CRÍTICA | ANJOS DA LEI 2

Baseado em uma série dos anos 80, Anjos da Lei fez um enorme sucesso lá em 2012, com seu humor irônico e politicamente incorreto, ao mostrar Channing Tatum e Jonah Hill voltando para a escola, disfarçados, para encontrar o responsável por traficar um novo tipo de droga entre os estudantes. Como se fosse um novo episódio da série, os atores reprisam seus papeis, em Anjos da Lei 2 (22 Jump Street), que agora, vão ir para a faculdade fazer a mesma investigação. Ice Cube retorna para o seu papel, e Amber West, Wyatt Russel, Jillian Bell e Peter Stormare são as novas adições no elenco.

Após concluírem com sucesso a missão no colégio, os agentes da 22 Jump Street (nova sede) são enviados à uma faculdade para investigar um novo tipo de droga rolando entre os universitários.

Anjos da Lei 2 é basicamente a mesma coisa que o primeiro, a diferença é que agora, eles vão entrar na faculdade. A premissa é a mesma, mas o desenrolar e o humor mudam na sequência. Ainda que na escola era mais divertido, e os personagens eram mais interessantes, o filme de Phil Lord e Chris Miller cria situações mais engraçadas, e novas piadas: se antes, a relação de Jenko e Morton era o “bromance”, agora, eles estão, basicamente, em uma “relação” aberta, com tudo que uma comédia romântica tem: brigas por ciúmes, separação, e a reconciliação. Algumas situações se repetem, como a forma que conhecem os personagens na faculdade, e o rumo da investigação, o que deixa muitas coisas “sem nenhuma surpresa”. Mas ainda tem revelações surpreendentes, como personagens inesperados sendo os culpados, e o ato final, quando os agentes saem da faculdade e vão para as famosas férias de verão americanas, as sequências mais divertidas, e novas, do filme. Mas fiquem tranquilos, o próprio filme sabe que a “continuação” é exatamente igual; eles fazem até piadas disso.

O elenco dos estudantes da faculdade são todos bobos e estereotipados, a maioria sem graça, e são retratados como se não se importassem com os estudos. O interessante nisso, é a jogada de quem é o tal traficante na universidade, no estilo “as aparências enganam”. Mas o destaque vai para Channing Tatum e Jonah Hill, que novamente demonstram ótima sintonia: eles são os opostos, mas se completam de uma forma incrível, criam ótimas piadas e se saem muito bem nos papéis cômicos. Ice Cube volta para o papel do chefe dos agentes da, agora, 22 Jump Street, um pouco mais contido nos palavrões, mas mais histérico e revoltado, e ele tem motivo para isso.

Anjos da Lei 2 é mais do mesmo, e ao mesmo tempo não é, já que o roteiro segue a mesma linha do filme de 2012, mas inova em situações mais engraçadas e novas. O elemento surpresa ao sair da sessão, como no primeiro filme, não tem, mas diverte bastante, e se iguala ao original, reservando as surpresas para o ato final. E uma prova que o próprio filme se satiriza por ser uma continuação, maior e melhor, como acontece no início, os créditos finais são os mais engraçados dos últimos anos, mostrando como seriam os próximos filmes.