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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ALIEN: COVENANT

Atualizado: 19 de abr.



Em 2012, o diretor Ridley Scott retornou ao subgênero que o fez se tornar um diretor de sucesso, o "terror espacial", com o lançamento de Prometheus. Se o primeiro longa, Alien: O Oitavo Passageiro, focava em uma aterrorizante criatura espacial matando a tripulação da nave Nostromo, Prometheus seguiu um caminho diferente: o longa explicou a origem da nave alienígena que aparecia no filme de 1979, e, sucessivamente, a explicação da origem do famoso xenoformo (o que não era a proposta de Prometheus). Questionado sobre a origem da criatura, Ridley Scott disse que ainda precisaria de mais dois ou três filmes para explicar, e agora, Scott lança Alien: Covenant, onde veremos pela primeira vez, em 20 anos, o retorno do xenomorfo mais famoso do cinema.


Em uma viagem pela nossa galáxia, a nave colonizadora Covenant, liderada por Oram (Billy Crudup), e Daniels (Katherine Waterston), está levando milhares pessoas ao planeta Origae-6. No caminho, eles encontram um sinal vindo de um outro planeta, favorável para a sobrevivência humana, e decidem investigar. Ao chegar ao planeta, os tripulantes são atacados por criaturas, e com a ajuda de David (Michael Fasbender, o androide de Prometheus), eles tentam sair do planeta vivos.


Prometheus mostrava a origem da nave Space Jockey, e uma reflexão sobre “quem nos criou”, qual a nossa origem, remetendo aos “engenheiros”. Em Alien: Covenant, a questão é “quem criou os criadores”, e a que ponto a criatura se volta contra o criador. Paralelo a isso, temos uma provável explicação sobre a origem do xenomorfo, um pouco decepcionante, mas que faz sentido com o rumo da história. Em relação ao enredo, Prometheus focava mais na ficção nua e crua, ponto mais interessante do longa, o que combinava com a reflexão proposta. Já em Covenant, Ridley Scott nos apresenta mais o horror do que a ficção, com muito sangue, mortes violentas e cenas muito interessantes com algumas criaturas, e uma delas, é a famosa criatura antológica.



O desenvolvimento dos personagens deixa a desejar, e falha ao não introduzir o personagem de James Franco, o capitão Branson, marido de Daniels, e o drama se limita a perda, sem muito aprofundamento dos personagens. Aliás, a personagem Daniels é uma clara referência a Ellen Ripley, mais do que a Elisabeth Shaw, em Prometheus. Katherine tenta, mas não consegue por falta de determinação, e porque não tem autoridade, diferente de Ripley. O maior destaque, novamente, é Michael Fassbender e seus dois androides: o David de Prometheus, e o Walter de Covenant. Lembra que em Prometheus, David e Elisabeth Shaw seguem rumo ao planeta dos engenheiros? Aqui temos uma explicação do que aconteceu. Fassbender interpreta muito bem seus dois androides, com complexidades e motivações diferentes.


No fim, Alien: Covenant, é mais um filme para quem tinha saudades do xenormorfo, e das cenas de ação com criaturas alienígenas, elementos que muitos sentiram falta em Prometheus, nada comparado com a franquia Alien, mas ainda diverte e empolga, principalmente na primeira aparição da criatura. A fotografia é boa, e interessante dentro da proposta, mas inferior à de Prometheus, um dos motivos que faz o filme de 2012 focar mais na ficção. Alien: Covenant ainda não mostra uma ligação o filme original de 1979, mas muita coisa a respeito do xenomorfo é explicada. Será que no próximo Alien, teremos, finalmente, essa ligação? Ainda que o futuro da série seja incerto, todos esperamos ansiosamente.



ALIEN: COVENANT


Ano: 2017

Direção: Ridley Scott

Distribuidora: 20th Century Studios

Duração: 123 min

Elenco: Katherine Waterston, Billy Crudup Michael Fassbender, Dany McBride, Callie Hernandez e Demian Bichir



NOTA: 8,0


Disponível no



















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