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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A MULHER DE PRETO 2: ANJO DA MORTE

Atualizado: 4 de nov. de 2021



Ultimamente, os filmes de terror estão cada vez piores, e são poucos os que realmente fazem a diferença no gênero. Em 2012, A Mulher de Preto estreava nos cinemas, chamou a atenção pelo fato de ter Daniel Radcliffe no elenco, em um de seus papeis mais adultos, e acabou sendo bem melhor até do que esperavam. Como de costume, foi lançado uma continuação, intitulado de A Mulher de Preto 2: Anjo da Morte que, por motivos óbvios, o ator não retorna para esse segundo filme. No elenco estão Phoebe Fox, Jeremy Irvine e Helen McCrory.


A história se passa durante a segunda guerra mundial, em Londres, onde duas professoras, Eve (Phoebe) e Jean (Helen) se refugiam em uma casa no campo (a mesma do primeiro filme) com algumas crianças órfãs. Um dos garotos começa a ver o espirito de uma mulher na casa, então Eve pede ajuda para Harry (Jeremy), ex-piloto de guerra, para ajudá-la a desvendar esse mistério antes que as crianças comecem a desaparecer.


A Mulher de Preto 2 parece mais uma refilmagem do que uma continuação do primeiro filme: temos a mesma mansão, o mesmo ambiente, a mesma mulher fantasma, a neblina, as águas que rondam a mansão, a maré subindo. A história, porém, é interessante e ajuda a dar uma emoção ao espectador, já que se passa durante a segunda Guerra Mundial e mostra um grupo de crianças órfãs se refugiando do terror, mas que acabam entrando em outro. A ambientação da época é ótima, e a fotografia sombria e assustadora do filme gera belas imagens, principalmente o ambiente ao redor da mansão, e a própria casa, passando um clima de suspense. O lado psicológico dos personagens é bem trabalhado, o trauma e o luto, mas a construção deles não é o suficiente para nos deixar emocionados quando acontece algo, nem mesmo com as crianças. Todos os dramas dos personagens são mostrados de forma rasa, simples, sem nenhum aprofundamento, e teriam muitos aspectos para explorar nesse contexto.



O ambiente assustador e sombrio da mansão poderia gerar vários sustos na plateia, e de fato, acontece alguns poucos, mas são todos previsíveis e não tem efeito algum no espectador, "salvo" aqueles que se assustam por qualquer coisa. Chão rangendo, portas batendo, espelhos, janelas, buracos no teto e na parede, brinquedos assustadores, cadeira de balanço, todos esses clichês estão presentes na produção, perdendo toda a graça. O roteiro, também previsível, tenta misturar o drama e o horror, melhor junção do gênero, mas não é comovente o suficiente e mesmo com o clima sombrio, não dá aquela sensação de medo, e daí tudo vai por água a baixo.


O clímax do filme é razoável, mas também previsível, e o final feliz é cortado quando descobrimos que mais uma continuação dessa mulher de preto poderá ser lançada, até porque, ela não esquece, não perdoa, e principalmente, não abandona. No fim, A Mulher de Preto 2 se torna um filme desnecessário para o gênero, o que é uma pena, já que a sua ambientação e fotografia são excelentes. Não é um filme totalmente ruim, tem os sustos e a ambientação, mas fica muito abaixo do primeiro, com Daniel Radcliffe.




A MULHER DE PRETO 2: ANJO DA MORTE (WOMAN IN BLACK 2: ANGEL OF DEATH)


Ano: 2015

Direção: Tom Harper

Elenco: Phoebe Fox, Jeremy Irvine e Helen McCrory



NOTA: 6,0



Disponível na HBO MAX.










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