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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | AMBULÂNCIA - UM DIA DE CRIME

Atualizado: 24 de mai. de 2022



Michael Bay é um dos diretores mais famosos do cinema, conhecido pelos seus blockbusters repletos de ação: Bad Boys, Armageddon, A Ilha, Pearl Harbor, a franquia Transformers (o melhor exemplo do seu estilo de direção), entre outros. Seus filmes raramente agradam os críticos, mas ganham a atenção do público que procuram megalomaníacas sequencias de ação, com muita explosão e situações absurdas; em suma, seus filmes são aqueles que devem ser vistos nas salas de cinema. Agora, o eloquente diretor retorna no que mais sabe, e gosta, de fazer, com o eletrizante Ambulância – Um dia de Crime, refilmagem de um filme homônimo dinamarquês lançado em 2005, com todos os elementos básicos de suas produções, e muito mais, em uma superprodução que envolve o espectador o tempo todo. Jake Gyllenhaal, Yahya Abdul-Mateen II, Elza Gonzales, Colin Woodell, e Keir O’Donnell estão no elenco.


Danny (Jake Gyllenhaal) e Will (Yahya Abdul-Mateen II) são irmãos que acabaram seguindo caminhos diferentes. Will precisa de dinheiro para a cirurgia de sua esposa, e recorre ao seu irmão, que se tornou um assaltante de bancos. Danny o convida a participar de um roubo de U$ 32 milhões de dólares, que acaba dando errado. Para fugir, eles sequestram uma ambulância com uma enfermeira e um policial gravemente ferido, iniciando uma intensa perseguição pelas ruas de Los Angeles.


Ambulância começa com uma introdução dos personagens, vai desenvolvendo a trama principal, levando ao roubo do banco, tudo isso durante seus vinte minutos iniciais, para depois, dar inicio a tal perseguição à ambulância, com quase duas horas de ação interrupta, poucos momentos de calmaria, e tudo o que um filme de Michael Bay tem direito. O diretor sabe muito bem como prender a atenção do público, e entretê-los durante o filme todo, e aqui não é diferente: seguem-se altas perseguições pelas ruas de L.A., muita explosão, tiroteios, um ritmo ágil e frenético, cenas exageradas e situações absurdas, piadas ridículas e um humor duvidoso, momentos heroicos, e um pouco de patriotismo. O roteiro ainda tem várias surpresas que envolvem a perseguição, com alguns momentos onde até torcemos para que os irmãos Danny e Will consigam despistar a polícia. Um dos únicos problemas de Ambulância – Um Dia de Crime está sua edição, com alguns cortes rápidos, deixando o espectador confuso em vários momentos, mas quase que passa despercebido no meio das inúmeras sequencias de ação.


Uma novidade nas suas últimas produções, é a utilização de drones para filmar a maioria das cenas de ação, conseguindo um ângulo melhor, intensificando ainda mais as perseguições. Outro detalhe está na fotografia do filme, com cores quentes, um clichê técnico que Michael Bay sempre usa em seus filmes, e sim, temos o clássico nascer do sol, e o por do sol. Mas aqui, isso tudo até que faz sentido, tanto por ser um filme de ação, quanto pela trama se passar em Los Angeles, uma cidade com um clima quente, e que sempre foi palco de grandes filmes do gênero.


Um dos maiores problemas do diretor americano, e que a critica sempre fala mal, é a construção dos seus personagens, com seus dramas repletos de clichês, e mal desenvolvidos. Em Ambulância – Um Dia de Crime, parece que Michael Bay criou juízo, e deu uma maior atenção neles. Os personagens são interessantes, seus arcos dramáticos são clichês, mas o apelo emocional cativa quem está assistindo, criando personagens, acima de tudo, humanos. Os coadjuvantes são importantes para o desenrolar da trama, mas o foco principal é o quarteto que está dentro da ambulância em perseguição. Jake Gyllenhaal e Yahya Abdul-Mateen II., são irmãos de criação, e apesar de terem seguido caminhos diferentes, eles têm uma forte conexão desde a infância. Gyllenhaal traz muita insanidade para Will, em uma atuação marcante do ator, enquanto Abdul-Mateen II, de A Lenda de Candyman e Matrix Ressurrections, faz um Will sensível, com seus motivos pessoais para ter embarcado nessa jornada alucinante, onde o roteiro tenta diminuir a imagem de vilão, deixando-o com um sentimento de culpa pelo caminho que seguiu, principalmente por causa de sua esposa, e filho.


E fechando o quarteto, tem a atriz mexicana Elza Gonzales, que carrega toda a tensão dramática nas costas, se mostrando firme e forte para enfrentar a situação, e o policial baleado Zach (Jackson White), que passa por vários perrengues dentro da ambulância, principalmente quando envolve uma tensa cirurgia dentro da ambulância em movimento, um dos absurdos do filme.



O desfecho de Ambulância – Um Dia de Crime é bastante emocionante, em vários sentidos, com um forte apelo dramático, resultado de um bom desenvolvimento do roteiro, e personagens com seus dramas bem construídos, apesar de serem clichês típicos do gênero. Com ação interrupta, grandiosas sequencias de ação, muita explosão, e perseguição de carros, e tudo mais, Michael Bay acerta com a sua nova produção, ainda que sua longa duração possa atrapalhar algumas pessoas, com situações que se estendem demais, e que chegam a cansar quem assiste, não que seja totalmente ruim isso; mas são 2h20 minutos de pura adrenalina. É Michael Bay na sua melhor forma.




AMBULÂNCIA - UM DIA DE CRIME (AMBULANCE)


Ano: 2022

Direção: Michael Bay

Elenco: Jake Gyllenhaal, Yahya Abdul-Mateen II, Elza Gonzales, Colin Woodell, e Keir O’Donnell




NOTA: 9,0














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