CRÍTICA | A FREIRA 2

Ninguém imaginaria o sucesso que o “Invocaverso” – os filmes da trilogia Invocação do Mal e seus derivados -, faria nos cinemas. Já são quase dez filmes com os mais variados tipo de demônios e assombrações assustando o público desde 2013. O primeiro Invocação do Mal deu vida a boneca Annabelle, que apareceu na sequência inicial e rendeu três filmes. Já em Inovação do Mal 2 foi a vez da freira Valak ter sua própria história contada em um derivado, o péssimo A Freira (2018). Cinco anos depois os fãs do terror finalmente são recompensados com o segundo capítulo da freira demoníaca Valak, que tem uma trama maior e mais elaborada, com direito a sustos e muitas aparições da freira “mais amada do cinema”. Taissa Farmiga, Jonas Bloquet e Bonnie Aarons (a freira) retornam para a continuação, e as novas adições no elenco são Storm Reid e Anna Popplewell (a Susanna Pevensie de As Crônicas de Nárnia).

O grande problema do primeiro A Freira era a trama simples e a falta de desenvolvimento, apesar de render ótimos sustos fáceis e uma que outra cena tensa. Agora, na direção de Michael Chaves (que dirigiu Invocação do Mal 3 e A Maldição da Chorona), Valak ganha um desenvolvimento à altura da franquia. A Freira 2 tem duas tramas paralelas que no final acabam se encontrando: a principal se passa em um internato para mulheres, onde Maurice (Jonas Bloquet) está trabalhando como zelador – quem assistiu o primeiro filme sabe que Valak está possuída no corpo dele. Enquanto isso, a irmã Irene (Taíssa Farmiga) é chamada pelo Vaticano para investigar uma sequência de mortes que envolvem a tal freira demoníaca.

A Freira 2 consegue superar em todos os aspectos o primeiro filme, roteiro, personagens, ambientação, sustos, a tensão constante, e ainda tem uma freira mais malvada e vingativa – tudo o que a gente queria -. A trama é bem amarrada, não deixa pontas soltas como no anterior, e é mais elaborada, além de interagir com o público para desvendar os mistérios que cercam a história. O fato de usar duas tramas paralelas deixou tudo ainda mais dinâmico, com destaque para o internato – cenários escuros, quartos secretos, ambientação suja, vários locais para a freira Valak aparecer e dar alguns sustos no espectador -. Outro ponto positivo é que o filme não só manteve a violência do primeiro, como entregou muito mais: ossos quebrando, pessoas pegando fogo, e muito sangue, prato cheio para quem gosta de filmes gore.

A tentativa de firmar Taissa Farmiga no “invocaverso” é bem visível, e a atriz faz por merecer: sustenta a sua personagem, se mostra segura em enfrentar os desafios dela, estando mais disposta a derrotar a freira demoníaca. Mas agora, ela tem ajuda de uma nova personagem, a irmã Debra (Storm Reid), fazendo uma dupla que funciona e diverte em vários momentos. O núcleo delas é pouco explorado, mas rende bons momentos. O foco da trama é mais no internato mesmo, onde Maurice (Jonas Bloquet) está morando, e ninguém sabe que ele carrega dentro de si o demônio da freira Valak. Nesse núcleo também se destaca Anna Popplewell (Kate), que tem uma filha chamada Sophie (Katelyn Rose Downey) que sofre bullying no internato. A personagem também acaba sendo o interesse amoroso e Maurice.

O desfecho de A Freira 2 é longo, e tem os momentos mais tensos de todo o filme, com muita correria, sustos, mortes, violência, rituais de exorcismos, o clássico bode macabro, e muitas aparições da Valak, tudo o que o grande público mais gosta – e não poderia ser diferente, afinal, é a batalha final entre a freira demoníaca e a irmã Irene -. O resultado final de A Freira 2 é positivo, Michael Chavez consegue acertar o tom e dar um animo para a franquia de Invocação do Mal, e também consegue melhorar a imagem da freira no invocaverso. Além disso, o filme não deixa pontas soltas, como o primeiro fez, fecha o ciclo de forma correta, e ainda faz uma conexão com os filmes do casal Warren. Será que teremos mais um capítulo da freira demoníaca Valak?