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CRÍTICA | AQUI

  • Foto do escritor: Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
    Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
  • 17 de jan.
  • 3 min de leitura


Imagina a sua casa nesse exato momento. Se você mora a poucos anos nesse lugar, já imaginou quem eram os antigos moradores? Como era a região há milhares de séculos atrás? Ou se você mora a décadas na mesma casa, pense em todos os momentos que você viveu, as pessoas que entraram na sua vida, os seus animais de estimação, as mudanças no interior da sua casa. Essa é uma das reflexões, de uma forma geral, que o novo filme de Robert Zemeckis – em parceria com Tom Hanks e Robin Wright, de Forest Gump - faz. Basicamente, a trama de "Aqui" mostra a história de famílias que viveram em uma mesma casa ao longo de vários séculos e em momentos diferentes da história da humanidade, com um foco maior na família Young, interpretados por Hanks, Wright, Kelly Reilly, e Paul Bettany. Mas o que chama a atenção é a forma como essa história é contada: uma narrativa não-linear com a câmera estabilizada em um único lugar, a sala de estar da casa, sem nenhum movimento de câmera durante o filme inteiro. Mas será que essa dinâmica é interessante o suficiente para prender a atenção do espectador?


De início, “Aqui” pode confundir um pouco o espectador, já que a narrativa mistura épocas diferentes para contextualizar o que aconteceu naquele mesmo lugar. Cada época mostra uma família diferente, abordando temas como nascimento, infância, fase adulta, velhice, morte, novas frustrações, sonhos, e rotinas, que vão se intercalando entre momentos do passado e do futuro, mas sem nenhuma conexão aparente. Essa execução é interessante e bem diferente do que estamos acostumados a assistir, mas faltou algo mais, algo que conectasse as histórias. O problema maior é o enredo, que é muito abrangente, não tem um foco ou conflito central, é um enredo simples e básico – a história de famílias ao longo do tempo -, e isso poderá não ser o suficiente para prender a atenção do público. Particularmente, não achei tão ruim assim, e é possível sim entender as proposta do filme e entrar na história, mas provavelmente você ficará mais entretido nas sequências visuais e na dinâmica do que na trama em si. E para situar o espectador em cada época que a trama se passa, são mostrados eventos históricos e até músicas e programas da cultura pop – inclusive tem até a pandemia da covid -.



“Aqui” não é um filme de grandes atuações, mas funcionam dentro das dinâmicas e limitações da história, trazendo conflitos pessoais dramáticos o suficiente para prender a atenção do público, e até nos fazer se emocionar. Os conflitos variam desde situações comuns do dia a dia, até outros mais complexos sobre família, legado, e decisões importantes que podem mudar tudo; são problemas reais que qualquer um de nós pode passar. Tom Hanks, Robin Wright, e Robert Zemeckis retornam juntos a uma mesma produção após Forrest Gump – O Contador de Histórias, e dessa vez eles passaram por uma polêmica: o uso de inteligência artificial para rejuvenescer os seus personagens. A justificativa do uso da IA foi pela facilidade rejuvenescer e envelhecer os personagens, sem a necessidade de buscar outros atores e atrizes para interpretá-los nas versões mais jovens, ou mais velhas. Essa polêmica se agravou porque, anos atrás, surgiu um debate sobre o uso da IA - teve até greve -, que poderia facilmente substituir os artistas nas suas atuações. Mas nada disso compromete o filme em relação as ótimas atuações de Tom Hanks e Robin Wright, que conseguem transmitir perfeitamente o drama e os sentimentos de seus personagens para o público.


Polêmicas à parte, “Aqui” é um filme bem realista e que provoca reflexões sobre a vida, sobre viver cada momento com seus entes queridos, porque esses momentos podem nunca mais voltar. É uma trama simples, nada de impactante, mas levando em consideração todo o contexto do filme, acaba se tornando emocionante e bem-produzido, apesar muitas vezes parecer um pouco confuso. Talvez, algumas subtramas poderiam ter sido retiradas da história, mas acabam servindo para contextualizar a linha do tempo através dos séculos. “Aqui” vai prender mais a atenção do público pela parte técnica, com sequências incríveis, e pela dinâmica da filmagem com a câmera estabilizada em um lugar só. Tom Hanks, Robin Wright, e todo o elenco, entregam atuações magnificas que trazem ainda mais emoção para a trama, mexendo com os sentimentos do público, principalmente no emocionante desfecho. “Aqui” não vai agradar a todos, mas é um ótimo filme e a experiência em assistir vai ser bem interessante.




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Ano: 2024

Direção: Robert Zemeckis

Distribuidora: Imagem Filmes

Duração: 104 min

Elenco: Tom Hanks, Robin Wright, Kelly Reilly, e Paul Bettany.



NOTA: 8,5























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