Com exceção do de James Wan, e a sua produtora, acredito que ninguém imaginaria o enorme sucesso que a franquia Invocação do Mal faria, rendendo uma continuação e dois “spin-off”, até agora. E ainda teremos mais dois filmes o chamado "Invocaverso", um terceiro capitulo de Annabelle e o tão aguardado terceiro capitulo de Invocação do Mal, sem data definida. A cena inicial do primeiro Invocação do Mal aparecia a temida Annabelle, uma boneca "possuída", que acabou ganhando um filme derivado, o tenebroso Annabelle (2014). Já em Invocação do Mal 2, de 2016, descobrimos que o demônio que apavorava a família na Inglaterra era uma freira assustadora chamada Valak, e novamente mais um sppin-off foi anunciado, agora sobre essa freira demoníaca. Surge então A Freira, anunciado como “o capítulo mais tenebroso da franquia Invocação do Mal”, mas que acabou não sendo toda essa propaganda que fizeram. Demián Bichir, Taissa Farmiga e Jonas Bloquet estrelam o terror.
A história se passa em 1952, na Romênia, onde o padre Burke (Demián Bichir) e a noviça Irene (Taissa Farmiga) vão até um antigo castelo, que agora é um convento, investigar o suicídio de uma freira. Com a ajuda de um morador local, Frenchie (Jonas Bloquet), eles descobrem uma manifestação demoníaca que aparece com trajes de uma freira.
Quando a personagem da freira apareceu em Invocação do Mal 2, ela chamou a atenção de muita gente, onde questionaram do porquê Lorraine (Vera Farmiga) sentir tanto medo. Essa, e algumas outras perguntas, são respondidas em A Freira. Dirigido por Corin Hardy, o filme é um típico terror com padres, freiras, crucifixos, cemitério, castelo antigo assombrado, e alguns exorcismos, elementos clássicos que os fãs do horror adoram. Vendido como “o capitulo mais assustador...”, o filme solo da freira não é tudo isso que prometeram. A ambientação é realmente assustadora, tanto o convento quanto o cemitério e a floresta ao redor, e o estilo gótico dá um charme na produção, além de ter alguns sustos, clichês, previsíveis - todos muitos são exagerados -. Ainda, tem cenas que ficam desconexas com a trama, como se fosse só para explorar o local e “encher linguiça”. Já o enredo é simples, sem muitas complicações e se desenvolve razoavelmente, provando que o filme foca mais na sua ambientação e no desenvolvimento da freira demoníaca, o que acaba tornando o longa bem diferente das outras produções da franquia "Invocaverso".
Em relações aos personagens, o caminho é praticamente o mesmo. Um dos maiores erros dos filmes de terror, é o fato de não desenvolverem bem os personagens, e em A Freira, isso acontece. Taissa Farmiga, irmã mais nova da atriz Vera Farmiga, tem carisma e se sai bem na investigação, e a dinâmica com o seu par em cena, o padre Burke, interpretado por Demián Bichir, é boa e convence, mas é limitada pela falta de um bom desenvolvimento de seus personagens.
O jogo de câmera que o diretor faz é ótimo, acompanhando o personagem, e que resulta em um ótimo aproveitamento do cenário. Porém, faltou alguma coisa em A Freira. Talvez, desenvolver mais a história, ou explorar mais os elementos de um convento, mas o filme de Corin Hardy rende bons sustos fáceis para aqueles que adoram, e a excelente direção de arte da uma sensação de pavor e suspense que insere o público na história tenebrosa da freira demoníaca Valak. É uma boa adição para a franquia Invocação do Mal, que agradará mais o grande público do que os cinéfilos mais “cults”.
A FREIRA (THE NUN)
Ano: 2018
Direção: Corin Hardy
Elenco: Demián Bichir, Taissa Farmiga e Jonas Bloquet
NOTA: 7,0
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