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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A SÉRIE DIVERGENTE: CONVERGENTE

Atualizado: 7 de out. de 2021


As adaptações cinematográficas de obras literárias dominaram o cinema nos últimos anos, o número de fãs é incontável e o resultado nas bilheterias são a prova de todo o sucesso dessas adaptações. Claro que algumas não dão certo e se tornam fracassos de bilheteria, resultando no cancelamento das adaptações, que é o caso de Os Instrumentos Mortais, A Hospedeira e Dezesseis Luas. A maioria dos livros tem uma temática parecida, um(a) jovem que é a esperança para salvar um grupo, ou a humanidade, resultando em conflitos e rebeliões com grandes batalhas.


Em 2014, foi a vez da trilogia Divergente, escrita por Veronica Roth, de ser adaptada para o cinema. O primeiro livro não fez o sucesso das outras adaptações, mas foi o suficiente para receber o sinal verde em adaptar a série toda. DIVERGENTE tinha uma história muito interessante e um ritmo contagioso, com personagens cativantes, e acabou surpreendendo a todos. INSURGENTE decidiu focar mais nos efeitos especiais e esqueceu um pouco do desenvolvimento dos personagens, além de não ter sido tão bom quanto o primeiro, mas ainda apresentava uma história interessante que chamava a atenção. Agora, é a vez de CONVERGENTE, terceiro e último livro da série, na qual os produtores decidiram dividi-lo em duas partes; novidade? Não. Shailene Woodley, Theo James, Ansel Elgort, Miles Teller, Naomi Watts, Octavia Spencer, e Zoe Kravits retornam aos seus papéis, e as novas adições no elenco são Jeff Daniels e Bill Skarsgard.


Após a morte de Janine (Kate Winslet) e a revelação que existe um mundo fora dos muros, Tris (Shailene Woodley), Quatro (Theo James), Caleb (Ansel Elgort) e Peter (Miles Teller) decidem fugir da cidade de Chicago para descobrir o que existe atrás dos muros. Em um mundo devastado, eles acabam encontrando uma outra civilização, liderada por David (Jeff Daniels), que vivem em uma pequena cidade. Tris descobre novas informações sobre tudo o que aconteceu e as intenções de David para salvar o planeta, e ao mesmo tempo, as duas alianças restantes em Chicago, os sem facções liderados por Evelyn (Naomi Wats), e a líder da facção Amizade, Johanna (Octavia Spencer), estão entrando em guerra.


Não li nenhum livro da série, por isso, vou me basear mais no filme, mas pesquisei sobre o terceiro livro, e sim, os acontecimentos do filme Convergente são bem diferentes do livro, o que não agradou muito os fãs. A forma como terminou o filme anterior, Insurgente, foi ótima e deixou o público com mais curiosidade sobre o que existe fora dos muros da cidade. Em Convergente, um novo lugar é apresentado, com novos personagens, novos planos, e um novo líder, o David. Todos os filmes da série são bons e tem histórias muito interessantes, principalmente divergente, e com o terceiro filme acontece a mesma coisa. O "novo mundo" que é apresentado é totalmente diferente da cidade de Chicago e as Facções, e se assemelha mais com a Erudição, com tecnologias fantásticas e um visual futurista. Não há nada de novidade na ambientação, mas mesmo assim impressiona, e é interessante a ligação dessa nova civilização com a cidade de Chicago. Toda a primeira parte, a apresentação desse "novo mundo", prende a atenção, mas depois, o roteiro tem situações clichês e previsíveis, principalmente para quem já acompanhou os outros filmes. Ainda que toda a situação, do grupo ir até o novo lugar e não ser aquilo que eles pensavam, seja muito óbvia, o ritmo é frenético e cheio de reviravoltas e revelações, algumas previsíveis, tornando a trama mais contagiante.



Talvez, o grande problema seja alguns personagens e seus desenvolvimentos na história. Após uma decaída em Insurgente, Shailene Woodley e sua Tris continuam da mesma forma, sem muitas mudanças, mas pelo menos, em Convergente, ela está mais determinada. Tris ainda é a única que pode salvar a humanidade, e com isso, o clichê de a escolhida ser manipulada acontece. O seu par romântico, Quatro, interpretado por Teo James, continua sem muita expressão, e não tem tanta importância na trama, situação diferente no livro, e o romance do casal não engata mais, provando que os dois não tem uma química boa. Talvez, os roteiristas decidiram não dar muita importância no romance deles, mas não está tão claro se é essa a intenção. Teo James é bonito e serve para ser o galã das adaptações juvenis, mas sua falta de expressão irrita, mesmo que seja um traço do seu personagem.


Entre os coadjuvantes, é Miles Teller e seu Peter que tem o maior destaque na série, que uma hora está no lado dos mocinhos e depois passa para o lado do vilão. Essa sua inconstância é divertida, deixando o espectador sempre desconfiado de suas atitudes, diferente dos outros personagens. Caleb (Ansel Elgort), o irmão de Tris, é simplesmente um mero coadjuvante, e tinha evoluído no filme anterior, onde teve mais importância, mas em Convergente, ele voltou às suas “origens”. Com a morte de Janine (Kate Winslet), um novo vilão tem que aparecer, e agora é David (Jeff Daniels), o líder da nova civilização. Janine, apesar de não passar muito medo como vilã, era ótima e sua determinação em destruir os divergentes era significante. O David de Jeff Daniels não parece ser um vilão, e talvez nem seja, mas suas intenções são duvidosas. Talvez no próximo filme ele seja mais cruel, já que aqui, seu personagem precisava de uma introdução. Octavia Spencer e Naomi Watts, líderes da facção Amizade e dos sem facção, respectivamente, ainda são meras coadjuvantes, sem muito desenvolvimento, principalmente Octavia. Evelyn que tem uma importância pouco maior do que sua colega de facção, mas se limita a tomar decisões erradas e depois se arrepender.



Em Divergente, a crítica social era de uma líder autoritária que fazia o que achava certo e quem descordasse dela, seria morto. Já Insurgente, mostrava a rebeldia e a luta dos personagens em acabar com o regime autoritário de Janine. Agora, a crítica de Convergente é a liberdade do povo, os direitos de serem iguais, no filme, surgem novas denominações para os personagens, exatamente o que Tris fala para David e... ah, uma outra surpresa reveladora.


Convergente tem um ritmo melhor que o antecessor, Insurgente, e não tem tanta emoção quanto Divergente, mas é igualmente bom e tem boas intenções. Os efeitos especiais são ótimos, os cenários futuristas e a tecnologia são interessantes, apesar de falarem que o filme deixou tudo mais futurista do que o livro. A adaptação falha principalmente nos seus personagens, devido a limitada direção de Robert Schwentke, nos clichês do roteiro e suas situações previsíveis, mas ainda, tudo é empolgante e prende a atenção, além de perceber que prestaram mais atenção no roteiro do que nos efeitos. Dizem que muita coisa do livro foi mostrada nessa primeira parte, não deixando muito para o último capítulo da saga. Resta esperar a segunda parte e torcer para que seja digna de uma bela conclusão para uma adaptação. O último capítulo terá um nome diferente, e se chamará Ascendente.





A SÉRIE DIVERGENTE: CONVERGENTE (THE DIVERGENT SERIES: ALLEGIANT)


Ano: 2016

Direção: Robert Schwentke

Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Ansel Elgort, Miles Teller, Naomi Watts, Octavia Spencer, Zoe Kravits, Jeff Daniels e Bill Skarsgard



NOTA: 8,0













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