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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ALADDIN (2019)



A Disney é um dos maiores estúdios de Hollywood, criado a quase 100 anos; 96 anos para ser exato. Marcando a infância de uma geração inteira, o estúdio nos trouxe grandes clássicos que emocionam e encantam até hoje. Com a tecnologia avançando, os desenhos foram mudando, até virar as animações que conhecemos hoje. Continuando na linha do tempo, em 2010, Tim Burton reinventou a história de Alice No País das Maravilhas em um live-action, um dos primeiros filmes a bater a marca de U$ 1 bilhão nas bilheterias, nos apresentando uma história diferente, caracterizada como uma “versão sombria” da animação, mas ainda encantadora e repleta de magia. Anos depois, o estúdio decidiu continuar a fazer “versões humanas” de seus clássicos, e já tivemos Malévola, Cinderela, A Bela e a Fera, Mogli e até do ursinho Pooh. Esse ano, em 2019, já tivemos a fofa adaptação de Dumbo, e ainda nesse ano, virão o esperadíssimo O Rei Leão, e a continuação de Malévola.


Mas o filme do momento é Aladdin, adaptação em live-action da animação onde o jovem pobre se apaixona pela princesa, e com a ajuda de um gênio que vive em uma lâmpada, se torna um príncipe para conquistar a amada. Mantendo a narrativa do desenho, mas com algumas poucas mudanças, a adaptação é dirigida por Guy Ritchie, e tem no elenco Will Smith, Mena Massud, Naomi Scott, Marwan Kenzari e Navid Negahban.


Guy Ritchie faz de Aladdin uma adaptação que segue os passos da trama original, mas não recria cada cena da animação, e toma a liberdade de criar novos acontecimentos. Ainda, mantém a trilha sonora original, com as belas canções que todos conhecem, nos dando uma nostalgia maravilhosa. E o próprio Alan Menkin, que compôs a trilha sonora da animação, está de volta nesse live-action. Há uma canção inédita, um pouco desnecessária, e colocada em um momento que não combinou muito, mas que logo é esquecida. Os maiores feitos da produção são a direção de arte e o figurino, representando muito bem a cultura da Arábia, com cenários grandiosos e incríveis; a cidade de Agraba é recriada perfeitamente, com muita cor e a notável diferença de classes sociais; é um espetáculo visual incrível. Ainda, tem alguns erros na direção que deixam algumas cenas um pouco confusas, típicas do jeito ágil de fazer filmes do diretor, mas que passarão despercebidos para a maioria.



Outro ponto acertado é a representatividade do elenco, que conta com a maioria atores negros, mestiços, e descentes dos países árabes, dando uma maior veracidade na produção. O ator egípcio Mena Massud, interpreta Aladdin, e traz uma enorme simpatia para o personagem, representando-o muito bem. Tanto a fisionomia do ator, quanto seu carisma, caem perfeitamente para o personagem. Naomi Scott faz a princesa Jasmine, personagem um pouco diferente da animação, com ideais mais feministas de que as mulheres também podem comandar grandes reinos. A atriz, que a veremos na adaptação As Panteras, representa muito bem a fragilidade e a perseverança da personagem. A sintonia entre o casal transborda fora da telona, cativando o espectador com o todo o amor puro entre eles.


Um dos erros da adaptação, em relação aos personagens, e Já’far, interpretado pelo holandês Marwan Kenzari. Não que o ator esteja ruim no papel do vilão, mas ele ficou muito caricato, muito mais jovem do que o da animação, sem muito desenvolvimento, com intensões típicas e nada convincentes. Pelo menos, o seu figurino ficou muito parecido com o do desenho. E agora, vamos falar do polêmico personagem que tanto deu o que falar, mesmo antes da estreia do filme: Mariner, o gênio da lâmpada mágica. Will Smith interpreta o personagem, que na maioria das vezes, aparece em forma de CGI, um pouco mal feito e artificial, mas o carisma e a alegria contagiante do ator, e por ser o alivio cômico, entrega uma competente atuação, fazendo a gente esquecer esse detalhe. E claro, temos os clássicos personagens, como o tapete voador, o fofíssimo macaco Abu, e o icônico papagaio de Já’Far, Iago.


Guy Ritchie consegue manter toda a magia e o encanto que o desenho nos proporcionou lá nos anos 90, com todos os personagens, canções e cenas clássicas, e ao mesmo tempo, se reinventa, com algumas adições bem vindas, algumas só, trazendo uma grande nostalgia para todos fãs. Cenários musicais inspirados em Bollywood (a Hollywood indiana), como na apresentação do príncipe Ali Ababwa, a introdução do gênio, e a famosa cena do tapete mágico, com a canção “Um Mundo Ideal”, são recriadas perfeitamente. Personagens cativantes, canções maravilhosas, incríveis efeitos especiais, e uma bela história de amor, fazem da adaptação de Aladdin um divertido e emocionante filme.






ALADDIN


Ano: 2019

Direção: Guy Ritchie

Elenco: Will Smith, Mena Massud, Naomi Scott, Marwan Kenzari e Navid Negahban



NOTA: 8,5
















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