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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | ABIGAIL



Falar sobre o novo terror da Universal Studios, Abigail, sem revelar o maior segredo da trama, é complicado, culpa da campanha de marketing e dos trailers lançados na divulgação. Na trama, um grupo de criminosos sequestram uma garotinha (e que é bailarina) chamada Abigail, e a levam para um esconderijo – uma mansão macabra no meio do nada – com a intenção de pedir um resgate milionário para a família rica da menina. Acontece que ela esconde um segredo, e os sequestradores começam a morrer um a um. O problema aqui é que o segredo de Abigail é revelado nos trailers, sendo que o roteiro faz todo um mistério que só é revelado lá pelos 40 minutos de filme: a garotinha é uma vampira. Dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, dupla que comandou os Pânico 5 e 6, e Casamento Sangrento, Abigail é um dos filmes mais inusitados do ano até agora, misturando terror, comédia, humor ácido, cenas gore e muito sangue. Melissa Barrera, Alisha Weir, Kevin Durand, Dan Stevens, Kathryn Newton, Giancarlo Esposito, Angus Cloud e Matthew Goode estão no elenco.


Abigail é um filme que provavelmente não vai agradar o grande público por causa da sua proposta mais trash, gore e sanguinária, mas é bem divertido, intenso, repleto de revelações, além de brincar com os clichês de filmes do gênero. A trama começa como um filme de sequestro, e aos poucos vai ganhando ares de mistério e terror, mantendo o segredo de quem é a garotinha e quem é a família dela, e não demora muito para a produção se tornar um banho de sangue no estilo “Um Drink no Inferno”, misturando horror, humor ácido, muita ironia, e personagens burros e idiotas. Abigail foge da maioria dos clichês típicos de filmes de vampiros – água benta, alho, e crucifixos aqui não funciona -, consegue dosar o terror e comédia muito bem, e a mansão onde a trama se passa é incrível, com corredores escuros, macabros, e salas secretas, favorecendo a tensão quando a garotinha vampira corre atrás dos bandidos. O problema maior são algumas reviravoltas no roteiro, que muda um pouco o ritmo dos acontecimentos, tornando tudo um caos total, e o fato de o público ir assistir ao filme já sabendo sobre o segredo de Abigail (Alisha Weir) estraga um pouco a diversão, tendo em vista que os diretores mantêm isso em segredo grande parte do tempo.



É interessante a forma que o roteiro desenvolve os personagens – todos tem uma história de superação e motivos para terem aceitado o sequestro -, a maioria são carismáticos, e o vínculo que eles mesmos criam entre si é bem inusitado para um filme do gênero; e isso é bom. Apesar de os personagens serem bem interessantes, e fazerem o público dar risadas com as suas idiotices (conseguimos até gostar um pouco deles), a maioria são completamente descartáveis, além de serem muito estereotipados, mas Alisha Weir, a “vampira bailarina”, é que rouba a cena sempre que aparece. Com uma interpretação incrível e icônica de Abigail, ela diverte o espectador entre os seus momentos de fofura e os de loucura, quando se transforma em uma vampira faminta, correndo atrás dos personagens, xingando todo mundo, com diálogos ácidos e que sempre falam a verdade, e até as caras e bocas são impagáveis. O rosto mais conhecido é de Melissa Barrera, que estrelou os dois últimos filmes da franquia Pânico e aqui ela é a protagonista, e provavelmente a que mais o público vai adorar. Vale destacar o personagem de Kevin Durand, um queridão que tem um coração enorme, além de o ator lembrar muito Elon Musk.


Corpos explodindo, vísceras espalhadas por todo o canto, desmembramentos, maquiagens nojentas e muito sangue. Abigail é ousado e diferente da maioria dos filmes de terror lançados nesse último ano, trazendo situações caóticas em uma trama cheia de reviravoltas, várias referências a outros filmes, muito humor, piadas idiotas, e no meio de toda essa confusão, ainda tem tempo para explorar a relação entre pais e filhos. O maior erro mesmo foi já ter revelado a grande surpresa ainda nos trailers, e garanto que a experiência em descobrir que Abigail era uma vampira sem o público já saber, seria muito melhor. No mais, a dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett entrega um filme divertido e despretensioso que não se pode levar a sério, basta o espectador entrar na proposta maluca da produção e dar muita risada.




ABIGAIL


Ano: 2024

Direção: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett

Distribuidora: Universal Studios

Duração: 109 min

Elenco: Melissa Barrera, Alisha Weir, Kevin Durand, Dan Stevens, Kathryn Newton, Giancarlo Esposito, Angus Cloud e Matthew Goode


NOTA: 8,5




















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