e se saiu melhor do que Fim dos Tempos, por exemplo, o desastroso O Último Mestre do Ar, e até Dama Na Água. Agora, Shyamalan retorna com Batem À Porta, um suspense bastante reflexivo, talvez o mais do diretor, adaptação de O Chalé no Fim do Mundo, de Paul Tremblay, trazendo uma trama que acerta nas atuações do seu ótimo elenco, mas desperdiça seu potencial com sua trama mais sutil. Batem à Porta acompanha a história de um casal homossexual que vai passar as férias em uma cabana junto com sua filha adotiva. Lá, eles são surpreendidos por quatro estranhos que tem uma importante missão: convencer a família de que um deles precisa ser sacrificado para impedir o fim do mundo. Dave Bautista, Ben Aldridge, Jonathan Groff, Rupert Grint, e Kristen Cui estão no elenco.


A premissa de Batem à Porta é interessante, e apesar dos seus altos e baixos, a trama é bem construída, conseguindo manter o espectador tenso e ainda faz uma boa reflexão. O filme toda se passa na tal cabana que família decide passar as férias, misturando os acontecimentos atuais com flashbacks – algo que sempre esteve presente na maioria das produções de Shyamalan, como Sinais -. O roteiro, que também foi escrito por ele, é dinâmico em vários momentos, mas muitas vezes acaba se tornando monótono, e provavelmente o desfecho não vá agradar muita gente. Também, não tem as clássicas reviravoltas e revelações surpreendentes, os principais chamativos dos filmes do diretor, talvez não da forma como todos esperam.


Knock At The Cabin, no original, ainda aborda temas mais reflexivos, como empatia, crenças e religião, e sem entrar em detalhes, faz referências à Bíblia, além de ter muitos momentos emocionantes, mas não tanto quanto a trama prometia; talvez vá de cada um. Você sacrificaria a pessoa que você ama para salvar a humanidade, pessoas que você nunca viu na vida? Será que os quatro estranhos estão errados em obriga-los a tomar essa decisão? Se a família não quiser se sacrificar, e deixar todos morrer, estão errados? E se tudo isso for mentira? Shyamalan aborda essas questões durante a trama toda, e de certa forma consegue intrigar o público com os acontecimentos. Apesar de toda essa sensibilidade, as mortes são bem tensas, ainda que não sejam tão gráficas, mas tem o impacto necessário.



A produção funciona, principalmente, por causa dos personagens, onde o diretor tenta “humaniza-los” para que suas escolhas sejam minimizadas. A trama se desenrola com apenas sete personagens, os quatro “cavaleiros do apocalipse”, e os três membros família escolhida para o sacrifício. Ben Aldridge e Jonathan Groff, o casal gay, fogem da caricatura que os filmes insistem em colocar nos personagens LGBTQI+, além de terem uma boa sintonia, ainda mais com Kristen Cui, a filha adorável do casal, o que torna tudo ainda mais difícil. Dos quatro estranhos é David Bautista que se destaca. Diferente de seus outros papéis – mais conhecido como o Drax de Guardiões da Galáxia -, ele faz um personagem adorável e muito sensível, e talvez é o que o espectador fica mais angustiado pela situação que ele está passando. De conhecidos, tem Rupert Grint, o Rony dos filmes da franquia Harry Potter, que faz um personagem mais agressivo, o que menos sentimos empatia.


Batem à Porta é eficiente em fazer o espectador pensar se você seria egoísta o suficiente para deixar todo mundo morrer, ou se sacrificaria alguém que você ama, ou até você mesmo, em prol da humanidade. Mas será que seria uma atitude egoísta? M. Night Shyamalan explica demais os acontecimentos e a história, diferente das suas outras produções, que instigavam a gente a pensar melhor e decifrar os segredos, e mesmo não tendo aquelas revelações e reviravoltas que todos adoram, o filme cumpre o que prometeu. No mais, Batem à Porta consegue criar momentos tensos e angustiantes, mas nem todos chegam a impactar tanto quanto prometia, e o desfecho provavelmente irá dividir a opinião do público. Particularmente, não gostei muito, mas acho que depende da opinião de cada um, e o que você escolheria.



BATEM À PORTA (KNOCK IN THE CABIN)


Ano: 2023

Direção: M. Night Shyamalan

Duração: 1h40min

Elenco: Dave Bautista, Ben Aldridge, Jonathan Groff, Rupert Grint, e Kristen Cui



NOTA: 8,0

















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