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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A MULHER DE PRETO


São raros filmes de terror realmente bons, podendo até contar nos dedos quais são. E não precisa ser 100% perfeito; o que é um bom filme sem alguns clichês básicos, mas nada exagerados? Filmes que abordam o sobrenatural são os melhores, na minha opinião, por que são os mais próximos da realidade: Sobrenatural, de 2010; os Outros, de 2001, dois exemplos clássicos de tramas sobre espíritos. A mais nova adição ao gênero é A Mulher de Preto, longa que puxa mais para suspense dramático do que terror, dirigido por James Watkins e estrelado pelo eterno astro de Harry Potter, Daniel Radcliffe.


O jovem advogado Arthur Kipps (Daniel Radicliffe) é enviado para um vilarejo no interior da Inglaterra, para cuidar da papelada de uma mansão que pertence a uma mulher que acabou morrendo. Recebido com indignação da população local, Kipps vai até a mansão, numa região bem afastada. Lá, ele começa a ter visões de uma mulher, e à medida que investiga a história do lugar, descobre segredos que colocarão sua vida em risco.


Lendo a sinopse, parece que já vimos vários filmes assim: mansão assombrada, investigação, aparições. Parece não, já vimos. Mas em A Mulher de Preto, o diferencial está na forma como o roteiro segue. É uma história simples de maldição, enxuta, cheia de detalhes e bem construída, com bastante suspense e alguns sustos para quem adora. Alguns são previsíveis, mais do mesmo, mas nada que deixa o filme chato, pelo contrário, são divertidas. Brinquedos antigos, portas abrindo, cadeira balançando, vozes; cemitérios, crianças, clichês básicos que funcionam.



O principal fator que ajuda dar ares de suspense e mistério, é a fotografia do longa. O que é melhor em um filme de terror do que uma ambientação no interior da Inglaterra, que ainda tem casas e cidades com aspectos do século passado, aliado com o tempo nublado, chuvoso e com névoa? Cenários assim são ótimos para filmes de terror, dando uma sensação repleta de mistérios, melancolia, nos fazendo entrar na história. E A Mulher de Preto está repleto de cenários assim. A casa onde a história se passa, que existe realmente, é um outro caso a parte, onde a câmera pega ângulos longos da casa, focando no personagem, boa para mostrar aparições onde somente o público vê. Cenários escuros, objetos antigos, quartos de época bem produzidos, tudo isso está ao favor da trama acrescentando ainda mais suspense e criando terreno para alguns sustos.


Tentando fugir dos ares de Harry Potter, Daniel Radcliffe se sai bem no papel de um jovem advogado, viúvo, com um filho pequeno, convencendo com o seu drama, e com um estilo britânico charmoso. Nada mal para o primeiro filme pós era Potter. Destaque também para o ator irlandês Ciarán Hinds, que interpreta o senhor Daily, morador do vilarejo, que ajuda Arthur Kipps na investigação. Curiosamente, o ator também esteve presente na saga Harry Potter, nas duas partes de As Relíquias da Morte.


Não espere muitos sustos, gritos, correria ou sangue. A Mulher de Preto foca mais em um suspense psicológico, com toques de drama, em uma trama bem construída e convincente, do que um terror básico. Com uma conclusão bem interessante, o filme de James Watkins não é uma obra extraordinária, ou que que será lembrando futuramente, mas tem uma boa história com bastante mistério. Será que A Mulher de Preto retornará?







A MULHER DE PRETO (THE WOMAN IN BLACK)


Ano: 2012

Direção: James Watkins

Elenco: Daniel Radicliffe, Ciarán Hinds e Janet McTeer.



NOTA: 7,5











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