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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A SÉRIE DIVERGENTE: INSURGENTE


Um ano após o lançamento de Divergente, chega aos cinemas o segundo filme baseado na segunda obra de Veronica Roth, Insurgente. Nesse segundo capítulo, a série toma um rumo bem diferente, com novos personagens, outros que se despedem, e realmente fica claro que a mocinha do filme, Tris, é a única salvação da história, e fará de tudo para destruir o "sistema" corrupto. Grande parte do elenco do primeiro filme está de volta: Shailene Woodley, Theo James, Miles Teller, Ansel Elgort, Maggie Q, Kate Winslet e Zoe Kravits; e temos novos atores, que inclui a vencedora do Oscar Octavia Spencer, Naomi Watts e Daniel Dae Kim (o Jim da série Lost).


A história começa alguns dias depois do primeiro filme, onde Tris (Shailene), Quatro (Theo), Caleb (Ansel), Peter (Miles) e Marcus (Ray) estão refugiados na facção da Amizade, já que agora são considerados fugitivos. Jeanine (Kate), líder da Erudição, começa a caçar todos os Divergentes, a então grande ameaça do sistema, para poder abrir uma caixa, a mesma que a mãe de Tris guardava, que pode conter alguma mensagem reveladora. O grupo acaba encontrando os "sem facções", liderado por Evelyn (Naomi), que planejam uma guerra contra Jeanine e seu exército, enquanto que Tris tem que se esconder da Erudição.


O roteiro de Insurgente conta com várias revelações e traições, além de ter um ritmo mais acelerado do que o primeiro, mas não tem toda a emoção e diversão do que Divergente. Nesse segundo filme, os personagens buscam por justiça, e farão de tudo para tê-la, assim como a destemida Jeanine fará de tudo para caçar os Divergentes, principalmente Tris, o principal alvo da Erudição. O filme conta com cenas de ação forçadas e cheias de efeitos especiais, além do clichê que Tris é a escolhida para ser a salvação de todos; mas aqui, pelo menos, eles fazem piadas dessa "inevitável" escolha. Duas facções são apresentadas, até então desconhecidas pelo público: a Amizade e a Franqueza; só conhecíamos a Audácia, a Abnegação e a Erudição. É na Amizade que está a oscarizada Octavia Spencer, que interpreta Johanna, e pela sua expressão facial, não parece ser tão amigável assim. Daniel Dae Kim, de Lost, é o líder da facção Franqueza, bem mais organizada, se assemelhando com da Erudição.



Falta emoção em Insurgente, o que acaba influenciando nos personagens, mostrando suas histórias de forma rasa, sem nenhum aprofundamento. Se em Divergente Tris se destacava pelo seu carisma, em Insurgente, vemos o oposto. Aqui ela está revoltada, querendo vingança e destruir de vez a erudição. Shailene Woodley não faz o tipo revoltada, mas se sai bem, e está bem melhor nas cenas de ação; o drama dela é o que mais se desenvolve. Os personagens de Miles Teller e Ansel Engorth têm papeis importantes na trama, e tomam decisões importantes que mudarão o rumo da história. A inconstância de Peter é revoltante e engraçada, e Miles se sai muito bem, e reafirmo que ele é um dos grandes destaques da atualidade; já Ansel, sem muita expressão, está do lado oposto, frio e calculista, indo contra sua irmã, tudo por causa de seu personagem, e só serve para "peso" na história, como ele mesmo diz durante o filme.


A ambição de Jeanine é maior do que o filme anterior, onde ela deveria ser mais ameaçadora, mas não consegue; Kate Winslet é uma ótima atriz, mas a personagem é muito limitada e prejudica uma boa atuação dela. A sempre ótima Naomi Wats e a talentosa Octavia Spencer são as novas adições no elenco, mas se tornam meros coadjuvantes. A personagem de Naomi, Evelyn, tem muita importância a trama, e sua história não é muito aprofundada, fato que também acontece com Quatro, Theo James, que ainda continua com sua inexpressão, mesmo com uma reviravolta na história de seu personagem, e o seu romance com Tris dá uma engatada, fato que prometia tanto, mas decepciona.


Assim como Divergente, o segundo filme tem uma crítica social, mais forte até que o seu antecessor. Se no primeiro mostrava um mundo ditado por uma líder que achava estar fazendo o certo mesmo estando errado, aqui a história segue um rumo diferente, e mostra muito mais a luta e a rebeldia dos personagens para acabar com esse regime. O roteiro apresenta isso de uma forma razoável, mas poderia ter sido melhor explorado, já que essa luta pela liberdade é um dos temas principais da série, principalmente nesse segundo filme. Além disso, a história mostra que Tris terá que descobrir quem ela realmente é, e o seu papel no meio dessa sociedade caótica, lutando pelos seus ideais e pela justiça.



O final mostra que a história poderia terminar ali, mesmo deixando um final em aberto, que ficaria na imaginação do público, o que seria bem interessante. A partir daqui a história seguirá um rumo bem diferente: um mundo novo surgirá, personagens deixam a história, novos aparecem, alguns trocam de lados, e o filme termina de uma forma interessante e esperançosa. O resultado final de Insurgente é positivo, tem uma trama interessante e cheia de reviravoltas, mas que poderia ter aprofundado mais nos dramas dos personagens, e na história. Os efeitos especiais são ótimos, mas o 3D convertido não ajuda em nada, já que não tem muita diferença. Hollywood usa essa tática para que o filme não se torne um fracasso nas bilheterias, já que os ingressos são mais caros. Resta agora esperar a adaptação de Convergente, último livro da série, que será divido em duas partes; outra tática de Hollywood para arrecadar dinheiro.





A SÉRIE DIVERGENTE: INSURGENTE (INSURGENT)


Ano: 2015

Direção: Robert Schwentke

Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Miles Teller, Ansel Elgort, Maggie Q, Kate Winslet , Zoe Kravits, Oscar Octavia Spencer, Naomi Watts e Daniel Dae Kim



NOTA: 9,0














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