CRÍTICA | A ÚLTIMA PROFECIA

Atualizado: 1 de abr.

Os filmes de suspense/terror lançados nos últimos anos dificilmente tem agradado o grande público, trazendo tramas genéricas, sem suspense ou tensão, repletas de exageros, e muito sangue. Lembro que lá nos anos 90, e até a metade dos anos 2000, esses dois gêneros estavam em alta, com produções interessantes como O Dom da Premonição, O Mistério da Libélula, e inclusivealgumas eram baseadas em fatos reais, como é o caso de A Última Profecia, suspense psicológico/sobrenatural dirigido por Mark Pellington. Baseado em um livro do jornalista John A. Keel, a trama acompanha John Klein (Richard Gere), um jornalista do The Washington Post que passou por um trauma pessoal recente. Em uma de suas viagens à trabalho, ele acaba chegando, misteriosamente, em uma pequena cidade do interior de Ohio, e acaba se envolvendo em um mistério onde parte da população relata encontros assustadores com uma estranha entidade chamada “homem mariposa”.

Baseado em fatos reais, A Última Profecia explora um tema que é adorado por muita gente: suspense psicológico com fenômenos sobrenaturais, apesar de o diretor, Mark Pellington, não o ver assim. A trama envolve uma misteriosa entidade em forma de mariposa, mas humana, que aparece para as pessoas na pequena cidade de Point Pleasant, anunciando que algum desastre vai acontecer. O diretor consegue criar um ótimo clima de suspense e tensão, com um enredo que vai crescendo à medida que o jornalista vai investigando o mistério envolvendo a tal entidade, com detalhes importantes que se complementam, principalmente para o ato final. A parte técnica é um dos pontos fortes da produção: a ambientação de uma cidade do interior dos EUA, e por mais que possa parecer bobo, o tempo nublado e frio da um toque a mais de mistério, além de tomadas aéreas nas aparições do homem-mariposa, passando aquela sensação de que algo está observando e acompanhando os personagens, aumentando a tensão e criando situações intrigantes.

Richard Gere é o jornalista que, misteriosamente, acaba chegando em Point Pleasant, John Klein, descobrindo os casos. A trama explora o lado psicológico de John, que passou por um trauma pessoal e ainda está vulnerável a isso, mas nunca o coloca como louco, já que mais pessoas estão vendo a tal criatura. Laura Linney é a policial da cidade, Connie, que já estava familiarizada com as aparições, e que conhece todos da cidade, e Will Patton, um dos grandes destaques, é um fazendeiro que acaba entrando em contato com o homem-mariposa, em uma enigmática e intrigante atuação, causando arrepios no público.

Embalado por uma assustadora e melancólica trilha sonora, que combina perfeitamente com o clima da produção, A Última Profecia é um dos mais interessantes filmes de suspense sobrenaturais já feitos, com uma trama que envolve o espectador com os acontecimentos, os relatos, e as aparições, atiçando a nossa curiosidade. Intrigante e misterioso, o filme de Mark Pelington tem algumas reviravoltas, detalhes surpresas, e aquelas revelações básicas, mas surpreendentes, ainda mais que é baseado em acontecimentos reais. A Última Profecia é uma pérola do gênero, trazendo um suspense sem sangue, violência, e que poderá ser visto por todos.

SOBRE OS CASOS REAIS (CONTÉM ALGUNS SPOILERS)

A criatura é conhecida como o homem-mariposa, uma borboleta grande, mas que aparece em uma forma humanoide, que tem em torno de dois metros, olhos vermelhos, e asas. As aparições do “moothman” aconteceram entre novembro de 1966 e dezembro de 1967, em duas cidades vizinhas, Point Pleasant, e Charleston, nos EUA. A criatura sempre anunciava desastres, onde coisas estranhas aconteciam nas duas cidades, que culminou no desabamento da Silver Bridge, além das aparições para os moradores da região.

Muitos casos que aparecem no filme, realmente aconteceram, como a história do casal que foi até as minas para “namorar”, e acabaram vendo o homem-mariposa, apesar de que eram dois casais na vida real, além da queda da ponte. Mas, o número de mortos da queda da ponte foi alterado: no filme eram 36, e na verdade eram 46. E no final, foi dito que a causa do desabamento da Silver Gate não foi descoberta, mas um laudo diz que foi uma falha na suspensão dos cabos da ponte.

Existe um museu sobre o homem-mariposa, em Point Pleasant, uma estátua, e um festival relacionado com as aparições.

SITE DO MUSEU: https://www.mothmanmuseum.com/