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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ALIEN - ROMULUS



São 45 anos desde o lançamento do primeiro filme da franquia Alien, e apesar do sucesso que a franquia de terror/sci-fi alcançou, também tem seus altos e baixos (mais baixos que altos, infelizmente). Dirigido por Ridley Scott, “Alien: O Oitavo Passageiro (1979)" se passava em 2122, e introduziu o xenomorfo (criado por H.R. Giger) em uma trama impecável repleta de suspense, tensão e com uma direção de arte criativa. Em 1986, foi a vez do renomado diretor James Cameron fazer a sua versão, “Aliens: O Resgate”, com a trama se passando 57 anos após o primeiro, trazendo mais ação e mais xenomorfos, além de ter apresentado a “rainha alien”, afinal, alguém tinha que colocar os ovos. Já nos anos 90, foi a vez do então novato David Fincher com seu controverso “Alien 3 (1992)”, que acontecia no mesmo ano do filme anterior, em 2179, que passou por várias divergências criativas entre o diretor e o estúdio, e foi a partir daí que a franquia desandou – mas ainda gosto muito desse terceiro filme, e apesar dos seus vários problemas, ainda é um filme impactante e com sequências de ação incríveis -. Anos depois, lá em 1997, a franquia acabou de vez com “Alien: A Ressurreição”, dirigido pelo francês Jean Pierre-Jeunet, com personagens rasos, uma trama péssima e absurda envolvendo clonagem que se passava 200 anos depois o terceiro filme.


Assim, a franquia foi enterrada de vez – principalmente depois dos dois desastrosos e esquecíveis “Alien vs. Predador”, nos anos 2000 – até 2012 quando Ridley Scott retornou ao universo que ele mesmo criou, com os confusos "Prometheus", que acontecia anos antes de Alien: O Oitavo Passageiro, em 2093, e "Alien: Covenant (2017)", anos depois, em 2104. Os dois filmes acabaram sendo massacrados pela crítica, e a maioria dos fãs não gostaram, e assim, o futuro da franquia estava incerto. Mas uma luz no fim do túnel surgiu para os fãs dos xenomorfos quando foi anunciado o sétimo filme (sem contar os dois AVP) com a direção do uruguaio Fede Alvarez, que despontou em Hollywood com a refilmagem de “A Morte do Demônio, em 2013, e O Homem nas Trevas, de 2016. Temos então o promissor “Alien: Romulus”, que dá uma revigorada na franquia, com a trama se passando 20 anos após os eventos de Alien, em 2142. Um grupo de jovens colonizadores decidem ir até uma estação espacial abandonada na órbita do planeta em que estão para roubar câmaras de criogênio, com a intenção de irem para um planeta livre da corporação Weyland-Yutani. Lá, eles acabam se deparando com os temidos xenomorfos.


Com Alien: Romulus, parece que finalmente a franquia antológica do xenomorfo está voltando aos trilhos, trazendo originalidade e o horror característico da franquia, com uma trama independente e personagens novos, mas que faz ligação com os filmes anteriores, além de várias referências que vão deixar os fãs animados. E o bom é que mesmo aqueles que nunca assistiram a um filme da franquia, poderão assistir tranquilamente – mas claro, só não vão pegar as referências -. O diretor Fede Alvarez, que também assinou o roteiro, consegue criar um clima intenso de suspense, conseguindo envolver o espectador em sequências de ação quase que interruptas nos corredores claustrofóbicos da estação espacial. Alvarez foi bem cuidadoso em relação a cronologia da franquia, fazendo conexões com os filmes anteriores – principalmente “Alien: O Oitavo Passageiro” e "Prometheus” -, além de referências aos outros filmes, como cenários, trilha sonora, algumas falas, situações parecidas, e até os computadores; praticamente um “fanservice”. Além disso, os fãs do jogo eletrônico “Alien: Isolation” também vão pegar as referências. Mais tarde farei um especial com todas essas referências aqui no site.



Mas nem tudo é perfeito em Alien: Romulus, e o filme tem alguns probleminhas básicos, mas nada tão relevante que o torna ruim. A direção de arte é incrível, com cenários lembrando os outros filmes da franquia, mas a fotografia mais escura acaba atrapalhando um pouco em algumas cenas, principalmente quando aparecem os alienígenas. Esses cenários mais escuros são muito utilizados em alguns filmes, e servem basicamente para esconder um pouco alguns efeitos mais precários – devido ao baixo orçamento -, mas ajuda também no clima de suspense. E assim como na maioria dos filmes da franquia, os xenomorfos também demoram um pouco para aparecer, mas isso possibilita um desenvolvimento melhor da história e de alguns personagens. Além disso, muitos podem achar o primeiro ato muito enrolado, mas é interessante da mesma forma, e também ajuda a criar um clima de suspense.


Uma das novidades que o diretor Fede Alvarez trouxe para Alien: Romulus é em relação aos personagens, onde pela primeira vez temos um elenco mais jovem, tendo em vista que todos os filmes anteriores são com personagens mais velhos, provavelmente para atrair a nova geração. Na trama, o grupo de amigos são forçados a trabalhar para a Weyland-Yutani, controlados por um “banco de horas”, e também, cada um tem seus dramas pessoais e suas motivações. Com exceção dos personagens de Cailee Spaeny e David Jonsson, os outros acabam não recebendo um bom desenvolvimento, apenas conhecemos o suficiente para o espectador gostar de alguns – e odiar outros (Bjorn, por exemplo) -. A Rain de Cailee Speany é a heroína da vez, que vai aos poucos assumindo o papel de protagonista na trama, com um carisma incrível, força e determinação para enfrentar os xenomorfos, e a relação com seu irmão Andy (David Jonsson), um sintético da Weyland-Yutani, é comovente. O carisma e a simpatia de Andy fisgam o espectador de imediato, fazendo a gente torcer mais para ele do que para os personagens “reais”. Em todos os filmes da franquia, temos a presença de um sintético, e David Jonsson entrega um dos mais queridos. E sem muitos spoilers, tem uma participação especial que vão deixar os fãs animados.



Os efeitos em CGI, e os práticos principalmente, são incríveis e os xenomorfos parecem ser realmente assustadores, e uma curiosidade: Fede Alvarez trouxe a mesma equipe de efeitos práticos de "Aliens – O Resgate" para o design das criaturas e dos cenários. E ainda tem o insano e tão comentado terceiro ato, um divisor de águas na franquia que deixará todo mundo impactado com tudo o que acontece. Podemos respirar aliviados: Alien - Romulus é um dos melhores filmes da franquia, com uma atmosfera imersiva e repleta de tensão, trazendo todo o universo dos filmes originais, principalmente a ambientação da estação espacial, que remete diretamente ao Alien de 1979. Alvarez traz uma trama independente e que envolve o espectador desde o início, sem atrapalhar quem ainda não assistiu aos outros filmes da franquia, e ainda tem as referências que deixarão os fãs satisfeitos. E será você precisa assistir aos outros filmes para entender esse? Alien: Romulus se passa entre os dois primeiros filmes da franquia, lançados em 1979 e 1986. Pela linha cronológica, primeiro tem Prometheus (2093), Alien: Covenant (2104), e Alien – O Oitavo Passageiro (2122). E os eventos de Romulus acontecem 20 anos depois, em 2142. Se você quer ter uma experiência completa – saber as referências -, é indicado ter assistido os três filmes anteriores. Mas pela trama em si não precisa, já que é uma história independente das outras, e dá para entender facilmente todo o contexto. Aí fica ao seu critério.



ALIEN - ROMULUS


Ano: 2024

Direção: Fede Alvarez

Distribuidora: 20th Century Studios

Duração: 120 min

Elenco: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux, Spike Fearn, Isabela Merced e Aileen Wu.



NOTA: 10

 

 

 




















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