O universo de Invocação do Mal ganha mais um capítulo com A Maldição da Chorona, depois do mediano A Freira, lançado em 2018. O diretor Michael Chaves traz a lenda mexicana sobre uma entidade que persegue crianças, sem uma ligação aparente com a franquia, mas sim, o longa está, de alguma forma, conectado com Invocação do Mal. No elenco estão Linda Cardellini, Raymond Cruz, Jaynee-Lynne Kinchen, Roman Christou e Patricia Velasquez.
Anna (Linda Cardellini) é uma mãe solteira de duas crianças que começa a ser atormentada por uma entidade chamada “La Llorona”, a Chorona. Na lenda, a entidade, ainda quando era viva, afogou seus dois filhos em um rio, e sua maldição foi vagar pelo plano terrestre em busca de crianças. Anna decide procurar um curandeiro, Rafael (Raymond Cruz) que já lidou com a Chorona uma vez.
A impressão que A Maldição da Chorona passa para o público, é um reciclado do “carro chefe” da franquia. A produção segue os caminhos do filme do gênero, com os típicos clichês, água benta, exorcismos, cruzes e velas, além dos típicos sustos fáceis. Invocação do Mal tem todos esses clichês, mas soube desenvolver na trama, diferente do que acontece com a “Llorona”. O filme de Michael Chaves tem todos os elementos de uma ambientação assustadora, casa antiga e cenários escuros, o que funciona até um certo ponto, mas a forma como o diretor conduz as aparições é muito genérico, sem elementos novos.
Outro problema está no roteiro. Apesar de não enrolar e ir direto ao ponto, o filme não explica muita coisa sobre a tal Chorona, e olha que ela vem de uma lenda urbana mexicana, muito interessante por sinal; poderia ter sido um pouco mais explorado. Mas acerta em colocar duas crenças no mesmo filme, sem precisar criar um conflito e, pelo menos, o filme é curtinho, o que não o torna maçante.
Os atores estão bem em seus papéis, principalmente as crianças, Jaynee-Lynne Kinchen e Roman Christou, que estrelam um filme bem complicado para a idade deles, e conseguem um grande destaque. Linda Cardellini é Anna, uma mulher viúva cética, que começa a ver a tal entidade, e sua história também é pouco desenvolvida. Raymond Cruz é o curandeiro Rafael, que pode servir como um alivio cômico, discreto e contido, e por fim, Patricia Velasquez, que já enfrentou a Chorona. Para quem não lembra, ela foi a Anck-su-Namun, nos dois filmes do A Múmia, com Brendan Fraser e Rachel Weiz.
O ato final de A Maldição da Chorona é mais genérico ainda, com direito a todos os elementos clichês, e um exorcismo tipicamente latino, além de se estender demais; mas pelo menos, não deixa um final em aberto para uma sequência, desnecessária se tiver. Michael Chavez não consegue criar a tensão necessária para um filme de terror, mas também não é tão ruim assim, que o torna uma produção simples que agradará os menos exigentes, mas se comparar ao Invocação do Mal, esse coloca a Chorona no chinelo. Faltou bastante coisa para o filme ser bom, principalmente, a falta de identidade própria.
A MALDIÇÃO DA CHORONA (THE CURSE OF LA LLORONA)
Ano: 2019
Direção: Michael Chavez
Elenco: Linda Cardellini, Raymond Cruz, Jaynee-Lynne Kinchen, Roman Christou e Patricia Velasquez
NOTA: 7,5
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