top of page
Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A MORTE DO DEMÔNIO: A ASCENSÃO



A trilogia original de A Morte do Demônio (1981, 1987 e 1992) é o maior clássico do gênero terror/trash do cinema, e foi dirigido por Sam Raimi, da primeira trilogia do Homem Aranha, com Tobey Maguire. O primeiro filme, de 1981, foi praticamente experimental, onde Raimi e seus realizadores o fizeram com um orçamento de pouco mais de U$ 370 mil, e por incrível que pareça não ficou tão famoso na época. Em 1987, Sam Raimi revisitou o seu clássico filme de 81, agora com um orçamento maior, resultando no “A Morte do Demônio 2”, ou “Evil Dead: Uma Noite Alucinante”, uma refilmagem com mais sangue, mais nojeira, mais elementos trash, mais tosco, e foi assim que a franquia se tornou o sucesso e o reconhecimento que tem hoje. Mais tarde, em 1992, Raimi fechou a trilogia com Uma Noite Alucinante 3, que parecia mais uma aventura do que um terror, com a trama se passando na era medieval, onde o protagonista de toda a trilogia, Ash (Bruce Campbell), acabou entrando em um portal do tempo.


Anos depois, em 2013, uma “releitura” do clássico do terror trash foi lançada, tendo Sam Raimi como produtor, e a direção ficou responsável pelo cineasta uruguaio Fede Alvarez (de O Homem Nas Trevas). Considerado o melhor da franquia, o quarto filme de “A Morte do Demônio” tem todos os elementos trash e nojentos, mas com uma qualidade bem melhor, e muito mais explicito também. Agora, dez anos mais tarde, um derivado da franquia estreia nas salas de cinemas, A Morte do Demônio: A Ascensão, com o retorno de Sam Raimi e Bruce Campbell na produção, mas agora, sem ligação com os outros filmes.


A trama do novo filme se passa em um condomínio – diferente de toda a franquia, que sempre se passava em uma cabana (com exceção do terceiro) -, é mais desenvolvida também, e continua nojento, violento e sanguinário. A jovem possuída da vez é Alyssa Sutherland, que interpreta Ellie, uma mãe solteira que recém se separou e precisa cuidar de seus três filhos. Ela recebe a vista de sua irmã Beth (Lily Sullivan), ao mesmo tempo que uma das crianças encontra o famoso livro “Necromicon Ex Mortis”, liberando o demônio que acaba possuindo Ellie.



A Morte do Demônio - A Ascensão se assemelha mais com o filme de 2013 do que a trilogia original, já que não tem a “tosqueira trash” e o humor típico das produções antigas, mas é banhado de violência e com sequências gráficas que impressionam o espectador: tem cenas de possessão com muito sangue, vômitos, vermes, mutilações com facas, vidros, tesouras, objetos de cozinha, e a clássica serra elétrica que sempre esteve presente nos filmes. O maior acerto é a trama se passar em um condomínio na cidade, e é o maior diferencial de toda a franquia. A Ascensão realmente dá mais medo por causa da ambientação do prédio, que tem uma aparência suja e velha onde o diretor explora muito bem cada canto do lugar, e quando os personagens ficam isolados no apartamento, escuro e fechado, se cria um clima claustrofóbico bem tenso. A sensação é que parece que estamos literalmente no inferno.


Não espere um roteiro decente e certinho de alguma produção da franquia A Morte do Demônio, porque realmente não tem, até porque o chamariz dos filmes são as violências gráficas e as “trashzeras” nojentas. Porém, A Ascensão consegue desenvolver um pouco mais o roteiro e seus personagens, apresentando um drama familiar em todo o primeiro ato, que ajuda na identificação e empatia, principalmente quando acontece o pior com eles. Alyssa Sutherland, que interpreta Ellie, é o maior destaque do elenco, principalmente quando ela está possuída, com feições assustadoras impressionantes, dando um toque mais sombrio. Créditos também a excelente maquiagem da personagem, que assusta ainda mais. A irmã de Ellie, Beth (Lily Sullivan) faz uma ótima “final girl” que enfrenta todos os demônios do filme, e ainda protege a sua sobrinha caçula, Kassie (Nell Fisher). E tem os moradores do prédio que servem basicamente para morrer de forma agoniante – as cenas no corredor do prédio são horríveis (no “bom” sentido) -.



O ato final impressiona pela brutalidade das cenas, seja no elevador – porque não fugir pela escada de emergência -, ou na sequência final no estacionamento, que dá um banho de sangue nos personagens, literalmente. E não podia faltar o toque final com a serra elétrica, tão cruel quanto o filme de 2013. A Morte do Demônio: A Ascensão acerta no tom mais assustador ao trocar a ambientação de uma cabana na floresta para um condomínio na cidade, que realmente dá medo no espectador, e na convincente atuação de Alyssa Sutherland quando está possuída. Sam Raimi, e o diretor Lee Cronin, sabem como assustar o público, e não poupam sangue, mutilação, cenas gráficas e gore, e nenhum personagem também. São 1h30 de pura tensão, violência gráfica, e um ritmo que prende o espectador dentro do inferno que se torna aquele condomínio. E o desfecho fica aberto para uma continuação, que dependerá da bilheteria desse novo filme.




A MORTE DO DEMÔNIO: A ASCENSÃO (EVIL DEAD RISE)


Ano: 2023

Direção: Lee Cronin

Distribuidora: Warner Bros. Pictures

Duração: 97 min

Elenco: Alyssa Sutherland, Lily Sullivan, Gabrielle Echols, Nell Fisher e Morgan Davies



NOTA: 9,5















11 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

コメント

5つ星のうち0と評価されています。
まだ評価がありません

評価を追加
bottom of page