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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A TEIA



Filmes que abordam a perda de memória sempre rendem boas produções, impulsionadas por um elenco bom e uma trama cheia de mistérios. Me veio em mente o filme Amnesia, lançado em 2000, dirigido por Christopher Nolan e estrelado por Guy Pierce e Carrie Annie-Moss, e o mais recente Assassino Sem Rastro, estrelado por Liam Neeson. Esses dois filmes têm muitas semelhanças com o filme em questão, A Teia, estrelado por Russel Crowe, que também aborda a perda de memória, mais especificamente o Alzheimer. Cheia de mistérios e reviravoltas, a trama de A Teia acompanha o ex-detetive Roy Freeman (Russel Crowe) que é chamado para investigar um caso antigo – o assassinato do professor Joseph Wieder (Marton Csokas) -. O problema é que Roy sofre de Alzheimer. Karen Gillan e Tommy Flanagan estão no elenco.


A Teia é um filme de investigação muito parado, quase não tem cenas de ação, e por isso foca mais no mistério que envolve o brutal assassinato do professor. A trama se desenvolve como se fosse um quebra-cabeças, tanto é que é dividida em capítulos nomeados pelos nomes dos suspeitos – que representa a visão do crime de cada personagem -, e a medida que o mistério vai se desvendando, a história fica mais interessante. O diretor Adam Cooper confunde – propositalmente – o espectador na investigação, criando dúvidas sobre cada personagem e o seu papel nesse crime, além de a trama ser mais dinâmica, seguindo por vários caminhos. Vale destacar a fotografia de Ben Nott, que soube utilizar muito bem os cenários gélidos da cidade de Vancouver, enfatizando o clima sombrio que a trama precisa.



O personagem de Russel Crowe tem Alzheimer, e o roteiro se aproveitou das limitações que Roy tem: o ex-detetive está fazendo um tratamento para a doença, não se lembra de nada do seu passado, e aos poucos vai recuperando a memória à medida que vai investigando o caso. Crowe consegue mostrar bem a vulnerabilidade de seu personagem, que coloca anotações por toda a casa para lembrar das coisas. Não é nada de extraordinário, mas o ator convence dentro das limitações, e no fim, essa investigação acaba ajudando na recuperação de sua memória. Karen Gillan também se destaca como Laura Bines, uma personagem intensa e envolta de muitos mistérios, fazendo com que a trama fique ainda mais interessante de acompanhar.


O ritmo de A Teia é bem parado, o que pode deixar o espectador um pouco frustrado, mesmo que a trama seja envolvente e repleta de reviravoltas. Os “plot twists” mantém a o público ligado na trama, e você precisa prestar muita atenção nos detalhes para não perder nada, e são muitos detalhes. Quem, de fato, matou brutalmente o professor Wieder? Quais as motivações do assassino? Como todos esses personagens estão conectados? A revelação final é bem surpreendente, e pode até parecer obvio, mas a trama consegue desviar a atenção de quem assiste. No mais, A Teia é um filme bem mediano, e talvez se sairia melhor se tivesse seguido mais para o thriller psicológico e ter explorado melhor o Alzheimer dentro do mistério da trama. Provavelmente ficará perdido em algum catálogo de streaming, mas não é um filme ruim.




A TEIA (SLEEPING DOGS)


Ano: 2024

Direção: Adam Cooper

Distribuidora: Imagem Filmes

Duração: 110 min

Elenco: Russel Crowe, Karen Gillan, Tommy Flanagan, Marton Csokas e Harry Greenwood.


NOTA: 7,5

























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