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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A MÉDIUM



Um dos subgêneros mais interessantes do terror é o sobrenatural, envolvendo espíritos, demônios e possessões. Há também uma técnica de filmagem muito utilizada no gênero, o “found footage”, fita encontrada, como é o caso de A Bruxa de Blair e a franquia Atividade Paranormal, os maiores exemplos desse estilo. Essa técnica, particularmente, acho mais interessante, onde tudo parece ser mais real do que os filmes filmados em câmeras convencionais, e o que atrapalha mais é a câmera balançando, um clichê inevitável. A nova produção de horror tailandesa, A Médium, aborda o sobrenatural, e essa técnica de filmagem, resultando em um filme com cenas tensas e assustadoras. O filme é dirigido por Banjong Pisanthanakum, que muitos devem conhece-lo pelo filme Espíritos – A Morte Está Ao Seu Lado, lançado lá em 2004, e conta a história de uma equipe de filmagens que vai até uma cidade no interior da Tailândia para documentar a cultura local, onde conhecem a médium Nim (Sawanee Utoomma). Durante as filmagens, a jovem Mink (Narilya Gulmongkolpech) começa a agir estranhamente, e a família começa a suspeitar que ela possa estar possuída.


A Médium foi filmado no estilo “found footage”, mais especificamente um “mockumentary”, um falso documentário, que tem exemplares como A Bruxa de Blair, e o polêmico Holocausto Canibal, lançado em 1980. A produção começa explicando sobre a religião local, xamã, o budismo, entrevistando moradores, focando mais na médium Nim. Esse trecho é demorado, e arrastado demais, porém, é interessante porque conhecemos mais sobre os costumes da região, além de criar um suspense que antecede a possessão. Aos poucos, a adolescente Mink começa a ter atitudes estranhas, e a equipe decide acompanhar a jovem em todo o lugar que vai. E a partir daí que começam as situações bizarras e assustadoras, onde o terror vai crescendo a medida que a trama se desenvolve, e seguem-se cenas gráficas, com muito sangue, mortes, rituais, possessão, e tudo que o gênero oferece, cenas essas que podem impressionar o espectador, principalmente aqueles mais sensíveis.



De início, A Médium parecia ser um filme mais cult, fora do convencional, algo como A Bruxa, e os filmes da produtora A24, principalmente por parecer um documentário sério. E segue assim grande parte da fita. Porém, o trecho final (o tal ritual para salvar Mink), acaba se tornando mais um filme de possessão genérico, exagerado, mas com situações diferentes, e sequências realmente assustadoras, com direito a muita correria e câmera tremida (igual a Bruxa de Blair); há também muitas referências ao estilo de filmagem de Atividade Paranormal, que resultam em algumas das cenas mais impressionantes do longa. Sawanee Utoomma, a médium Nim, Narilya Gulmongkolpech, a garota possuída, e Sirani Yankittikan, mãe de Mink, e irmã de Nim, entregam atuações realmente impressionantes, o que dá mais veracidade a produção.


A fotografia é um forte aliado à produção, deixando tudo ainda mais sinistro e misterioso, em especial, a parte final, que se passa em uma construção abandonada assustadora, daquelas que você não queria passar a noite. De uma forma geral, A Médium é um filme bem diferente das produções de terror que tem estreado nos cinemas, e nos streamings, ainda que tenha muitos elementos genéricos desses filmes, mas são as situações que o diferencia dos demais. O roteiro é bem desenvolvido, consegue criar um bom mistério envolvendo a jovem que, aparentemente, está possuída (óbvio que está), apresentando a cultura local, o cotidiano, e a religião, criando uma atmosfera macabra, precedendo as cenas gráficas e impressionantes, com muito sangue, desmembramento, rituais, possessão, correria, e muita câmera tremida. O final pode parecer exagerado demais, mas é chocante, assustador, convence, e entrega tudo o que promete. O único problema é a duração, 2h11mim, que muitas vezes fica arrastado demais, mas nada que o estrague como um todo. A Médium é um filme acima da média dos terror que tem sido lançados.



A MÉDIUM (THE MEDIUM)


Ano: 2022

Direção: Banjong Pisanthanakum

Elenco: Sawanee Utoomma, Narilya Gulmongkolpech, e Sirani Yankittikan



NOTA: 8,0




















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