CRÍTICA | ACOMPANHANTE PERFEITA
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 7 de fev.
- 3 min de leitura

O gênero do terror deu um ponta pé inicial bem promissor esse ano com o lançamento de Acompanhante Perfeita, produção que mistura ficção, terror, com um leve toque de romance. E da mesma forma como aconteceu com o filme Abigail, em 2024, quanto menos você souber da trama – principalmente pelos trailers -, melhor vai ser a surpresa e a revelação que o diretor Drew Hancock prepara para o público. Com uma trama inusitada e cheia de reviravoltas surpreendentes que prendem a atenção do púbico, o terror nos apresenta ao casal Josh (Jack Quaid) e Iris (Sophie Tatcher), que vão passar o final de semana em uma casa no campo seus amigos. O que era para ser um fim de semana romântico e divertido entre amigos, acaba se tornando um horror quando algo inesperado acontece e segredos são revelados, colocando a vida de todos em risco. Lukas Cage, Megan Suri, e Harvey Guillén também estão no elenco.
“As aparências enganam” é o ditado que mais se encaixa no novo terror da Warner, Acompanhante Perfeita. O filme funciona como um típico slasher, mas dá uma modernizada no subgênero, além de se parecer muito com algum episódio de “Black Mirror” sobre Inteligência Artificial, mas essa questão não é bem desenvolvida no roteiro; até porque, esse debate não é a proposta do filme. A trama, que também foi escrito por Hancock, já revela o grande segredo antes dos trinta minutos de projeção – porém, o trailer meio que já deixa a entender qual é o tal segredo – e apesar de ser a grande revelação da produção, existem muitas outras surpresas e plot twists no decorrer da história. “Companion”, no original, começa no maior clima de romance entre o casal protagonista, e a trama vai crescendo de acordo com as revelações que vão surgindo e o desenrolar dos acontecimentos, se tornando um terror com toques de ficção, muito humor ácido, piadas sobre inteligência artificial, violência, sangue, e reviravoltas surpreendentes que deixarão o espectador vibrado na trama. O filme tem pouco mais que 1h30 minutos de duração, e isso é um acerto já que não tem muito o que falar ou fazer em relação ao enredo e os acontecimentos, mas essas reviravoltas e segredos acabam se esgotando um pouco, e muitas vezes o ritmo vai perdendo a força com situações repetitivas, mas nada que estrague o resultado final.

O elenco é o maior acerto de Acompanhante Perfeita, com destaque maior para Sophie Tatcher e Jack Quaid, que estão em perfeita sintonia juntos. Tatcher, que estrelou Boogeyman e Herege, está perfeita e divertida no papel de Iris, conseguindo demonstrar perfeitamente as duas personalidades que a sua personagem tem, com nuances bem distintas, conquistando a simpatia do espectador que começa a torcer para a personagem logo de cara. Já Jack Quaid, que foi o Ghostface em Pânico 5, é o “macho escroto” da vez, em uma atuação digna e eficiente em sentir ódio pelo personagem e torcer para que tudo dê errado. No elenco de apoio, o rosto mais conhecido é Lukas Cage, que recentemente esteve em Sorria 2, e é responsável por uma das várias reviravoltas na trama; fique bem atento a ele.
Talvez, o diretor Drew Hancock poderia ter desenvolvido um pouco mais a crítica social sobre relacionamento abusivo e manipulação, e até sobre a IA, mas acredito que essa não seja a proposta do filme. Acompanhante Perfeita é uma sátira aos relacionamentos, com uma trama envolvente e divertida cheia de reviravoltas sensacionais, muito humor e piadas ácidas, violência e gore, um filme totalmente despretensioso. Dinâmico, ágil, interessante e inovador – de certa forma -, “Companion” entrega o conflito e a revelação principal logo nos primeiros minutos de projeção, e isso não é ruim porque não fica enrolando demais e dispersando o público; o terror ainda reserva muitas reviravoltas, situações insanas, e segredos sendo revelados aos poucos. Um início bastante promissor para o terror nos cinemas, e ainda traz uma reflexão – talvez não intencional – sobre o uso de inteligência artificial.

ACOMPANHANTE PERFEITA
Ano: 2025
Direção: Drew Hancock
Distribuidora: Warner Bros.
Duração: 97 min
Elenco: Sophie Tatcher, Jack Quaid, Lukas Cage, Megan Suri, e Harvey Guillén
NOTA: 8,5





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