O subgênero “slasher”, filmes de baixo orçamento onde um psicopata persegue e mata suas vítimas, se popularizou nos anos 80 até meados dos anos 90: Sexta Feira 13, Halloween, A Hora do Pesadelo, O Massacre da Serra Elétrica e Pânico são os mais lembrados por todos. Com exceção de Pânico, todos esses acabaram ganhando refilmagens para os dias atuais, uma mania chata que Hollywood nunca deixa, e o mais recente dessa safra é o icônico Freddy Krueger, o psicopata que ataca nos sonhos dos adolescentes em A Hora do Pesadelo. A nova versão tem como produtor, o sempre exagerado, Michael Bay, e no elenco estão Jackie Earle Haley, Rooney Mara, Katie Cassidy, Kyle Gallner e Kellan Lutz.
A história segue sendo a mesma do original, apenas com alguns rumos diferentes na trama. Um grupo de adolescentes são atormentados por um psicopata durante os sonhos, Freddy Krueger (Jackie Earle Haley), e eles têm que encontrar uma forma de derrota-lo.
De uma forma geral, essa refilmagem de A Hora do Pesadelo conseguiu se sair bem, mantendo os elementos básicos do original, e alterando algumas coisas no desenrolar da história. As cenas clássicas foram mantidas, como a morte na cama, a cena da Nancy na banheira, e os sonhos onde Krueger ataca suas vítimas. A diferença maior está no próprio assassino: o roteiro de Eric Heisserer e Wesley Strick explora mais a história dele, sobre o passado das crianças e a relação dos pais com Freddy, dando ares de mistério na trama.
A fotografia também é boa, com cenários escuros, principalmente dentro dos sonhos, e um erro aqui está, justamente, nos sonhos: no original, havia um jogo com o espectador de não saber se os personagens estavam sonhando, ou não, fato que não acontece no remake, já que se percebe direitinho quando não é sonho.
O Freddy Krueger de Robert Englund era realmente assustador, com uma maquiagem mais “realista”, dentro das limitações da época, claro, sem efeitos, e o personagem imortalizou o ator. Agora, o vilão ficou a cargo de Jackie Earle Haley, que faz um ótimo trabalho e se empenha bastante, e o problema não é nem em relação ao ator, mas sim na concepção do personagem. O novo Krueger não assusta, e a maquiagem é trocada por um rosto com bastante efeitos, além do personagem não ter aquele sarcasmo e zombador típico que brinca com suas vítimas antes de mata-las.
Não é mais uma surpresa agora, mas Johnny Depp estrelou o original em 1984, ainda desconhecido e bem no início de sua carreira, e Heather Langenkamp, a Nancy, brilhava em cena com seu carisma. Agora, a protagonista é interpretada por Rooney Mara, e ela faz uma personagem fraca, totalmente oposta da Nancy do primeiro filme, e junto com seu par romântico, Kyle Gallner, o Quentin, formam um casal bem insosso.
O novo A Hora do Pesadelo está mais para um suspense do que um terror típico, mas as mortes são bem feitas e cheias de sangue, o que é muito bem-vindo, já que as continuações do original perderam muito esse elemento mais “slasher”, e outro ponto negativo são os excessos de sustos previsíveis e seus cortes repentinos, além das gritarias, algo muito comum nos filmes de terror da atualidade. É interessante o aprofundamento que o roteiro dá na história do icônico Freddy Krueger, mas o filme não assusta tanto quanto o original foi, e certamente, não tem o mesmo impacto, se tornando uma refilmagem muito inferior. É aquele ditado: não mexa com o original.
Publicado originalmente em 2010. Editado em 2020.
A HORA DO PESADELO
Ano: 2010
Direção: Samuel Bayer
Elenco: Jackie Earle Haley, Rooney Mara, Katie Cassidy, Kyle Gallner e Kellan Lutz.
NOTA: 6,0
Disponível HBO MAX.
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