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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A HORA DO VAMPIRO

Atualizado: 11 de out.



É um fato que Stephen King é um dos maiores escritores de livros de terror de todos os tempos, e provavelmente é o autor que mais tem suas obras adaptadas para o cinema. É um fato também que os vampiros são os monstros que mais tem filmes, séries, e livros dos mais diversos gêneros. A Hora do Vampiro é uma obra de King lançada em 1975, e que já foi adaptada para as telas umas duas vezes: a primeira foi em 1979 no formato de minissérie – mas que posteriormente foi transformada em um filme de 184 minutos -, dirigido por Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica e Poltergeist), e outra em 2004 lançada pelo canal TNT.


Desde 2019 a Warner estava com planos para uma outra refilmagem dessa obra de Stephen King, mas a produção passou por várias divergências e lançamentos cancelados, até que decidiram lançar em 2024, pouco antes do Halloween, mas direto para o streaming do estúdio, HBO Max. O novo A Hora do Vampiro é um terror bem irregular, traz os elementos clássicos dos filmes de vampiros, mas não tem aquela atmosfera de terror. Na trama, o escritor Ben Mears (Lewis Pullman) retorna para a sua cidade natal de "Salem’s Lot" para escrever um novo romance. Lá, ele acaba conhecendo alguns moradores da cidade, mas tudo começa a complicar quando parte da população acaba se transformando em vampiros. Makenzie Leigh, William Sadler, Alfre Woodard, Bill Camp, John Benjamin Hickey e Jordan Preston Carter estão no elenco.



Estacas, crucifixos, caixões, e água benta. A Hora do Vampiro segue praticamente todos os clichês básicos de um filme de vampiros, e isso é o que torna o filme de Gary Dauberman divertido, apesar dos seus altos e baixos. “Salem’s Lot”, no original, tem uma vibe nostálgica que remete aos anos 70 e 80, como as bibliotecas, os cinemas ao ar livre, os ares de uma cidade do interior, e as cenas com os vampiros são ótimas, criando situações realmente assustadoras, visualmente falando. No primeiro ato conhecemos a rotina da população na cidade de “Jerusalem’s Lot”, e o suspense vai aumentando à medida que as pessoas começam a morrer – e virar vampiros -. Há também todo um mistério envolvendo a mansão assustadora do vampiro mestre Kurt Barlow, que começa a fazer novos súditos para iniciar uma transformação em massa dos habitantes da cidade em vampiros. Mas os problemas não demoram muito para aparecer. Apesar da excelente ambientação da cidade e algumas cenas interessantes que se passam à noite, faltou mais aquele clima sombrio e assustador dos filmes de terror, A Hora do Vampiro parece aqueles filmes de terror que não querem pegar uma classificação etária alta. Além disso, a edição é irregular, com cortes rápidos e repentinos que acabam cortando aquele clima de tensão que a cena estava criando. Já o terceiro ato é bem diferente de um filme de vampiro, optando por cenário que foge dos clichês do gênero, mas isso faz perder todo o clima de terror.


Faltou também um bom desenvolvimento dos personagens, fato que é bastante comum nos filmes de terror, resultando na falta de conexão e identificação do público com os personagens, o que aumentaria o impacto quando algum personagem morre. Quem rouba a cena é o adolescente Mark (Jordan Preston Carter), fã de filmes de terror e o que mais tem coragem em enfrentar os vampiros, inclusive ele começa como coadjuvante e acaba ganhando um protagonismo ao lado de Lewis Pullman, filho do astro Bill Pullman. O ator interpreta Ben Mears, um escrito que tem um trauma do passado – totalmente esquecido ao longo do filme -, e mesmo sendo o protagonista, acaba não tendo muito carisma e não se destaca o suficiente, e ainda forma um casal sem química com a personagem de Makenzie Leigh. Do elenco coadjuvante, os dois maiores destaques são a médica interpretada por Alfree Woodard e o professor Burke (Bill Camp), com atuações divertidas e que acabam conquistando o público mais do que o protagonista.



No fim, A Hora do Vampiro é um filme pipoca com uma vibe dos anos 70 e 80, tem bastante mortes violentas e muito sangue com direito a estacas enfiadas no peito e todos os elementos dos filmes de vampiros, mas acaba se tornando um terror fraco, sem aquele clima de horror dos filmes clássicos de vampiros. É um terror bom, mas sem aquela atmosfera assustadora, tem ótimas sequências com os vampiros – além de terem uma aparência bem sinistra -, mas não tem muitos momentos marcantes, e o fato de adaptar um livro de quase 500 páginas para um filme de 2h, acaba perdendo toda a atmosfera que a obra tem. É uma boa pedida para assistir no Halloween desse mês, e para esperar a estreia do remake de Nosferatu, previsto para o finalzinho de dezembro desse ano.



A HORA DO VAMPIRO (SALEM'S LOT)


Ano: 2024

Direção: Gary Dauberman

Distribuidora: HBO Max

Duração: 113 min

Elenco: Lewis Pullman, Makenzie Leigh, William Sadler, Alfre Woodard, Bill Camp, John Benjamin Hickey e Jordan Preston Carter


NOTA: 7,5


Disponível na












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