CRÍTICA | A IDENTIDADE BOURNE

Atualizado: 26 de mai. de 2022

Um agente ágil, inteligente, e charmoso, que quase sempre fica com a mocinha, enfrenta os mais perigosos vilões e sempre sai vitorioso; muitas cenas de ação, com perseguições e tiroteios. Esses são elementos básicos de um filme de espionagem, um subgênero que já vem desde a década 50, 60, trazendo grandes personagens para o cinema, como James Bond (007), Ethan Hunt (Missão Impossível), e agora, Jason Bourne, em A Identidade Bourne, dirigido por Doug Liman, que está no catálogo da Netflix; assim como todas as quatro sequencias. Baseado na obra homônima de Robert Ludlum, e que foi adaptado em 1988 para a TV, A Identidade Bourne traz de volta os bons tempos de filmes de espiões, e tem no elenco Matt Damon, Franka Potente, Chris Cooper, Brian Cox, Julia Stiles, Clive Owen, Gabriel Mann e Adewale Akinnuoye-Agbaje.

Na trama, um homem é encontrado boiando no mar, e ao acordar, não se lembra de nada do que aconteceu. Na tentativa de tentar descobrir a sua identidade, ele acaba perseguido por agentes secretos, e acaba conhecendo Marie (Franka Potente), que também acaba se tornando alvo.

Escrito pela dupla Tony Gilroy e W. Blake Herron, A Identidade Bourne começa cheio de mistérios sobre quem é o personagem de Matt Damon, o que faz, e o que aconteceu com ele, e o roteiro se sustenta em descobrir a sua identidade, com detalhes e informações que vão sendo explicados ao longo da trama. A boa direção de Doug Liman é o suficiente para entreter o espectador, garantindo ótimas sequencias de ação e perseguição, aliados a um ótimo desempenho de Matt Damon nas cenas de luta; destaque para uma elogiada perseguição de carros pelas ruas de Paris. Há vários clichês básicos de filmes de espionagem, algumas situações fora da realidade, e o personagem de Damon consegue feitos impossíveis (mesmo sendo um espião altamente treinado), mas a trama ágil e interessante deixa tudo passar despercebido.

O carisma dos protagonistas são pontos essenciais para que A Identidade Bourne funcione. Matt Damon é um cara super simpático, e isso é passado para o personagem, que não se lembra de nada, e a sua busca para entender a si mesmo ganha a simpatia do público, que compra o seu drama, e torce para que volte a se lembrar de tudo o que aconteceu. A escalação do ator surpreendeu a todos, e superou as expectativas, demonstrando uma segurança incrível, fazendo um personagem que foge dos trejeitos, e padrões, típicos de espiões. A atriz alemã Franka Potente, que despontou em Corra Lola, Lola (1998), também se sai bem como a mocinha, e parceira, ao lado do personagem de Matt Damon, mostrando que sabe muito bem lidar com qualquer situação. Dos coadjuvantes, há vários atores que eram mais desconhecidos na época: Clive Owen, Julia Stiles, e Gabriel Mann, com papéis mais discretos.

No mesmo ano, foi lançado o último filme da franquia 007 com Pierce Brosnan, Um Novo Dia Para Morrer, considerado o piorzinho da era do ator, mas ai, A Identidade Bourne deu um novo folego para o gênero da espionagem, trazendo uma trama inteligente, e ágil, com um mistério envolvente, e repleto de sequencias de ação bem dirigidas. Às vezes, fica no marasmo, dispersando o espectador, mas nada que prejudique o filme como um todo. É um bom inicio para uma franquia que estava recém surgindo, divertindo o espectador em um ótimo filme de ação. A saga de Jason Bourne continuaria com A Supremacia Bourne (2004), O Ultimato Bourne (2007), O Legado Bourne, de 2012, sem Matt Damon, e finalizando com Jason Bourne, em 2016, trazendo o retorno do ator à franquia; todos estão no catálogo da Netflix, e aos poucos, vou escrever sobre todos.