A Lenda de Candyman, lançado em 1992, já é considerado um clássico do subgênero Slasher. Para quem não conhece, Candyman é uma “figura sobrenatural” que é invocada quando alguém diz o seu nome cinco vezes na frente do espelho. Ele tem um gancho no lugar das mãos, e quando é invocado, ele mata quem o chamou. Além dos assassinatos e sangue, a produção tinha uma forte crítica social, além de ter imortalizado o ator Tonny Todd, que interpretou esse ser maligno. Anos se passaram, e agora, Candyman retorna para os cinemas com A Lenda de Candyman, depois de muitos adiamentos por causa da pandemia, que é uma continuação direta do filme de 1992.
Na trama, o artista Anthony McCoy (Yahya Abdul-Mateen II) precisa mudar sua visão artística para pintar novos quadros, e acaba conhecendo a lenda do Candyman. Através de sua arte, McCoy acaba dispersando a maldição, fazendo vítimas por toda a cidade, e cada vez mais, ele acaba se envolvendo com essa lenda.
Dirigido por Nia DaCosta, esse novo Candyman resgata todo o espirito da produção de 92, mantendo todos os elementos que o tornou um clássico: críticas sociais, sangue, o horror, e a lenda sobrenatural envolta dele. Essa nova produção parece também uma refilmagem, já que explica, novamente, sobre o mito de Candyman, mas agora com mais detalhes, que o faz ganhar uma “forma” mais compreensível, possibilitando um melhor entendimento sobre a lenda. Para quem procura um slasher básico (não que isso seja ruim), não vai encontrar aqui; a nova versão segue mais para o lado psicológico, que pode ser tão assustador quanto alguém sair por aí matando um monte de gente. Não se preocupa, há sim mortes e muito sangue, mas são detalhes apenas, e nada é tão gráfico como o subgênero costuma ser.
Assim como a produção de 1992 fez, esse novo Candyman é, basicamente, um “terror social”, usando temas como racismo, corrupção, e a desigualdade, que está relacionada com o bairro que a trama principal se passa, Cabrine-Green, em Chicago, mesmo lugar da produção original, tudo adaptado, óbvio, para os dias atuais. Sem essa crítica social, Candyman não seria o mesmo, até porque, a própria lenda dele está relacionada a isso, e não era por menos, já que Jordan Peele, diretor de Corra e Nós, também escreveu o roteiro.
Um grande fator que fez com que o filme de Nia DaCosta funcionasse, foi a atuação de Yahya Abdul-Mateen II, que interpreta Anthony McCoy, o protagonista que se envolve com a lenda de Candyman. O ator molda muito bem o personagem, tornando-o sensível e assustador, mas sempre com muito carisma, sem sair da seriedade, principalmente quando seu personagem entra a fundo na história do vilão, além de ter uma certa ligação com o dito cujo. Se destacam ainda no elenco a namorada de McCoy, Brianna (Teyonah Parris), que acaba tendo muita importância para o desfecho da trama, o casal homossexual Troy (Nathan Stewart-Jarrett) e Grade (Kyle Kaminsky), os alívios cômicos, e não menos importante, pelo contrário, William (Colman Domingo), que sabe muitas coisas sobre a lenda de Candyman.
Em geral, A Lenda de Candyman é bom, terminando de forma satisfatória, tendo aquele final moderadamente impressionante, mas previsível, focando mais no lado psicológico do que nas matanças em si, e uma trama fácil e agradável de se acompanhar. Bônus para a critica social, muito importante para a época que estamos, além de ser certeira, e pela atuação de Yahya Abdul-Mateen II fazendo jus ao icônico Tony Todd, que, aliás, tem grande participação no filme. Há possibilidade de ter uma continuação, que se depender de Hollywood, certeza que vai acontecer. Resta saber se a franquia ainda tem folego para continuar; pelo menos, até agora tem.
A LENDA DE CANDYMAN (CANDYMAN)
Ano: 2021
Direção: Nia DaCosta
Elenco: Yahya Abdul-Mateen II, Teyonah Parris, Nathan Stewart-Jarrett, Colman Domingo e Tony Todd.
NOTA: 8,0
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