Sam Raimi é um renomado diretor da atualidade, dirigindo filmes como a trilogia Homem Aranha com Tobey Maguire, o suspense O Dom da Premonição, com Cate Blanchet, Arraste-me Para o Inferno, e a refilmagem Oz – Mágico e Poderoso; além de ter produzido a trilogia O Grito. Lá em 1982, Raimi era ainda desconhecido, e lançou, o que seria hoje, um dos maiores clássicos do horror do cinema: A Morte do Demônio. Com muito gore, gosmas, sangue falso e desmembramentos mais falsos ainda, o longa impressionou pela forma violenta que foi contada.
Não contente com o resultado final, o diretor e produtor decidiu refazer o filme de 82, lançando Uma Noite Alucinante, em 1987, como título em português. Com mais humor dessa vez, Evil Dead 2, em inglês, muitos aceitaram o filme não como uma refilmagem, mas sim como uma continuação. A sequência não superou o original, mas foi tão bom quanto, resultando em uma terceira parte, chamado de Uma Noite Alucinante 3, mostrando o personagem Ash, interpretado por Bruce Campbell, que apareceu nos três filmes, voltando no tempo para enfrentar criaturas demoníacas. Em 2013, com o aval de Sam Raimi, a tão esperada refilmagem finalmente chegou aos cinemas, A Morte do Demônio, onde coube ao diretor uruguaio Fede Alvarez, repaginar o original para os dias atuais.
David, junto com seus amigos Eric e Olivia, e a sua namorada Natalie, decidem passar o fim de semana em uma cabana para poderem ajudar Mia, irmã de David, a se desintoxicar. No lugar, eles encontram um livro demoníaco que não deve ser lido, fato que um deles ignora, e aos poucos, um a um, começam a ficar possuídos e matar um aos outros.
O novo A Morte do Demônio dividiu o público: os fãs do original, a maioria não gostou, alegando ser bem inferior; a outra parte, conheceu a produção e gostaram, elogiando a extrema violência. Sim, Evil Dead é extremamente violento e forte, tanto é que a classificação foi para maiores de 18 anos. Servindo como uma homenagem ao original, o diretor Fede Alvarez, que também escreveu o roteiro, fez uma história bem diferente, mas mantendo todos os elementos e fatos presente no filme de 82. Se nos dois primeiros longas, o humor pastelão era presente, essa refilmagem não tem nada disso. Sem alivio cômico e piadas, o filme abusa do terror, da violência e do sangue, com cenas de se revirar na poltrona, com direito a desmembramentos, esquartejamento, mutilações, e muito sangue mesmo.
Alvarez não se importou muito com a história, nem com o desenvolvimento dos personagens, e deu mais importância para as cenas gráficas. De fato, foi um erro ter feito isso, mas até que faz sentido, já que serve como uma homenagem ao original, e o que todos querem ver é a violência extrema tão prometida. A maquiagem das partes que restam dos personagens está ótima, passando bastante realismo, apesar de ter um pouco de efeitos especiais, negado por Sam Raimi.
Como já disse, Alvarez não se importou muito com os personagens. Apresentou suas histórias, com mais foco nos irmãos David e Mia, mas não os desenvolveu para um desfecho digno. Mia, interpretada por Jane Levy, poderia muito bem entrar para as “scream Girls” do cinema, e tem a melhor atuação de todos. Cabanas, floresta, grupo de jovens, e um filme de terror; sinônimos de bebidas e sexo, duas cosias muito presentes em filmes de terror nesse estilo. Milagrosamente, os jovens vão para a tal cabana sem essa intenção.
O novo A Morte do Demônio não é melhor que o original, na verdade não gosto de nenhum, mas é tão bom quanto, e cumpre o papel de ser uma homenagem. Sem suspense, e focando somente no terror, é um filme que vai direto ao ponto: a violência. E se você achou o filme todo muito forte, prepare-se para o ato final, grotesco, nojento, sanguinário, absurdo e bastante gráfico; com certeza a melhor parte do filme, e uma das melhores cenas de horror gore dos últimos anos. A Morte do Demônio é um filme para pessoas corajosas.
A MORTE DO DEMÔNIO (EVIL DEAD)
Ano: 2013
Direção: Fede Alvarez
Elenco: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Jessica Lucas, Elizabeth Balckmore e Lou Taylor Pucci.
NOTA: 9,0
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