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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ADÃO NEGRO



O universo cinematográfico da DC é uma caixinha de surpresas, e um caso curioso de se analisar. O estilo dos filmes criados por Zack Snyder, lá em 2013, dividiu os fãs, e todo mundo que gosta de filmes de super-heróis. Quando surgiu Mulher-Maravilha, Aquaman e Shazam!, parece que a DC tinha encontrado o seu caminho, e todos estavam cada vez mais empolgados pelo que estava por vir. Entre poucos acertos e muitos erros, chegamos em Adão Negro, mais um anti-herói da DC, interpretado por Dwayne “The Rock” Johnson”, que introduz o personagem título no Universo do estúdio de uma forma confusa, atropelando tudo o que vem pela frente. Será que temos mais um erro da DC?


Na trama, Adão Negro é acordado nos dias de hoje, na cidade de Khandag, que está sendo dominada por uma milicia poderosa chamada Intergangue. O anti-herói tem um passado duvidoso, e apesar disso, ele pretende ajudar o povo da sua terra natal antes que um vilão vindo do inferno, Sabbac, destrua a sua cidade. Adão Negro ainda tem que lidar com a sociedade da Justiça, uma organização que pretende impedi-lo (??) de ajudar o seu povo (???). A produção é dirigida por Jaume Collet-Serra (de A Órfã, Sem Escalas e Águas Rasas), e tem no elenco Pierce Brosnan, Aldis Hodge, Noah Centineo, Sarah Shahi, e Quintessa Swindell.


Adão Negro não é um dos piores filmes do Universo da DC, e se sai bem em muitos aspectos, mas está longe de ser uma esperança no futuro do estúdio; tanto é que a sua continuação foi cancelada. A trama é um pouco confusa - e olha que foi escrita por três roteiristas -, e a história de origem do personagem é explicada de forma muito rápida, atropelando tudo o que vem pela frente. Quando o anti-herói acorda nos tempos de hoje, não entendemos quais são as suas reais intenções, e se ele é de fato bom ou ruim (em Deadpool e Venom, tudo foi mais situado), e a introdução da Sociedade da Justiça acabou atrapalhando ainda mais tudo – faltou explicar melhor isso, e o foco ficou muito no embate deles com o Adão Negro -. Além disso, o tal vilão Sabbac demora para aparecer, e apesar do seu visual ser muito bem-produzido, se torna um vilão sem graça e nada ameaçador, e sem falar dos seus “soldados infernais”, um bando de esqueletos-zumbis que são menos ameaçadores ainda.



Mas calma que nem tudo está perdido em Adão Negro. O visual e os efeitos especiais são impressionantes, seguindo os caminhos de Batman vs. Superman, e as sequências de ação são empolgantes e bem-produzidas, o que mais prende a atenção do espectador. Os combates são exatamente como nas HQ’s, tem aquele visual mais épico, no estilo de batalha entre Deuses, e todos os personagens têm seus momentos de destaque e salvam o dia, de alguma forma. Até os efeitos em slow motion, que eu não gosto muito, ficaram ótimos no filme, deixando tudo mais interessante. Além disso, a DC parece que aprendeu a colocar o humor em suas produções, um dos pontos que sempre foi criticado por muita gente. É engraçado ver Adão Negro aprendendo a ser irônico e sarcástico, as atrapalhadas de Esmaga-Átomo conseguem cativar o público, e o “núcleo humano” tem um bom carisma. Porém peca nos excessos, muitas piadas, e situações engraçadas, e muitas delas são repetitivas.


Voltando aos problemas, aqui temos um péssimo desenvolvimento dos personagens: Jaume Collet-Serra, e os TRÊS roteiristas, parecem dar mais foco nas batalhas entre os personagens, do que desenvolvê-los melhor na trama. Pouco sabemos sobre os integrantes da Sociedade da Justiça, e o embate com Adão Negro atrapalha um pouco a trama. Senhor Destino (Pierce Brosnan), Cyclone (Quintessa Swindell), Gavião Negro (Aldis Hodge) e Esmaga-Átomo (Noah Centíneo), acabam irritando o espectador, já que todos nós estamos adorando ver The Rock no papel do anti-herói, e a finalidade desse quarteto da justiça é atrapalhá-lo. O filme é de Dwayne Johnson, que carrega todo o carisma que a produção tem nas costas, e o ator foi a escolha certa para viver o personagem. Mesmo estando sério o tempo todo, The Rock esbanja carisma ao tentar aprender a ser menos vilão, e como mencionei antes, vê-lo tentando ser irônico e sarcástico, é divertido. O núcleo humano também se destaca um pouco na trama: Sarah Shahi e Bodhi Sabongui, que interpretam mãe e filho tem carisma, principalmente o jovem ator, que demonstra empolgação ao ter Adão Negro como seu novo amigo (isso o roteiro poderia ter explorado mais), e Mohammed Amer, um comediante americano de origem palestina, é o alívio cômico, outro personagem que poderia ter aparecido mais.



A expectativa com Adão Negro era grande, ainda mais que a produção foi adiada de julho para outubro desse ano, e de certa forma, a espera não valeu tanto a pena. A sua trama rápida e confusa demais acaba deixando o espectador disperso, e o pouco desenvolvimento dos personagens não é o suficiente para que possamos criar um vínculo com eles, salvo o carisma de The Rock ao interpretar o anti-herói título. Mas é uma produção bem divertida e empolgante em vários momentos, os efeitos especiais e as batalhas entre os heróis são ótimas, e isso tudo acaba salvando a produção de um possível fracasso. O futuro parece incerto para Adão Negro no universo cinematográfico da DC, já que a continuação foi engavetada. O próprio Dwayne Johnson postou nas suas redes sociais, alegando que James Gunn e a Warner querem reestruturar esse universo, dando prioridade aos seus maiores heróis, como Superman, Batman. Mas o que pode ter realmente sido a “batalha final” nessa decisão, é a baixa bilheteria do filme, que arrecadou US$ 391 milhões no mundo todo, padrão baixo para qualquer filme de super-herói. Resta esperar o que a DC tem nas mãos.




ADÃO NEGRO (BLACK ADAM)


Ano: 2022

Direção: Jaume Collet-Serra

Elenco: Dwayne Johnson, Pierce Brosnan, Aldis Hodge, Noah Centineo, Sarah Shahi, Bodhi Sabongu e Quintessa Swindell.



NOTA: 7,0



Disponível na HBO MAX.















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